Making friends

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POV. Camila Cabello

Eu era um completo desastre! Desde sempre eu soube disso, eu nunca fui a mais popular, nem a mais habilidosa e muito menos a mais bonita, além disso tudo eu era péssima em fazer amizades e era por isso que eu não tinha muitos amigos tanto no céu quanto aqui na terra, eu só não lembrava disso até Tamadriel chegar. Durante os cinco dias que se passaram desde que ela chegou, eu quebrei cerca de três pratos da minha casa, duas xícaras e havia sido ameaçada de morte outras 20 vezes, éramos um desastre. Ela me perseguia durante todo o dia, ficava na lanchonete com seu ultrabook e alguns papeis estudando ou sei lá enquanto eu fingia que era uma menina normal e seguia uma vida normal, depois, em casa, ela ficava enfiada em livros, pesquisas e não falava mais que o necessário comigo, isso me incomodava! Eu morava sozinha durante os dois meses que estive na terra, encarava a solidão na boa, mas era diferente tendo um anjo do Conselho ali na minha casa, sentia necessidade de conversar e eu estava surtando pelo fato de sentir como se ela fosse me esfaquear a qualquer segundo.

-Podemos olhar um filme -eu disse enquanto colocava a mesa do jantar- depois do jantar e de eu lavar a louça, claro -digo óbvia sorrindo fraco e ela levanta seu olhar por alguns segundos e logo volta a ler e fazer suas anotações. "Cala sua boca, Camila! Deixe ela quieta e será mais fácil passar por isso" meu inconsciente disse e eu soltei um suspiro "Devia insistir, Camila! Irão passar 6 meses sem se falar? Isso esta errado" resmunguei baixo com a minha indecisão- TAMADRIEL -soltei alto irritada com a situação vendo ela surpresa e...bom, até eu fiquei surpresa comigo mesma.

-Ah...Tudo bem? -ela perguntou assustada e pasma, pensei em recuar e não insistir, mas havia conseguido a total atenção dela e não ia perder isso, então apenas segui.

-Não, não esta nada bem -abro a geladeira com raiva e pego a caixa do suco- veja bem, tem uma estranha morando comigo e que me olha como se eu fosse uma estupida -largo a caixa de suco em cima da mesa com raiva e a olho sorrindo falso- eu estou tentando ser amigável, mas eu sinto muita raiva desse seu olhar e do seu ego enorme, sinto muito se odeia seu trabalho no Conselho e sinto muito se não sou a criminosa que vocês querem que eu seja, mas acha que eu tenho a porra da culpa? Eu estou tentando ser uma pessoa simpática e amigável, mas sem sua ajuda isso vai ser uma tortura -digo tudo rápido e ela me encara com a mesma cara de tédio e no fim da um sorriso de lado, mas antes que ela fale algo eu volto a falar- e eu sei, você quer me matar, ótimo, mas você não pode fazer isso e eu sei bem disso, sei todas as leis, cláusulas e brechas que o conselho tem, a senhorita não pode me matar porque estou sob tutela, então...ou você diminuiu esse seu ego e vive a vida ou teremos problemas maiores do que uma vida tediosa -sorrio por fim e suspiro voltando a arrumar a mesa. Um silêncio se instala no lugar pelos 20 minutos que demoro para terminar o jantar, ela continua quieta, mas agora não lia mais nada, apenas me olhava e pensava em algo. Nos minutos seguintes se fez silêncio, ela serviu-se e sentou-se a mesa quieta, comeu algumas garfadas do arroz com strogonoff que eu havia feito e eu fiz o mesmo.

-Tudo bem -ela diz de repente em um tom de voz baixo e eu a olho com a confusão estampada no rosto- eu entendo e prometo tentar melhorar, eu só...estou completamente perdida entende? Minha vida sempre foi estudar e monitorar mau comportamento, eu nunca vim para a terra e eu estou zonza aqui -sua voz era mansa e eu a ouvia com atenção total- não sei como ser uma garota normal

-Tudo bem e por isso eu preciso pagar? -digo confusa e ela da de ombros- Tamadriel, a vida na terra é uma merda, completa, mas você aprende sabe...se encaixa e vive normalmente depois de um tempo -sorrio de lado e ela sorri de volta timidamente.

-Sugere que eu comece como? -nós voltamos a comer e eu penso um pouco.

-Primeiro, vamos mudar esse seu visual de modelo patricinha okay? -ela arregala os olhos e eu tomo um gole do suco- não precisa usar salto alto sempre, nem maquiagem pesada e isso tudo, moramos no subúrbio, somos a classe média.

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