A sereia

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Mais um dia, mais dor, mais desespero ! As vezes penso que isso não vai acabar nem com a morte, afinal, eles são monstros, monstros vem do inferno e é pra lá que eu vou.
Eu estava sozinha na frente de casa, quando uma pessoas me chamou querendo vender produtos para minha mãe, então eu disse que ela não ia querer, já que ela nunca queria nada.
-Tem certeza ? Acho melhor você perguntar dela! - diz insistindo
-Claro que tenho, pode ir embora! - digo e a moça vai.
Eu realmente não entendia o que estava acontecendo na minha vida, eu pensava coisas corretas e concretas, que iam mudar tudo completamente, mas acontecia coisas totalmente diferentes, coisas opostas que fazia tudo se contradizer, eu odiava isso, eu estava presa em um mundo que era só meu, não era como Alice que comia um bolinho e é amiga do coelho, eu não tinha amigos, no meu mundo só tinha a rainha de copas, só tinha pessoas más, eu sei que eles nunca fizeram coisas realmente más para mim, mas aparecer e sumir, me assustar, me colocar medo, já é mais que o bastante ! E eu não aguentava mais, eu não aguentava mais ter tudo isso só pra mim, eu sentia como se eu fosse explodir à qualquer mísero momento, eu me preparava pra morte a cada minuto que passava, minhas notas escolares eram terríveis, ninguém entendia o porquê e nunca irão entender, ninguém nunca saberá, e eu preciso manter isso comigo até a morte para o bem de todos. Eu não sei se existe outros iguais a mim, mas se existisse eu teria os conhecido talvez, não sei, eu era bem conturbada, não sabia de nada, não conseguia pensar muito, perdi até mesmo a noção do tempo!
- Harley, tem que ir para escola ! - gritava minha mãe
- Estou indo! - eu falava com tédio e eu nem sabia que o que eu realmente sentia ali era tédio.
Eu andava lentamente até a porta dá minha casa, quando um arrepio percorreu meu corpo inteiro, foi como um choque e com um impulso eu olhei para trás, mas só tinha árvores e mato, até que eu decido virar e olhar melhor e só vejo um vulto indo para trás dá árvore, então viro para andar para trás, na hora vejo a mesma mulher que me levou ao país das não- realidades. Sinto meu coração parar de bater, sinto minha respiração parar, sinto meu corpo cair no chão, meus ouvidos doíam como nunca, eu queria gritar mas não tinha forças, então eu caí e entrei novamente no mundo irreal.
Eu estava caida no chão, até que levanto, mas foi uma péssima escolha, na hora em que levantei uma borboleta gigante passou por mim e acabou cortando meu braço com sua asa, sangrava como nunca, eu entrei em desespero, até que me vejo em um lago de sangue e comecei a chorar, pois o sangue tinha vindo do meu braço, e estava enchendo uma parte em que eu estava, então segurei meu braço e sai correndo, na hora em que ia passar pelo lago, uma sereia aparece e eu fico abismada com tanta beleza, me aproximo mais dela e ela sorri.
- Se machucou, florzinha? - diz ela com uma voz doce e encantadora.
- Sim - digo de boca aberta.
Ela me chama com as mãos e eu vou sem pensar duas vezes, então ela segura minha mão, mas minha mão queima na mesma hora, senti como se ela fosse fogo, então recuo, com as mãos queimadas, então ela aponta para meu braço e eu percebo que parou de sangrar e não existia mais nada ali, mas minhas mãos doíam como se eu tivesse as queimado por uns 10 minutos no fogo, a sereia ria, os seus cabelos ruivos começaram a me dar medo, então eu saí dali, com as mãos machucadas, até que ela me chama novamente.
-Florzinha, não vá, volte aqui ! - chama e eu vou, contra minha vontade, pois eu não queria ir, mas meu corpo ia - não vou mais te tocar, sabe por que ? - perguntou sorrindo
- Não, por que ? - perguntei curiosa
- Por que você vai morrer, maldita! - ela gritou e segurou minha mão - olha o que você fez comigo, assassina! - ela começava a se transformar em um mostro terrível.
Eu gritava de dor, ela segurava meus braços e eles queimavam, eu gritava cada vez mais, entrava em desespero, eu implorava para ela parar.
- Quer que eu pare ? Vou parar ! - na mesma hora ela me puxa para dentro dá água e eu não sabia nadar, começo a me debater até sentir meu corpo todo gelar, ela não me segurava mais, eu sentia meu corpo afundando, eu parava de me debater aos poucos e vi ela rindo, até q meu corpo começa a sacudir sozinho.
- Senhorita Spencer ! Acorde ! Já para a orientação pedagógica! - minha professora gritava no meu ouvido, eu estava jogada no chão dá sala sem entender absolutamente nada, então ela mandou eu levantar, assim fiz, logo em seguida me encaminhei à orientação pedagógica. Naquela sala ficava a Pedagoga mais horrenda do mundo, ela só sabia gritar e tinha olhos vermelhos que só eu enxergava, eu morria de medo dela, estava quase chorando, pois sabia que ela chamaria minha mãe e minha mãe com certeza me daria uma surra, já não bastava as notas, ainda isso, eu estava cavando minha própria cova sem meu consentimento, isso era a pior coisa do universo, eu queria gritar. Quando eu pensei em gritar, na hora abri minha boca e comecei a gritar, minha professora vinha me acompanhando atrás de mim, mas não estava tão perto, enquanto eu gritava sem querer estar fazendo aquilo, eu tentava pôr a mão na boca, mas acabava parecendo mais desesperador, até que minha professora me toca e eu caio no chão, desmaiando na mesma hora, mas eu não estava desmaiada, eu sentia alguém me carregar, eu escutava tudo, mas meu corpo estava completamente mole, como se eu estivesse dormindo, eu escutava e sentia, mas não conseguia enxergar, meu olhos estavam fechados e eu queria gritar novamente, mas não tinha forças, era estranho, eu não tinha poder sobre mim.
Eu queria morrer, mas eu amava minha família e pensava em como todos ficariam se eu morresse, então eu não podia fazer isso.
-Ela está descontrolada, ela é estranha, ela é boa em tudo, e as notas estão melhorando cada vez mais, mas ela é louca, desculpe a forma de falar, mas isso que aconteceu agora precisa de tratamento psiquiátrico! - escuto minha professora falar.
As palavras dá minha professora doeram tanto, eu queria chorar, mas não conseguia, meu coração estava em pedaços, era tão ruim vê as pessoas me chamando de louca, eu não estava louca era tudo real, tudo estava acontecendo e isso não era tudo. Eu sentia que as coisas só iam piorar cada vez mais .

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⏰ Última atualização: Jul 31, 2017 ⏰

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