Trust in love

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POV. Lauren

Me remexi na cama estendendo meu braço para abraçar Camila e traze-la para perto, mas não encontrei seu corpo como de costume, na hora eu estranhei aquilo e então abri um dos meus olhos encontrando ela mais na beira da cama, com o abajur ligado e com um livro em mãos, aparentemente divinamente concentrada na sua leitura e tão casualmente sexy com sua camisola de cetim dourado que combinava genuinamente com sua pele morena latina e seus cabelos castanhos ondulados, tão acidentalmente linda que me fez sorrir apenas por poder ver a cena dela lendo a luz do abajur e a luz da lua que iluminava nosso quarto.

-O que você esta fazendo? –perguntei me sentando na cama coçando os olhos para poder melhorar minha visão.

-Ah...oi...eu estou lendo...te acordei? –perguntou ela com sua voz sussurrando enquanto colocava seu cabelo de lado.

-Não –procurei por meu celular no criado mudo vendo que eram 04hrs da manhã- isso é hora de ler? –perguntei me escorando na cabeceira na cama vendo ela sorrir de forma incrivelmente inocente

-Ah...eu perdi o sono –ela deu de ombros e passou os dedos pela pagina do livro encarando o caminho que seus dedos faziam.

Naquele instante eu soube que havia algo errado.

Camila costumava conversar olhando nos olhos das pessoas, era costume de redentora, era algo que eu fazia também, era assim que sabíamos se uma alma era condenada ou salva, mas no nosso caso, nos olhávamos nos olhos porque eu amava a forma como a imagem uma da outra nos acalmava.

Desta vez Camila tinha o olhar distante e gaguejava demais, aquela não era a Camila confiante que fazia de tudo para me provocar 24 horas por dia.

-Perdeu o sono ou nem dormiu? –perguntei ainda encarando ela vendo ela me olhar e sorrir de lado.

Haviam lagrimas presas em seus olhos.

-Não dormi –ela disse falha.

Fechei o livro em seu colo calmamente e peguei o mesmo de suas mãos o deixando em meu criado mudo antes de abraça-la contra mim e posiciona-la entre minhas pernas de forma que agora ela tinha o rosto escondido em meu pescoço.

-Vai querer me dizer o que foi ou eu terei que adivinhar? –perguntei ainda a abraçando enquanto eu acariciei suas costas com sutileza ouvindo sua respiração pesada e sentindo seus dedos segurarem firmemente na camisa preta do meu pijama.

Se fez silencio então.

Senti a mão de Camila acariciar meu pescoço e ouvi sua respiração pesada enquanto o silencio nos envolvia cada vez mais, até ela sentar-se e afastar seu rosto do meu pescoço minimamente ficando com seu rosto frente a frente do meu, mas ainda assim sem me olhar nos olhos.

-Eu estou com medo, Lauren –ela sussurrou antes de seus olhos subirem para mim e ela engolir a seco sorrindo da forma mais nervosa que eu já havia visto.

-De que? –embora eu soubesse a resposta, insisti em perguntar.

Os dias estavam passando rápido, eu estava me dividindo em administrar a empresa e ajudar Camila nos preparativos finais para o casamento, mas o medo que nos consumia cada vez que alguma de nós sumia ou se atrasava, mesmo que por 5 minutos, era algo que nos deixava malucas.

Estávamos paranoicas.

Não era pra menos, qualquer uma de nós poderia se capturada e a partir do momento em que estivéssemos nas mãos do conselho, poderíamos sofrer qualquer tipo de tortura.

-De morrer, de perder você...tenho medo de dormir e não acordar com você –sua voz saiu quase sem som e não precisava aumentar seu tom, seus lábios esbarravam nos meus com tamanha aproximação de nossos rostos- tenho feito planos, mesmo que eu não queira, tenho me pegado imaginando um futuro que jamais vamos viver...eu não tenho mais controle algum sob meus pensamentos, Lauren –ela sussurrou aquilo de forma desesperada e sua voz carregava dor, mas aquilo só doeu de verdade quando sua primeira lágrima desceu seu rosto- tenho sonhado com você e eu vivendo pequenos espaços de uma vida perfeita que não vai acontecer...outro dia, sonhei com você e eu, em Paris, estávamos caminhando de mãos dadas...nós tínhamos um filho, Lauren...um bebezinho lindo que te fazia sorrir de uma forma tão bobalhona que nem mesmo eu fui capaz de fazer...e você tinha rugas...no cantinho dos seus olhos, bem aqui...marquinhas que eu sei que odiaria, mas eram tão lindas...éramos um casal normal...éramos mães –encarei seus olhos inundados pelas lagrimas e sorri de lado deixando um beijo na sua testa antes de umedecer os lábios e voltar ao meu normal.

Devils & AngelsOnde histórias criam vida. Descubra agora