Alguns Dias

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Acordo desorientado. O relógio no criado ao lado da cama marca 18 horas. Maya está se despertando e eu ouço uma conversa vinda da sala. Lexie e Jon.

- Oi. Dormi muito? – ela pergunta vendo que eu também acabo de acordar.

- Não menos do que eu. E você? Está melhor?

- O mar realmente sugou minha alma, mas já estou bem e com muita fome.

Saímos do quarto e Lexie se preocupa com Maya, realmente. Elas conversam e eu chamo Jon para perto de mim.

- Estou pensando em fazer uma surpresa pra Maya.

- Isso seria fantástico. – ele dá quase pulinhos de alegria, mais afobado que tudo – Com certeza ela iria adorar depois de hoje mais cedo. Mas o que você está pensando em fazer?

- Um jantar, talvez.

- Nick conhece um que fica mais ao centro da cidade, porém diz ser lindo. – ele pega o celular e começa a checar algo – Mas espera aí que eu acho que tenho o nome e o endereço. – em segundos ele me entrega o celular com o número do local para eu fazer uma reserva.

Depois de desligar o telefone vou até a sala onde Maya conversa com Lexie.

- Sereia!? – chamo sua atenção e a de Lexie também.

- Ele chama você de sereia? – Lexie diz

- Parece que sim. – Jon puxa nossa amiga até o quarto dele, deixando eu e Maya a sós.

- Você ia dizendo...

- Caso, hipoteticamente apenas, eu te chamasse para um jantar, você aceitaria? – aviso com tom de brincadeira.

Ela abre um sorriso e morde o lado direito dos seus lábios inferiores.

- Só nós dois? – ela levanta do sofá passando cada braço em torno do meu pescoço.

- Só nós dois. – afirmo

- É claro que eu aceito.

Solto um suspiro, provocando uma risada nela.

Maya parece mais disposta. Passar a tarde dormindo fez bem a ela.

QUANDO A LUA SE ACENDE...

Já estamos prontos. Ela usa uma saia longa e uma blusa que mostra um pouco sua barriga. Visto algo leve como ela. Afinal, estamos na praia. Abro a porta do carro para ela e ando em passadas rápidas até alcançar a porta do meu lado.

Enquanto dirijo, Maya põe Don't Wait para tocar. A música é suave e deixa meus ombros menos tensos. De alguma forma, inventar esse jantar me deixou tenso demais. Espero que ela goste no mesmo nível que é minha ansiedade nesse momento.

Entramos para dentro da cidade, saindo da orla. As ruas estão iluminadas e vejo muitos restaurantes. Tudo gira em torno de um pequeno parque no meio com alguns bancos de madeira e uma fonte.

- Acho que é aqui. – o GPS alerta que o lugar é aquele.

Um lugar que era como eu pensava. A mesa que separam para nós tem velas e é encostada na janela que dá vista para um pequeno lago. O som do ambiente é algum tipo de violino com piano.

- E então, gostou? – pergunto bastante nervoso.

- É lindo.

Meu coração parece relaxar tanto que o peso nos ombros vai embora.

O jantar não demora de ser servido. Conversamos sobre diversos assuntos. Descubro mais sobre seu passado e ela do meu. Entre declarações que faço para minha sereia e toques das nossas mãos cortando a mesa, vejo o quanto a amo.

Mas algo invade os meus pensamentos. Uma tristeza e aflição toma meu corpo. Daqui poucos dias eu irei embora. Deixarei Mermaids Valley e não a terei mais sob o alcance dos meus lábios. Do meu corpo.

Maya não fará mais parte da minha vida.

Mas eu a amo.

Não consigo destroçar esse pensamento do meu cérebro.


Um Véu Até as SereiasOnde histórias criam vida. Descubra agora