Capítulo 2

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O coração de Sofia batia rápido enquanto ela via Brandon Flowers sendo recebido por seu chefe e sendo levado até a sala de reuniões. Ela estava sentada em sua mesa e tentava ignorar a tremedeira enquanto ligava o computador.

- Menina, você ainda está viva? - Giselle esticava a cabeça em direção à sua mesa.

- Oi, Giselle - Sofia respondeu, simplesmente

Não tente me enganar. Você está tendo uma taquicardia.

- Cala a boca, Giselle.

- Mas e aí? Conversou com ele? Teve aquelas conversas profundas de Victim que só você consegue ter com quem te aguenta falar da banda?

- Giselle, me deixe em paz, por favor. Subi 15 andares com Brandon Flowers, no mesmo elevador, eu estou me recuperando...

Giselle ficou boquiaberta.

- Não me diga que você encarnou o iceberg quando o viu?!

- Sim, eu consegui, fui fria.

Giselle estava com a boca ainda mais escancarada.

- Tipo, como no show dele? Você mal olhou para o cara...

Sofia suspirou. - Só agora estou sentindo os efeitos disso...

- Ah, droga, você está chorando - disse Giselle, se levantando - Vou pegar um chá para você. Não se mexa.

Sofia tentou enchugar as lágrimas rapidamente, antes que alguém mais visse ou notasse.

Brandon Flowers exercia sobre ela um efeito nada menos que devastador desde a adolescência, quando começou a definir seu estilo musical e, por consequencia, ouvir The Killers. Já fazia quase uma década que ela era fã dos "rapazes da cidade do pecado"; já tinha sido uma garota enlouquecida, mas de uns anos para a frente, passou por algumas coisas que a fizeram rever alguns pontos e, por consequencia, o The Killers ficou de lado. Ao mesmo tempo que ouvi-los era nostálgico, ela também se sentia mal por algumas lembranças ruins que ela tinha relacionadas às músicas.

Ficou tão mal com o primeiro hiato da banda que acompanhou o retorno deles em 2012 com uma frieza que ela jamais imaginava que iria sentir. Aquilo persistiu e enquanto via a turnê devastar o mundo pensava intimamente até quando iria aquilo, pois sabia que quando acabasse aquela tour, eles se separariam de novo. Suas apostas malignas se concretizaram e ali estava Brandon Flowers, na principal agência de publicidade dos Estados Unidos, para divulgar o segundo single de seu segundo álbum solo. Era ótimo, mas ela desprezava. O odiava porque não conseguia odiá-lo, se odiava pelo comportamento estúpido no elevador, se odiava mais ainda pela indiferença no show dele da semana anterior.

Seu coração ainda palpitava quando Giselle chegava com uma xícara de chá e biscoitos.

- Aqui. Por favor, se acalme. Ouvi Howard comentar...

- Comentar o que? - elas ouviram uma voz atrás delas.

Howard! Desculpe, eu... - disse Giselle, bobamente

O chefe delas - e diretor da agência - sorriu.

- Nem quero saber o que comentei. Sofia, você está bem?

- Sim, estou ótima. Apenas espremi o dedo na gaveta.

Giselle virou o rosto e ele assentiu, embora tivesse feito uma cara de quem sabia que era mentira.

- Está bem. Por favor, se recomponha e venha até a sala de reuniões. Leve seu pendrive com seus trabalhos para a última campanha da Coca Cola.

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