Capítulo 3

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Como eles conseguem administrar um local tão grande como este? - pergunto de soslaio, enquanto acompanho Douglas.
Eu também não sei explicar, mas pelo o que pude entender, o local deste campus era um enorme terreno, onde abrigava uma família de fazendeiros, muitos anos atrás e veio passando de geração em geração.- Dizia Douglas enquanto me guiava por aquele espaço verde, lotado de pessoas, mais jovens e mais velhas que eu, de etnias e classes econômicas diversificada.
- há alguns anos atrás, um empresário do exterior comprou este terreno, por uma quantia que nem o dono da propriedade poderia e nem quis contestar, seu preço exorbitante feito na oferta- Douglas complementa.
- Com certeza, este tal empresário não investiu uma quantia tão grande neste terreno, só para construir uma escola. Ele esta atras de algo lógico....- eu dizia, quando Douglas me interrompe e completa meu argumento - dinheiro, sempre é dinheiro - A propósito, o que você está procurando mesmo? - Ele me pergunta de soslaio, enquanto entramos no segundo prédio.
Entrego a ele o número do meu armário. Douglas pega a pequena folha, com o número e me guia adentro do prédio.

O segundo prédio, possui a estrutura de uma escola comum, com várias portas próximas, onde ficam as salas de aula. Uma fileira gigantesca de armários se estende pelos corredores, alternando entre as portas das salas. Chegando ao meu armário, 1090, Douglas de despede de mim e segue seu caminho. Assim como os outros armários, parece um quartinho onde se guarda utensílios para limpeza, pequeno e cinza. Ando procurando a sala 1B, para começar as aulas do primeiro período. Alguns passos adiante, encontro a sala que procurava. Penso comigo mesmo "ainda bem que encontrei esta sala..." estava começando a ficar cansado de procurar naquele corredor que não parecia ter fim. Abro a porta e uma sala com paredes tom azul claro, com uma listra branca em seu meio dividindo a pintura, carteiras enfileiradas tradicionalmente como escolas comuns. Procuro e sento na carteira que dá para a janela, sempre adorei sentir os salpicos de verão em minha pele, durante o dia.
Alguns alunos adentram a sala fazendo uma barulhada infernal, coisa de jovem mas me irrita bastante .
alguns minutos depois, percebo um olhar que me persegue desde que entrou na sala. Viro e observo de soslaio, um rapazola me olhando desde que chegou. Aparenta ser aquele típico valentão tradicional, espero que não cruze meu caminho.

As aulas do primeiro passam de forma rápida. após sair de sala, procuro naquele grande jardim de árvores e pessoas um local para descansar. Me deparo com uma pequena árvore, onde encosto as costas sentado na grama e fecho os olhos, adentrando no palácio de minha mente.
Alguns minutos depois, vejo Douglas andando vindo em minha direção.
- O que está fazendo sozinho no canto?- Indagou.
- Apenas descansando um pouco. Ainda não me acostumei com o ritmo acelerado. - Respondo me levantando.
- Sendo assim, você não irá descansar. Anda, vamos dar uma volta que te apresento algumas novas pessoas.-
Começamos a caminhar por aquele campus, Douglas me conta como veio morar aqui no Brasil. - Eu nao morava por estas redondezas, faz pouco tempo que me mudei para o novo apartamento que meus pais compraram, após o casório. Acho que irá fazer 2 semanas que me mudei para aqui.-
Enquanto estamos andando, uma menina de cabelos ruivos nos aborda. - Aonde você estava Douglas, nossa apresentação é agora-
- Mais que merda, tinha me esquecido. Poxa Dante me perdoe, mas preciso urgente sair correndo para tentar chegar na hora. Daqui a pouco nos vemos. -
- Que nada rapaz, vá logo antes que se atrase. - respondo rindo e tocando em seus ombros.
Douglas sai correndo desesperadamente , como leões caçando para se alimentar. Começo a refazer meu caminho para minha sala. Observando meus passos, acabo esbarrando em alguém.

O olhar para o novoOnde histórias criam vida. Descubra agora