Rostos

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Mais um dia normal, mas mal sabia eu o que me aguardava.
Como de costume fui até a casa da minha avó pela manhã, pois ela já voltaria para o Interior da cidade onde morava a anos, eu tinha mais ou menos sete anos, e eu amava muito minha avó, seria difícil ficar sem ela, então eu fui até lá me despedir.
Chegando lá ela me abraça e eu fico muito triste por ela estar indo embora, até que ela se abaixa para me dar uma coisa .
- Filha, use isso, não tire ele! - diz colocando um colar com uma pedra em meu pescoço.
- Por que não, vovó? - Digo olhando- a
- Quando você crescer, vou te explicar o porquê de tudo - diz e me dá um beijo na testa
Eu não tinha entendido aquilo então fui embora de volta para casa, chegando lá minha mãe me olha e pergunta, sobre o colar, eu digo é que foi minha avó, ela hesita por algum tempo, depois volta a lavar as loucas que ela lavava antes de eu chegar.
Eu entro no meu quarto e fico lá olhando o Colar, eu estava muito empolgada em ter ganhado aquilo, era realmente bonito.
Mas quando entro no meu quarto eu vejo minhas bonecas todas jogadas no chão, eu fico pasma com aquilo tudo, paro e olho ao redor, até que vejo uma faca, mas era uma faca ensanguentada, eu simplesmente entro em desespero e Caio no chão gritando pela minha mãe, que logo chega .
- O que houve, Harley?- diz e me abraça
- Mãe, me protege, por favor! - digo chorando
Até que abro os olhos e meu quarto está todo arrumado, a faca não estava lá, foi como se eu tivesse alucinado, eu estava ficando louca, até que quando chego perto da minha boneca, um enorme cheiro podre invade, minha mãe sai do quarto, e eu continuava observando a boneca que naquele momento era podre, fedia, eu naquele instante começo a vomitar, era um cheiro tão forte que eu não aguentava, então vomitei !
Minha mãe entra e me ajuda, ela segura minha mão e me leva até a cozinha, chegando lá eu simplesmente caio, pois eu fiquei assustada com tudo.
Pedi que minha mãe tirasse todas as bonecas do meu quarto, pedi que ela queimasse todas!
Mas ela não jogou, ela guardou.
Então eu voltei até a casa da minha avó, no momento que piso dentro da casa dela ela fala.
-Eles não podem te tocar enquanto estiver com o colar, Harley! - diz e vira para mim
- De quê a senhora tá falando, vovó?- digo com medo de que ela soubesse o que aconteceu
- De nada, meu anjo, só não tire o colar! Eu te amo, Harley - diz e sai
Eu começo a chorar, pois ela estava indo embora, estava me deixando, as histórias que ela contava também estava indo embora.
Eu fico lá até que sinto alguém passar a mão pela minha cabeça, eu gelo completamente na hora, não havia ninguém ali além de mim, então eu fico parada e a mão ainda me tocava, eu fecho os olhos com força, não aguentava mais, tanto tormento.
Até que olho para cima e vejo uma pessoa de branco flutuando e passando a mão pela minha cabeça, eu fiquei assustada, até que ele abre a boca para falar e eu grito saindo correndo.
Corro muito até chegar à minha casa, lá entro correndo e fico no quarto da minha mãe, pois eu estava com medo de entrar no meu quarto, eu tava com medo de tudo, eu nao queria mais existir, uma menina de seis anos não podia sofrer com isso. Eu não queria mais minhas bonecas, eu não brincava, eu só ficava em casa. Depois de umas semanas eu estava andando pelo jardim, até que fico observando o local onde o monstro tinha se escondido, e eu observo aquele local por muito tempo, até que eu sinto uma sensação ruim e volto para dentro de casa, fico na cozinha, bebo água, mas quando vou entrar em outro cômodo, uma coisa me chama atenção, no caso, uma pessoa, eu tinha olhado de relance, depois presto bem atenção, até que vejo que era como se fosse a face de uma pessoa, mas era uma face deformada, eu naquele momento senti um medo que não cabia em mim, eu fiquei com muito medo, quase igual o medo que eu tinha do tal monstro, e então eu olhei por toda a cozinha e em todos os lugares tinham rostos, eu entrei em desespero, mas mesmo com todo o desespero, eu tinha uma certa curiosidade de saber o que eles eram, e o quê queriam.
Então eu me aproximo uns dois passos, mas não consigo mais, pois eu já tremia bastante, o medo me consumia por completo e eu só sabia chorar, mas eu chorava sem fazer movimentos ou barulho, minha face não dizia nada, eu estava de frente para um "demônio"um rosto deformado, o rosto mais feio que pode existir, era coisa de outro mundo. Se passa um tempo até que eu saio daquele transe e corro até meu quarto, fico muito atordoada, eu precisava de ajuda, precisava de alguém, mas se eu falasse o que estava acontecendo pra alguém eles me chamariam de louca, me mandariam pra um lugar de loucos, eu não seria mais feliz, porque mesmo com tudo, eu era feliz por estar com minha família!
Então eu comecei a chorar, inconsolavelmente, era uma menininha inocente pagando por coisas que ela nunca fez.
Eu chorava até que meu choro cessa quando sinto um alívio, mas ao mesmo tempo, sinto alguém passar a mão pela minha cabeça, e dessa vez eu senti meu cabelo mexer, meu cabelo ia até perto do joelhos , eram enormes, e eu fiquei arrepiada, fiquei sem acreditar, perdi as esperanças de um dia isso acabar, pois já tinha se passado tanto tempo, então eu chorei.
- calma, não chore - dizia a pessoa do meu lado
Eu levanto minha cabeça e vejo que é o mesmo homem de branco flutuante, então meu coração dispara e eu simplesmente, vejo tudo escurecer. E esse foi um dos piores dia da minha vida!

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