Capítulo 7

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Elise vestiu um vestido curto, rosa florido, e pediu para Gisela leva-la perto da Torre Eiffel, onde havia marcado de se encontrar com Pedro.
Elise andou pela calçada e viu de longe Pedro. Ele estava apoiando os braços na barra de ferro em sua frente e observando o rio sena. O céu sol estava se pondo.
O coração de Elise voltou a fazer o que fazia de melhor, acelerar por Pedro. Ele a viu e sorriu. Colocou as mãos nos bolsos da calça e a observou se aproximar. Quando Elise ficou a sua frente ele colocou uma mão em cima dos olhos por causa do sol.
- Oi... ? - Disse como se não soubesse o que deveria dizer.
Então Elise o abraçou. Pedro demorou quinze segundos para colocar os braços nas costas de Elise e abraça-la também.
- Por que você sumiu? - Perguntou Elise sentindo o cheiro de colônia no pescoço de Pedro.
- Por que você se casou?
Elise não tinha resposta para aquela pergunta. Os dois ficaram em silêncio observando o sena.
- Vamos até a torre? - Ele perguntou.
Os dois se deitaram no gramado embaixo da Torre Eiffel. Elise contou sobre sua vida, disse que havia se formado, que estava fazendo algumas entrevistas, não falou sobre Felipe. Pedro contou que sua mãe estava ótima de saúde, que seu trabalho em Lisboa era incrível e que vivia muito melhor do que no Brasil.
- Conheceu alguma portuguesa...? - Elise perguntou em tom de brincadeira.
- Elas são ótimas, mas... Não são você...
- Pedro...
Pedro se sentou. Elise queria que ele a tivesse beijado, mas não o fez. Em vez disso, tirou algo de sua bolsa, uma garrafinha de uísque.
- Vamos ficar bêbados.
Depois de uma hora eles já estavam rindo de nada como idiotas e dizendo coisas sem nexo.
Elise saiu correndo e foi até a frente da torre. Ficou a olhando, imensa e brilhante. Pedro foi até ela. Ele estava sério.
- Por que se casou com ele? - Elise se assustou com a pergunta, olhou para Pedro que olhava para a torre pensativo.
- Por que era meu sonho, meu sonho idiota de adolescente, me casar. Então eu conheci ele e coloquei na minha mente que tinha que ser ele. O Felipe é ótimo, mas agora eu sei, eu nunca amei ele, não como homem, eu só amava a ideia que eu fiz dele, de ser o meu príncipe encantado, o homem com quem eu iria me casar. Eu errei, Pedro - Ela segurou as mãos dele, o vento batia forte no cabelo dele - Já se passou mais de um ano, e eu ainda sinto meu coração acelerar perto de você, e as borboletas continuam no meu estômago. É você. Acho que sempre foi você. Mesmo quando eu nem conhecia você era você já. Porque eu nunca tive que idealizar você, você veio pra mim não como eu queria, mas como eu precisava. Você foi meu diário,você foi meu melhor amigo...
Pedro riu. Elise ficou nervosa.
- Está rindo? Quer saber? Foda-se você! - Disse saindo brava, mas Pedro segurou seu braço. E a beijou.
Foi o beijo mais feliz do mundo. Elise até riu no meio dele. Depois o abraçou. Pedro beijou seu pescoço.
Eles foram até um hotel.
Elise sentou no colo de Pedro, de frente pra ele. Ela tirou a camiseta dele, ele tirou o vestido dela. Foram os minutos mais felizes da vida de Elise.
Elise olhou para o lado. Pedro a olhava tentando decifra-la.
- Eu vou me divorciar - Ela disse.
- Não estou pedindo para fazer isso.
- Mas eu quero.
Ela deitou a cabeça nas coxas de Pedro e eles ficaram assim por bastante tempo.
Elise chamou um taxista que Gisela havia indicado para ela caso não conseguisse contactar ela para voltar pra casa.
- Bonsoir - Tentou Elise.
Bonsoir era a única palavra que sabia em francês, mas planejava tentar falar com ele com a ajuda de um app de tradução que ela havia baixado.
O aplicativo funcionou, e Elise chegou sã e salva a casa de Gisela. A mesma estava na calçada a olhando furiosa.
- Onde estava? Pensei que havia acontecido algo com você!
- Desculpa...
Elise contou tudo para Gisela. Sentiu que ela daria a ela uma lição de moral por ter ficado com um homem estando casada com outro. Mas ela não fez isso, apenas a olhou preocupada, como uma irmã mais velha.
- Vai se divorciar mesmo? Isso é uma grande decisão.
- Vou. Eu tenho certeza. Eu amo o Felipe, mas não dessa forma, não mais. Eu fui apaixonada por ele, mas depois de um tempo tudo se tornou uma obsessão em me casar com ele. Agora eu não o amo como homem mais, sinto que somos mais amigos do que qualquer coisa. Antes eu achava que o que eu sentia pelo Pedro era só uma coisa momentânea, que iria passar, mas já se passou muito tempo, e nada mudou.
Elise voltou um mês depois para o Brasil. Demorou uma semana para criar coragem para falar sobre divórcio com Felipe.
Ele estava sentando na cadeira giratória do quarto dele, lendo uma das suas dezenas de livros de medicina, estava totalmente focado.
- Felipe - Chamou Elise se sentando na cama.
- Sim... - Ele respondeu sem tirar os olhos do livro.
- Você está feliz com nosso casamento?

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