Don't talk about my ass in public

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POV. Camila Cabello


Lauren era nossa cliente fiel e embora ela e eu conversássemos bastante eu não sabia nada além do que a Internet e sites de buscas pudessem me dizer, mas não esperava nada muito diferente, eu havia descoberto o nome dela faziam 4 dias. Viv e Ellie simplesmente haviam se tornado minhas conselheiras (e comentaristas) amorosas, passavam o dia todo imaginando um milhão de formas de eu fazer Lauren me chamar para sair, era engraçado o empenho delas, eu não tinha esperanças de ser chamada para sair, não por uma mulher como Lauren.

-Qual é Mila, ela sempre pede para ser atendida por você e ela fica de olho -Viv diz enquanto prepara o café de um cliente nosso.

-É, você que não da o sinal verde para ela -Ellie completa indo atender alguém e eu reviro os olhos preparando o pacote de roscas de um cliente qualquer.

-Gente, ela é dona de uma das indústrias químicas e farmacêuticas mais influentes no mercado mundial -eu digo rindo e entrego o pacote indo pagar o troco- me digam o que ela vai querer comigo -sorrio para o senhor e suspiro fundo.

-Talvez ela simplesmente esteja cansada de pegar vadias de boates -viv sugere enquanto eu solto uma gargalhada dela.

-Ou ela goste do seu jeitinho meigo -Ellie passa por mim dando um beijo na minha bochecha e eu me viro de costas para a porta cruzando os braços brincando com os aneis nos meus dedos olhando para o nada.- Esta vendo? você esta louquinha pela empresária gótica e gostosona -solto uma risada divertida umedecendo os lábios dando de ombros.

-Qualquer um fica hipnotizado por ela, ela já deve ser acostumada -vejo as meninas ficarem quietas, o que me da permissão para seguir- já viram aqueles olhos? Céus! Qualquer um se perde...é como um mar do caribe -solto uma risadinha baixa- e os lábios dela são vermelhos e carnudos...convidam qualquer um a beijar ela e a bunda dela...

-Com licença Srta. Cabello -a voz soa um em tom de alerta- mas não tenho certeza se quero que fale da minha bunda assim em público -assim que escuto aquilo sendo dito pela voz rouca eu congelo apertando os dedos no pano que eu segurava nas mãos- mas gosto da analogia que fez sobre meus olhos e meus lábios -eu aperto os olhos e escuto as gargalhadas altas de Viv e Ellie invadirem todo o espaço possível da lanchonete.

"Droga Camila, mil vezes droga!" Era o que minha cabeça gritava comigo enquanto eu abria os olhos. Finalmente eu tive coragem de me virar e olhei em seu rosto encontrando um sorriso sereno que eu não conhecia ainda, aquilo me acalmou um pouco.

-Ah...Eu...me...hum...-solto uma risada envergonhada abaixando o rosto, não tinha mais coragem de encarar ela mais.

-Posso esperar sua vergonha passar para fazer o meu pedido, mas temo que não possa esperar para te chamar para sair -ela diz e no mesmo instante Viv e Ellie se calam e eu olho para ela assustada- acredito que se eu demorar mais você começará a duvidar da minha sexualidade e isso...bom, não me agrada -ela diz sorrindo fatalmente e eu, sem notar, já mordia a caneta nervosa.

-Eu...é...você...tem certeza? -pergunto balançando a cabeça rindo fraco olhando para ela nervosa, mas contente; muito contente na verdade.

-Bom, a não ser que você seja um ser sobrenatural ou uma psicopata, sim eu tenho certeza -um sorriso foi colocado no meu rosto, mas o que aconteceu dentro de mim? Um "DROGA" queria rasgar minha garganta no momento! Como assim ser sobrenatural? Piada sarcástica bem real desta vez.

-Bom...então, eu aceito -digo rindo fraco umedecendo os lábios brevemente a olhando- não teria como dizer não depois da minha situação -digo baixo rindo ainda a olhando.

-É, concordo -ela solta um riso rouco que soa quase como música- eu te pego no sábado a noite...hum...oito horas, pode ser? -ela pergunta sorrindo e eu afirmo com a cabeça- otimo, mas por hoje vou querer o meu café de sempre, sem bolinhos e....café para a viagem -apenas concordo indo fazer seu café percebendo os olhares de Viv e Ellie em cima dela

[...]

Sábado chegou mais rápido do que eu imaginava que chegaria! Meu coração batia forte o dia todo, eu tentava me distrair, mas tudo que eu fazia, pensava ou olhava me fazia viajar de volta para Lauren. Ela havia tomado conta de mim, dos meus pensamentos, dos meus planos, de tudo! Qualquer coisa, por menor e mais insignificante que fosse, me lembrava ela e nosso encontro, eu me sentia uma pilha de nervos.

Eu estava totalmente alienada hoje, havia entregue vários pedidos errados e havia tropeçado em meus próprios pés mais vezes do que era natural.

-E vai usar o que hoje, Mila? -Viv pergunta enquanto arrumávamos a cafeteria para fechar e sua pergunta me faz disparar o coração de novo.

-Eu estou em dúvida, queria usar um vestido -suspiro e olho para a neve densa do outro lado da cafeteria- mas acho que vou de calça, suéter e botas ou sapatilhas -dou de ombros voltando a limpar o balcão.

-Usa um salto, Mila -Ellie faz um bico e eu solto uma risada negando com a cabeça varias vezes- porque? -ela pergunta rindo.

-Nem pensar -um homem alto e forte entra na cafeteria tirando os óculos escuros e minha cabeça diz apenas uma coisa: Puta que pariu, ele é muito alto.- Desculpe senhor, mas já fechamos -digo soando simpática.

-Srta. Cabello -ele diz e eu endireito a postura o olhando com mais atenção, não fazia ideia de quem era aquele homem gigante.

-Sou eu, algo errado? -pergunto séria, tirando os cabelos do rosto.

-Sou Johnson McDoneel, motorista enviado pela Srta. Jauregui para que eu a leve em segurança para casa -ele diz com a voz incrivelmente grossa e eu paraliso ao ouvir ele.

-Motorista? É sério? -Viv pergunta pasma assim como eu e o homem balança a cabeça me fazendo olhar confusa para Viv e Ellie- vai logo, a gente termina aqui -Viv diz tirando meu avental e Ellie pegando o pano das minhas mãos.

-Ah...ta bom...obrigada -digo confusa e encaro o homem fazendo a volta no balcão depois de pegar minha mochila no armário- podemos...podemos ir -eu digo sorrindo fraco e o homem abre a porta para mim.

Talvez para Lauren aquilo fosse comum, ela era rica desde sempre, era uma garota acostumada a ter tudo facilmente e nem tenha notado que eu era só uma garota comum, bom não tão comum, mas aos olhos dela eu era só uma atendente de uma cafeteria e bom...eu não era nada além disso.

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