UM MÊS DEPOIS
Howard estacionava o carro em frente aos grandes muros de concreto. Olhou para trás.
- Tem certeza de que quer fazer isso?
Giselle, que estava olhando para os muros cinzentos, olhou para ele.
- Claro que eu tenho.
- Querida - disse Marta, a fitando com olhar gentil, ao lado de Howard. - Seja lá o que for que você queira fazer... Nosso advogado é a pessoa mais adequada para fazer isso. Por favor, me deixe falar com ele...
- Srta. Williams - disse Giselle, firme - Eu preciso fazer isso.
- Mas nosso advogado...
- Srta. Williams, por favor. Não discuta. Howard?
Marta suspirou e Howard destrancou o carro. Giselle abriu a porta e saiu, sem dizer nada. Eles ficaram em silêncio, Howard pegou a mão de Marta enquanto viam ela se aproximar dos muros.
Giselle foi recebida no portão por um severo policial. Ele pediu seus documentos, e abriu o portão. Ela entrou e foi discretamente revistada.
- Por favor, siga-me. - ele pediu, a levando para dentro do terreno.
Assim como todo o resto do local, era frio e sem vida, todo envolto em concreto e cinza. Passaram por um pequeno pátio e chegaram a mais um portão, que dava a um outro pátio, fechado, e a uma terceira porta, que dava acesso ao prédio. Haviam câmeras em todos os cantos, assim como policiais circulando por todo o perímetro, vigiando a penitenciária. Torres e arame farpado circundavam os altos muros. Entrou sem olhar para trás.
O policial a levou para um guichê de vidro blindado e com grades. Atrás dele estava um outro policial, fazendo um relatório.
- Esta é a visita de Hamburg, o 32046 - apresentou o primeiro policial ao que estava no guichê.
Este olhou para cima e assentiu.
- Certo. Bom dia, senhora. Por favor, deixe todas as suas coisas aqui. Bolsa, celular, objetos de metal, jóias... tudo. Não pode entrar com nenhum objeto lá dentro.
Giselle apenas entregou o relógio e os brincos. Tinha deixado todas as suas coisas no carro de Howard.
- Agora, assine aqui, por favor. - ele entregou pelo buraco no vidro um prancheta com uma folha e uma caneta. Era um termo de visita e responsabilidade, em que ela estava ciente de todas as normas de visita da prisão. Ela assinou e entregou a prancheta. O policial disse: - Obrigado. Agora, tenha a gentileza de passar por uma nova revista e pelo detector de metais. Ele - apontou ao primeiro policial - irá acompanhá-la.
Ela foi levada para um novo portão. Passou pelo detector de metais, foi revistada novamente.
Após, foi encaminhada para dentro da penitenciária. Passou por um imenso corredor e foi levada a uma das salas de conversação por vidro blindado. Giselle ficou aliviada, pois entre ela e Michael haveria um vidro que a protegeria dele. Mas o policial disse:
- O detento 32046 está com alguns problemas de adaptação.
- Como assim?
- Ele é bastante difícil - disse o policial, friamente - Não respeita nada nem ninguém, vive incomodando, não come, já foi para a área psiquiátrica e passa muito tempo na solitária. Semana retrasada foi levado ao ambulatório porque estava com espasmos e convulsões. O psiquiatra acredita que é a abstinência de drogas e álcool...
Ela não disse nada. Intimamente, teve esperança que talvez Michael morresse antes do julgamento e antes de abrir a boca. Se reprovou por isso.
O policial abriu a porta e fez sinal para ela entrar.
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Just Another Girl
FanfictionAs coisas pareciam perfeitas na vida de Brandon Flowers. Músico bem sucedido, pai de família, ele não poderia estar mais feliz. Enquanto isso, a jovem Sofia Andersen era apenas uma promissora funcionária de uma conceituada agência de publicidade de...