PRÓLOGO

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Brandon fitava a construção à sua frente, imóvel, sem conseguir pensar direito.

O lugar era frio e instável, era como se ele pudesse sentir as almas passando por ele - não que ele devesse acreditar nisso, mas era inevitável.

Ele respirou fundo e olhou novamente para a frente, sentindo o aroma floral e doce.

Ficou ali por incontáveis horas, até quando as primeiras sombras da noite vieram abraçá-lo e foi resgatado pelo funcionário, que o avisava que deveria partir.

O funcionário era um coveiro e estava fechando o cemitério.

- O senhor poderá voltar amanhã, a partir das 9 horas - ele comentou, enquanto levava Brandon para o portão de saída.

- Não voltarei aqui tão cedo - respondeu Brandon - Não que eu não quisesse, mas não será possível, de qualquer maneira.

Eles chegavam ao portão. O rapaz o encarou e perguntou, hesitante:

- Ela era importante?

Poderia até ser inconveniente, mas não foi, pelo menos não para Brandon. Ele apenas respondeu:

- Era. É. - Nem ele sabia dizer. Deu de ombros.

- Sabe, não tenho nada a ver com isso, mas - o rapaz disse, bem baixo - As pessoas que amamos de verdade jamais nos deixam realmente.

Brandon apenas assentiu e saiu.  

Estava quase chegando ao carro quando se sentiu seguido - ou melhor, acompanhado. Olhou ao redor, para todos os lados, para se descobrir sozinho na escuridão.  

Mas sabia que não estava sozinho. Nunca esteve.

Ela jamais o deixara.  

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