Capitulo 9

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7 meses atrás.

Sentado em frente ao mar, a noite é uma das mais frias que já tinha vivido. O ar gélido açoita minha face, cada esporo de meu rosto congela lentamente. Meu corpo parece uma âncora na areia, imóvel e inútil. Minhas pernas dobradas servem como um escudo para meu tronco, para que o ar frio não domine meu torso. Minhas mãos parecem estar dentro de um iceberg, frias e tão trêmulas por causa daquela temperatura. De nada adiantava, tentar aquece-las com um sopro quente que saída de meus pulmões. Tento aquecer meu tórax com os dedos, massageando para tentar produzir um suspiro de calor, Porém de nada adiantava.
O oceano em minha frente, era iluminado pelos feixes de luz da lua,. As ondas quebram várias vezes, na escuridão daquela noite. O som das águas são intensos. O negror da noite toma conta de tudo ao meu redor, as areias daquela praia ser a única coisa mais luminosa.
Sentado, sozinho e no silêncio, começo a pensar nas coisas que aconteceu antes daquele momento.
Ainda consigo sentir o peso dos punhos de meu irmão, sobre minha cabeça, me martelando a cada golpe. Me lembro exatamente o que fez chegar até esse ponto. Ele tinha se relacionado com uma menina que morava em outro estado. Os dois viviam uma espécie de namoro a distância, nunca haviam se visto, porém continuavam com isto. O tempo foi passando, meu irmão começou a ficar obsecado por esta guria e aos poucos foi perdendo a razão e a normalidade.

Foi momentos difíceis de se viver, a cada dia piorava a vivência em minha casa. Fazia de tudo e me ocupava com todos os compromissos possíveis para não ter que voltar para aquele ambiente. Era um campo de guerra meu lar, tinha que ficar dormindo com um dos olhos abertos e sempre esperando que algo acontece-se. Durante vários dias, minha mãe se culpava e culpava a mim pelo o que estávamos vivendo. Não falava para meu pai o que estava acontecendo pois ele tivera viajado para trabalhar e só voltaria depois de meses. Entao para não preocupa-lo, era omitido a verdade. Via constantemente minha mãe apanhar e eu não podia fazer nada. Algumas vezes, eu me metia entre meu irmao para que ele parasse de bater em minha mãe, mas era só uma forma de transferir aquelas pancadas que nela era absorvida para mim.

Custou um bom tempo para aquele período de trevas acabar. Porém as cicatrizes que aqueles momentos apareceram em minha alma, jamais iriam sair...

O olhar para o novoOnde histórias criam vida. Descubra agora