Capítulo 18

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UM MÊS DEPOIS  

Howard estacionava o carro em frente aos grandes muros de concreto. Olhou para trás.

- Tem certeza de que quer fazer isso?

Giselle, que estava olhando para os muros cinzentos, olhou para ele.

- Claro que eu tenho.

- Querida - disse Marta, a fitando com olhar gentil, ao lado de Howard. - Seja lá o que for que você queira fazer... Nosso advogado é a pessoa mais adequada para fazer isso. Por favor, me deixe falar com ele...

- Srta. Williams - disse Giselle, firme - Eu preciso fazer isso.  

- Mas nosso advogado...

- Srta. Williams, por favor. Não discuta. Howard?

Marta suspirou e Howard destrancou o carro. Giselle abriu a porta e saiu, sem dizer nada. Eles ficaram em silêncio, Howard pegou a mão de Marta enquanto viam ela se aproximar dos muros.  

Giselle foi recebida no portão por um severo policial. Ele pediu seus documentos, e abriu o portão. Ela entrou e foi discretamente revistada.

- Por favor, siga-me. - ele pediu, a levando para dentro do terreno.

Assim como todo o resto do local, era frio e sem vida, todo envolto em concreto e cinza. Passaram por um pequeno pátio e chegaram a mais um portão, que dava a um outro pátio, fechado, e a uma terceira porta, que dava acesso ao prédio. Haviam câmeras em todos os cantos, assim como policiais circulando por todo o perímetro, vigiando a penitenciária. Torres e arame farpado circundavam os altos muros. Entrou sem olhar para trás.

O policial a levou para um guichê de vidro blindado e com grades. Atrás dele estava um outro policial, fazendo um relatório.

- Esta é a visita de Hamburg, o 32046 - apresentou o primeiro policial ao que estava no guichê.

Este olhou para cima e assentiu.

- Certo. Bom dia, senhora. Por favor, deixe todas as suas coisas aqui. Bolsa, celular, objetos de metal, jóias... tudo. Não pode entrar com nenhum objeto lá dentro.

Giselle apenas entregou o relógio e os brincos. Tinha deixado todas as suas coisas no carro de Howard.

- Agora, assine aqui, por favor. - ele entregou pelo buraco no vidro um prancheta com uma folha e uma caneta. Era um termo de visita e responsabilidade, em que ela estava ciente de todas as normas de visita da prisão. Ela assinou e entregou a prancheta. O policial disse: - Obrigado. Agora, tenha a gentileza de passar por uma nova revista e pelo detector de metais. Ele - apontou ao primeiro policial - irá acompanhá-la.

Ela foi levada para um novo portão. Passou pelo detector de metais, foi revistada novamente.

Após, foi encaminhada para dentro da penitenciária. Passou por um imenso corredor e foi levada a uma das salas de conversação por vidro blindado. Giselle ficou aliviada, pois entre ela e Michael haveria um vidro que a protegeria dele. Mas o policial disse:

- O detento 32046 está com alguns problemas de adaptação.

- Como assim?

- Ele é bastante difícil - disse o policial, friamente - Não respeita nada nem ninguém, vive incomodando, não come, já foi para a área psiquiátrica e passa muito tempo na solitária. Semana retrasada foi levado ao ambulatório porque estava com espasmos e convulsões. O psiquiatra acredita que é a abstinência de drogas e álcool...

Ela não disse nada. Intimamente, teve esperança que talvez Michael morresse antes do julgamento e antes de abrir a boca. Se reprovou por isso.

O policial abriu a porta e fez sinal para ela entrar.

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