- Já viu o tema da sua coluna esse mês? – Jane, sua colega de trabalho a segue pelos corredores assim que pisa na redação.
- Não
- "Amores platônicos. Dignos ou não da realidade?" - recitou ela dramaticamente com as mãos erguidas
- Dignos... eu colocaria "Possíveis ou não de virar realidade"- ironizou
- É para anotar a mudança?
- Não, deixa assim. Fica menos dramático e as meninas criam mais esperança. Ninguém iria comprar uma revista que diz que seu caso de amor nunca vai se realizar, como é a verdade.
- Que bom humor lindo!
- Notícias desagradáveis! Notícias desagradáveis...
- Vish. Vida pessoal ou profissional?
- Vida antiga... vida antiga. Enfim, vamos trabalhar porque meu nome é hippie, mas eu não vivo de luz!
- É isso ai! O bom humor sarcástico voltou! Bom trabalho amor.
- Pra você também.
10:30
Amores platônicos? Sério? Que coisa legal!
...
Depois de três horas se remoendo em frente ao computador da redação sem pensar em uma boa ideia de começar a coluna sobre algo tão próximo da sua realidade, Azul se encaminha para o almoço das madrinhas.
Eram quatro madrinhas, sendo que Azul era a "oficial", ou seja, aquela que será registrada em cartório como testemunha da união, a madrinha principal, a que tem mais trabalho. As outras três eram: Gwen, irmã mais velha do noivo, Katy, colega de trabalho de Fabi, e Sam, prima dela.
- Só faltava você. – Fabi estava iluminada, era impressionante como toda noiva parecia extremamente feliz, ate mesmo irritada.
- Para variar... – Disse Sam. Azulaia não gostava de Sam, Sam não gostava de Azulaia; e assim as coisas ficavam. Sam era a típica modelo da playboy: muito peito, muita água oxigenada e pouco cérebro
- Oi querida! Há quanto tempo! – Gwen, sempre muito animada e sempre com uma nova tentativa de rejuvenescimento extremamente aparente. Dessa fez foi pintar o cabelo da mesma cor que a Pamela Anderson usa.
- Azul, essa é a Katy. Ela é minha colaboradora integral. – Apresentou Fabi a menina de aparência anoréxica e cabelos oleosos
- É só uma forma gentil de dizer secretaria. – disse a menina sem graça
- E atrasada desgraçada é só uma forma gentil de dizer melhor amiga. – disse Fabi ameaçando enforcar a amiga
14:00
Conversas de casamento são as mais chatas já inventadas pela humanidade. Foi um festival de "qual será a cor do bolo?" e "o guardanapo tem que ser marfim, bege é muito démodé!" fora as indiretas do tipo: " Azul, querida, não precisa se preocupar com as flores. Eu sei que você é muito ocupada e não tem o menor jeito com a natureza". Um dia eu ainda pego a Savanna Boustreux e enfio-lhe a porrada!!!!
Amanhã será o dia da casa de festa. Graças ao bom Deus Fabi não tem muitas opções, então visitaremos duas. Se não puderem ser essas, ferrou!
...
- Você tem certeza que quer ir nesse encontro? – Max perguntava pela quinta vez, enquanto lava a louça do jantar
- Eu tenho certeza de que NÃO quero ir nesse negócio. Mas fazer o que? A Rebecca vem para...
- Tem certeza que vai obrigada?
- Ai Max eu não tenho certeza de nada na minha vida! Para de me perguntar se eu tenho certeza das coisas!
- Ta bem. Então, com que roupa eu vou?
- Como assim com que roupa você vai, com nenhuma.
- É festa de nudismo?- perguntou com um sorriso travesso
- O que? Não. Não! Não mesmo! Você não vai!
- Nossa, quantos nãos. E é óbvio que eu vou. Eu sou seu acompanhante!
Com os olhos esbugalhados virados de costas para Max, Azul só conseguia pensar em palavrões. Como se já não bastasse ter que ir à maldita festa, ainda teria que fazer isso acompanhada.
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Diário de um casamento
ChickLitQuando Azulaia Grein recebe o convite para ser madrinha de casamento de sua melhor amiga, já sabia que os próximos meses de sua vida não seriam fáceis, mas não imaginava o quanto seriam difíceis. Tendo que lidar com as investidas apaixonadas de Max...