The storm -Parte 2

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POV. Camila Cabello

Eu não sabia o que esperar de um encontro com uma empresária multimilionária famosa, mas de fato a última coisa que eu iria esperar dela é que fosse ser cavalheira comigo ou sei la. Durante o nosso jantar todo ela conseguiu me prender a ela e a sua conversa bem desenvolvida e envolvente, assim como tudo nela. Novamente eu precisava voltar a grifar o quanto os olhos dela eram atraentes, duas esmeraldas perfeitamente lapidadas e bem iluminadas gritavam por atenção, entretanto seus lábios se movimentavam tão lindamente durante a pronúncia das palavras e eram verdadeiros portais para o paraíso, a adorável maneira como ela umedecia os lábios rapidamente a cada cinco minutos e a forma como o batom vinho lhe caia perfeitamente bem, ela era um ser perfeito e aparentemente sabia muito bem disso.

Lauren trajava uma calça skinni preta e uma camisa social azul safira com alguns botões abertos no colo que ornava um colar lindo e enorme que carregava uma pedra vermelha, era uma peça maravilhosa e até mesmo perturbadora. Ela se equilibrava em cima de um sapato de bico fino e um salto agulha, mas ainda assim andava de forma graciosa e firme.

Ao sairmos do restaurante no fim da noite, de novo, recebemos mais atenção e inúmeros olhares me foram direcionados e elogios me foram ditos, tantos que nem em toda minha vida havia sido tão notada. A tempestade estava pior, trovoadas e relâmpagos cortavam o céu, faziam o chão tremer e o corpo arrepiar, parecia ser de fato uma catástrofe o que fez eu e Lauren concluirmos que era melhor eu ficar na casa dela já que se ela fosse me levar teríamos que atravessar a cidade e isso não seria inteligente quando uma tempestade daquela forma cobria a região.

O fato é que quando aceitei ir para a casa de Lauren eu já esperava encontrar muito luxo e um lugar muito espaçoso, mas a garota morava em um palácio que ficava 55 andares acima do chão em um dos prédios mais luxuosos de Nova York. Assim que pisei fora do elevador eu estava em um maravilhoso hall de entrada com o chão todo em mármore brilhante, duas escadarias enormes que se ligavam uma a outra na sua extremidade e levavam ao segundo andar do apartamento, no alto haviam 3 lustres de cristal enormes e nas paredes pinturas que com toda a certeza do mundo valiam mais do que minha vida. Ao contrario de mim, Lauren entrou rapidamente pelo local, largando as chaves na mesa ao lado da porta e seguiu caminhando para dentro do lugar fazendo seus saltos ecoarem pelo local todo com baques secos porém elegantes.

-Camila -ela me chama distante e eu finalmente dou um passo em direção a sua voz, mesmo que meus olhos estivessem grudados no símbolo que havia no alto da escada, eu jurava que o conhecia, mas eu estava extasiada demais. Segui para o local onde vinha a voz e depois de um largo e curto corredor a casa se abriu em uma sala de jogos enorme e luxuosa que tinha como pano de fundo uma Nova York belíssima coberta por uma tempestade tenebrosa, mas que ainda assim era a paisagem perfeita quando se via aquilo a 55 andares do chão e através de vidraças com mais de 3 metros de altura.

-Pater meus dilectus -sussurrei sem perceber ao passar os olhos por cada um dos enormes sofás de couro, cada uma das mesas de jogos, ao fixar o olhar no telescópio que ela tinha ali, mas logo acordei quando a voz de Lauren surgiu do bar.

-Ah...um segundo, você fala latim? -ela pergunta e no mesmo segundo meu pequeno colar ardeu na minha pele o que me arrancou uma careta nada bonita.

-Sim, eu...bom...minha mãe era uma historiadora incrível, me ensinou um pouco de Latim, hieróglifos, Aramaico e algumas outras línguas mortas -sorri para ela que levantou uma sobrancelha e passou a caminhar até mim depois de servir um copo de whisky e acender um cigarro.

-É uma característica atraente em uma dama quando vivemos no século das aparências -ela sorriu lindamente e depois deu uma longa tragada no cigarro parando a uma distância segura de mim- admiro a inteligência das pessoas, Camila , mesmo que eu nunca tenha me dado bem com palavras -ela deu de ombros e tomou um gole do whisky.

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