Pedro ofereceu uma xícara de chá para Elise. Enquanto ela bebia notou um retrato na estante da televisão, era uma foto de um menino loiro sorridente com uma mulher.
- É você? - Perguntou Elise apontando para a foto.
- Sim - Ele respondeu sorrindo - Essa é minha mãe - Os olhos deles encheram de lágrimas - Me desculpe.
Elise não sabia o que dizer, não sabia dizer a razão, mas vê-lo chorar doia nela.
Então o telefone da casa tocou, Pedro atendeu, ele fez uma expressão preocupada.
- Eu já estou indo... Eu só... Eu já vou...
- O que aconteceu, Pedro? - Perguntou Elise, Pedro parecia ter ficado transtornado.
- Eu tenho que ir a um lugar... A minha mãe... - Ele coloca as mãos na cabeça como se fosse explodir.
Elise então vai até ele e segura as mãos de Pedro. Ele a olha. Ele tenta sorrir.
- Deixa eu ir com você.
Elise ficou sentada no sofá da recepção do hospital enquanto Pedro conversava com um médico, quando o médico saiu Pedro se sentou ao seu lado com as mãos no rosto.
- O câncer da sua mãe piorou?
Ele acenou positivamente com a cabeça.
Elise havia ouvido o médico dizendo a Pedro que ele só poderia ver ela na manhã seguinte.
- Não quer tomar um pouco de ar? - Ela se levanta, Pedro a olha com um meio sorriso, Elise puxa a mão dele o levantando - Vamos, vai ser bom.
Eles caminham pelo centro da cidade por quinze minutos em silêncio. Elise e Pedro vão até um barzinho onde se sentam e pedem cervejas.
Então o telefone de Elise toca, é Felipe, Elise ainda estava se sentindo estranha em relação ao ''Eu te amo'' seco de Felipe.
- Não vai atender seu futuro marido?
- Não sei se é ele meu futuro marido. Sabe, eu acho que nesse um ano e seis meses de namoro com ele eu tenho segurado nossa relação sozinha. Eu me sinto tão burra, e o pior é que mesmo sabendo disso tudo eu ainda o amo, eu ainda quero me casar com ele, e ter três filhos e muitos cachorros e envelhecer ao lado dele. Porque eu aguento tudo por ele, eu aguento os defeitos dele, o modo como ele se dedica totalmente para o trabalho dele e as vezes me esquece por isso, e como ele gosta de estar sempre certo e como ele odeia as coisas que eu gosto apesar de eu sempre me esforçar pra fazer o que ele gosta. Eu sei de todos esses defeitos dele, mas mesmo assim eu amo ele, eu amo acordar abraçada com ele, eu amo como ele é sempre disposto e está empolgado em relação ao futuro, eu amo quando ele está chateado com algo e deita a cabeça no meu colo e desabafa como se eu fosse o diário dele... Eu...
- Você ama ele, isso é fato. Se está disposta a aguentar os defeitos dele então não desista. Conquiste ele. Não sei qual o problema desse cara que ainda não te pediu em casamento, mas...
Elise se sentiu estranha falando sobre o cara que amava para o cara por quem claramente estava se sentindo atraída.
De repente Elise notou que o céu já estava escuro.
- Já está tarde. Desculpe pelo desabafo.
- Parece que o diário do seu namorado é você e eu sou seu diário.
Elise riu, Pedro sorriu com a risada dela. Ela sentiu que estava bêbada.
Pedro chamou um táxi para Elise. Elise cambaleou um pouco na calçada a caminho do táxi. Pedro segura costas dela.
- Quanto você bebeu?
- Não sei... - Elise coloca as mãos no pescoço dele.
Ela analisa seu rosto que está inexpressivo. Esperava que ele a beijasse.
- O que está fazendo? - Pedro pergunta.
- Esperando sua iniciativa - Elise nunca diria aquilo sóbria.
- Há minutos atrás disse que amava seu namorado.
- Eu amo. Mas quero beijar você.
Pedro ri.
- Você está bêbada - Ele diz e a conduz até o táxi - Vá com cuidado.
Elise chega no seu prédio e encontra Felipe chegando também.
- O HOMEM DA MINHA VIDA - Grita Elise para Felipe quando sai do táxi com a ajuda do taxista.
Felipe se aproxima de Elise como se não a reconhecesse.
- Você está bêbada? Onde estava?
- NEVERLAND.
Ele tira do bolso a carteira perguntando ao taxista o valor da corrida.
- O moço que estava com ela pagou.
- Que moço? - Pergunta Felipe para Elise que não responde, mas abraça Felipe quase dormindo.
Felipe leva Elise até seu apartamento e ela deita no sofá. Ele leva até ela uma xícara de água. Senta ao seu lado olhando para Elise preocupado.
- Com quem estava?
- Alguém muito legal. - Elise responde.
- Isso não é legal, ficar bêbada com um homem, não sabe o que ele poderia ter feito com você. Eu devia estar no hospital sabe? Mas não, pensei em você e vim te ver, mas você estava enchendo a cara com outro homem!
- Para de drama, até parece que você é o namorado perfeito - Elise nunca jogava coisas na cara de Felipe, mesmo quando devia. Mas ela estava bêbada. - Você só liga pra se formar, virar médico e ganhar muito dinheiro, você está cagando pra mim, acho que eu sou só uma válvula de escape pra você, alguém com quem você pode transar de vez em quando pra relaxar.
- Eu vou embora, não tenho que ouvir isso!
- VAI, VOCÊ NÃO SUPORTA A VERDADE!
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Crush do Metrô
RomanceElise pega o metrô todos os dias da semana. Em meio ao caos de sua vida ela conhece um garoto no metrô, Pedro.