Capitulo 5

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- Eu estava pensando que poderíamos ir no Park hoje. O que você acha? – o convite de Max a pegara de surpresa. Ela se esquecera totalmente de contar para ele sobre Will e sobre o encontro.

- É... hoje... não dá. Tenho que ir no Buffet com a Fabi, e como eu prometi a ela que iria fazer o casamento mais lindo e mais a cara dela que pudesse, tenho que ir a todos os compromissos com ela.

- Buffet? No domingo?

- Conhecidos, nada como ter conhecidos. – respondeu com uma piscada

- E de noite?

- E... de noite... eu vou sair...

- Com quem?

- Com um amigo do colégio que eu reencontrei ontem. – o ar ficou pesado, a expressão de Max não era nada agradável.

- É um encontro?

- Não sei. É um jantar, não sei se vai ter algo mais.

- Ta.

Max nunca respondia "ta", esse era o sinal mais explicito de que ele estava chateado. E Azulaia sabia disso muito bem, mas ela não deixaria de aproveitar a sua chance de ter um encontro com o homem de seus sonhos por isso.

...

- Você tem certeza que vai nesse jantar? O Max deve estar arrasado.

- Fabi você não esta ajudando! E eu espero o Willian Disport me chamar para sair há quatorze anos! Não vou desistir agora que consegui.

- É, mas não se esqueça de que quem esteve do seu lado durante esses quatorze anos fora o Max. Enquanto esse cara só te deu sofrimento, o nosso querido amigo Max só te deu alegrias.

- Fabiana não vou me prender aos anos de amizade que tenho com o Max e deixar de viver a minha vida.

- Você que sabe. Então, gostou dos docinhos?

- Sim, são ótimos.

- A Sam disse que eu não deveria escolher esse Buffet por que não é renomado, será que eles não vão gostar?

- Olha manda a Savy ir para a puta que pariu. Quem tem que aprovar a comida do seu casamento é você não essa gentinha metida a bacana do Uper East Side!

- Ta bem, eu só fico meio insegura com o que fazer. A família dele é muito chic e se eu fizer algo errado?

- Você não vai fazer nada errado. E ninguém vai te perguntar em plena festa qual o nome do Buffet.

...

A noite fora ótima. O lugar que Will a levara era simples e aconchegante. O jantar estava uma delicia e a companhia era fantástica. Os dois riam o tempo todo, o clima era calmo e ao mesmo tempo vibrante. Azul ria por tudo, jogava charme, aprendera a seduzir um homem de uma maneira que nem ela acreditava.

Ela já sabia de boa parte da vida dele. Sabia que ele tinha duas irmãs, que o pai morrera de infarto três anos atrás e que a mãe tinha uma coleção de gatos chineses de porcelana. Sabia que ele adorava o trabalho, mas que se sentia exausto a maior parte do tempo pela exigência de agradar todo mundo, que adorava jogar beisebol e que sua cor favorita era azul, por ironia do destino.

Ela contara tudo sobre si também, menos Max. Isso ela não contaria nem por um decreto. Ele já sabia que seus pais moravam na Virginia há quatro anos, que sua melhor amiga se casaria em três meses, que ela seria a madrinha e que ainda não tinha tido uma boa ideia para sua coluna do próximo mês.

- Você já teve um amor platônico? – ele perguntava comendo uma colher do petit gateau que dividiam como sobremesa. Azulaia quase se engasgou, mas espirou fundo e decidiu abrir o jogo de uma vez.

- Na verdade sim. – respondeu rindo sem graça

- Deu certo?

- Não sei ainda. Vai depender de hoje. – disse subindo o olhar

- Sou... eu? Nossa! Nunca imaginei! – ele estava quase vermelho de vergonha

- Sabe aquela aposta? Então... foi o empurrão que minhas amigas me deram para fazer algo. Eu não aceito que duvidem de mim! – respondeu, se fingindo determinada

- Acho que você já tem muito material para escrever sua coluna... – disse se curvando mais sobre a estreita mesa - pelo menos o final do seu amor platônico é feliz.

- Ah, mas ele não teve um final... – ela se aproximou e o beijou nos lábios delicadamente – ele acabou de começar...

O resto da sobremesa foi deixado de lado assim que Will a puxou para um beijo mais intenso e demorado. O sorvete já não era mais tão interessante.

...

- Eu vi vocês lá em baixo. – Fora a primeira coisa que Max disse assim que Azul entrou no apartamento, praticamente saltitante.

- E? – ela estava nervosa com aquilo

- E... que você pode fazer da sua vida o que quiser. Eu sei que depois você sempre volta para mim. – "desgraçado pretensioso!" Azulaia não acreditava que ele estava levando isso bem assim e não acreditava que ele era tão cheio de si.

Ela pensou em responder um belo "você que pensa", mas preferiu deixar como estava. Já era um milagre ele não ter dado um ataque.


06/05/12 - domingo

23:00

Essa sensação de paixãozinha do Max tem que acabar! Ele precisa de uma mulher na vida dele. Mas ele não vai acabar com a minha linda noite. Comida boa, restaurante bom, companhia boa, beijo... melhor ainda!

Essa semana vou resolver o problema da Fabi com o vestido, que aparentemente não tem o tamanho dela.

Nunca vou me casar! Quanto trabalho! 

Diário de um casamentoOnde histórias criam vida. Descubra agora