Sejam bem vindos ao meu livro. Espero que gostem e curtam a história!
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O dia não podia ter amanhecido pior, Rita uma escrava morena, esbelta estava ainda adaptando a sua nova vida na fazenda dos Altos, situada no norte de Minas Gerais, sua história não é muito longa ou diferente, veio de Angola em um navio negreiro com seu pai e irmão, a mãe havia morrido poucos dias antes do embarque, foi separa de seus pais e irmão assim que chegou ao porto e comprada pelo Coronel Francisco e sua e sua esposa Dona Aurora. Rita ficou aos cuidados de Dona Aurora que a cuidou como filha, a ensinou a bordar a ler e boas maneiras. Não havia se acostumado a sua nova vida na Fazenda Mundo Novo no interior de Minas Gerais e uma das maiores produtoras de café. Com a morte de Dona Aurora e Sr. Francisco Rita ficou aos cuidados de sua filha Irene. Pesadelos constantes, como se já não bastasse o pesadelo que é minha vida. As vezes ouço alguém falar que sonhou com isso ou com aquilo, sempre coisas boas, o que me leva a pensar que sou a única que não sonha. Outro dia tive a conclusão de que as pessoas que se dizem sonhar, sonham porque há esperança de um dia melhor, como se acordasse e se encontrasse na situação de dono e não de escravo, deve ser por isso que nunca sonho. Primeiro que não tenho esperança nenhuma e segundo que não quero ser dona de ninguém.
- Pesadelo, de novo, Rita?
- Não, já te falei que não é pesadelo.
Dividia meu pedaço de pano com Crispim, uma criança com seus 8 anos mas as vezes parecia mais adulto que muitos na fazenda. A mãe dele morreu no parto e por sorte Sinhá Irene tinha o maior apreço por ele. Quando amanhecia ia comigo para a casa grande, ela estava ensinando ele a ler e também ensinava boas maneiras.
- Melhor se apressarem.
Zilda, a escrava mãe como a maioria a conhecia, uma senhora alta e forte que esconde atrás da máscara de bravesa, uma doçura sem igual, seus cabelos crespos com fios brancos, sua pele negra opaca devido a dura vida em frente ao fogão à lenha, ela me ensinou tudo que sei fazer dês da casa ate mesmo no cafezal, não era acostumada nos serviços domésticos, mas quando cheguei tive que aprender.
Quando era ainda muito pequena minha mãe e eu fomos sequestradas e trazidas para este país, minha mãe morreu no navio e foi jogada ao mar como tantos outros que não conseguiam chegar ao destino. Sei que o nome que meus pais me deram não é Rita, este quem me deu foi Sinhá Aurora e Senhor Francisco meus antigos donos, pais de Sinhá Irene. Senhor Francisco e Sinhá Aurora havia ido ao cais comprar um escravo para ajudar com os cavalos e acabou me levando também, disse ele não ter resistido ao pedido de Sinhá Aurora. Sinhá Aurora já estava muito doente quando me deu para sinhá Irene, disse que eu era uma boa mucama, pediu para que cuidasse de mim. Antes, era sua menina querida, como ela costumava dizer, não trabalhava como as outras escravas, sinhá Aurora me ensinava. Aprendi a ler, bordar, ate mesmo costurar, vivia como uma pessoa da família passava o dia com ela, minha vida era uma maravilha!
Quando ela ficou doente, cuidei dela, antes de sua única filha mulher chegar, sinhá Irene passou um tempo com ela, antes de sua morte. Seu enterro, foi uma tristeza enorme, eu a amava muito e a tinha como minha mãe. Minha vida dês de então estava monótoma e sem alegria havia virado um inferno.
O Barão Horácio um homem muito mal, as vezes me dava pena de sinhá não era possível que ela sentisse amor por ele, se é que realmente o amor existe, já nem sei mais. Um velho rabugento. Bom mesmo era quando ele viajava o qual já não acontecia fazia um bom tempo. Seu maior prazer era dar ordens e comprar escravos, cada novo escravo que chegava era como se ele se sentisse mais poderoso. Preferia ter ficado com o senhor Francisco cuidando dele, sinhá Aurora pensava que seria melhor ficar com sua filha, devia ter seus motivos aos quais eu não entendia.

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MORENA DE ANGOLA
RomantikMinha doce Rita, escrevo-lhe por que partirei em breve, depois do acontecido eles ficaram mais insistentes e querem me obrigar a casar com a prima Flor. Não se preocupe, não vou me casar com ela porque a única mulher que quero é você, não à outra q...