A Primeira Vez

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Era mais um dia normal, como qualquer um, eu tinha seis anos de idade, nunca me tinha acontecido nada que eu podia desconfiar.
Logo pela manhã fui até a casa da minha avó, chegando lá ela me chama para me contar mais uma história sua, dessa Vez era sobre o Curupira (Curupira ou Currupira é uma figura do Folclore brasileiro. Ele é uma entidade das matas, um moleque de cabelos compridos e vermelhos, cuja característica principal são os pés virados para trás). Ela estava falando do dia em que o Curupira assobiou para meu avô, eu muito Medrosa, escutava a história atentamente, mas sempre olhando para os lados com medo de quê o Curupira aparecesse, depois de várias histórias da mata, de índios e Etc. Eu volto para casa, pensando ainda no curupira, então eu estava com tanto medo que qualquer barulho me assustava, até que anoiteceu, meu pai estava bebendo com os amigos na frente de casa e eu estava com a minha mãe dentro de casa, até que meu irmãozinho começa a passar um pouco mal, então minha mãe pede para que eu vá chamar meu pai.
-Filha, vá chamar seu pai por favor, fale que seu irmão está passando mal!- diz com meu irmão do lado
- Ta bom, mamãe!- digo com toda a minha inocência.
Quando saio pela porta de casa, meu coração bate forte, pois eu olhava para as árvores que tinham no Jardim como se o Curupira estivesse la, minha avó tinha realmente me assustado com as histórias, eu vou lá e chamo meu pai, e volto com ele, mas aí o medo passa, mas mesmo assim eu sentia alguém me observando. Eu me sentia mais segura com meu pai, mas a sensação de estar sendo observada não parava. Meu pai entra e ver o que estava acontecendo com meu irmão, e eu vou atrás, até que minha mãe pede que eu pegue um copo de água para ela, então eu vou até a cozinha, a porta e a janela da cozinha estavam abertas, e então aquela mesma sensação voltou, mas estava mil vezes pior, eu quase tremia, até que quando viro de costas, alguma coisa me faz olhar para trás, e na hora que viro estou de frente pra porta que me dava visão para fora de casa e naquele momento, o pior momento da minha vida, o copo cai da minha mão, derramado toda água, eu gelo na hora, fico paralisada, assustada, não tem como descrever aquele momento, eu estava totalmente amedrontada, eu tinha acabado de ver um ser andando no meu quintal, ele era negro, corcunda, e andava como de estivesse querendo se esconder, eu simplesmente fiquei paralisada de medo, não conseguia me mexer, ele se escondeu de trás de uma parede que tinha atrás da minha casa e eu saí correndo para dentro do quarto da minha mãe, chegando lá ela fica assustada ao me ver.
- Que foi, menina?- Diz assustada
- Pai, pelo amor de Deus, papai! Tem um bicho lá fora, ele é feio pai! Vai lá ver! - digo já quase chorando
- Tem o que lá fora? - pergunta meu pai sem intender
- Tem um monstro, pai!- dizia eu já chorando pois o medo me consumia totalmente
Assim que ele me ver chorando ele vai ver.
- Onde ta o bicho, Harley? - pergunta olhando pela porta da cozinha
- Ali atrás, papai, cuidado, papai, cuidado! - digo gaguejando
Ele vai até lá e olha e eu estava com medo de que o tal bicho o pegasse, mas ele olha, olha, olha, até que, não acha nada, e eu fico sem entender, até que depois ele me leva para dentro e tranca a casa, mas eu fico lá com ele enquanto ele trancava a porta da cozinha e então na última olhada pela porta o medo me consumiu novamente, então eu fecho os olhos em um impulso e na mesma hora vejo uma moça totalmente de vermelho me dando tchau, então abro os olhos novamente.
Depois disso eu vou dormir e quando vou apagar a luz do quarto, vejo tudo escuro por um estante como se eu fosse desmaiar, até que eu apago a luz e vou para a cama, tive um pesadelo nessa noite, foi horrível! Eu era grande parecia ter 13 anos e por onde eu olhava eu via rostos, feios, uns deformados, era um verdadeiro inferno!
Naquele dia foi o primeiro pior dia da minha vida! Minha primeira experiência com aquele ser, que a parti daquele dia me atormentava todos os dias em sonho, cada vez que eu ia dormir, já sabia que teria um pesadelo com ele, já sabia que ele víria, já sabia que, Ele apareceria novamente para me atormentar.
Eu tinha muito medo, e vergonha de falar pra alguém. Vergonha porque não iam acreditar em uma menininha de seis anos que vê coisas, podiam me chamar de louca, ou falar que eu era doente, por isso eu tinha vergonha, mas também tinha medo de quê aquele ser Extraterrestre se revoltasse e quisesse me pegar, era coisa de criança, eu era pequena, e aquele ser vivo era o verdadeiro bicho papão! O pior de todos, eu sentia um medo dele, que não cabia em mim, até nós dias de hoje ainda tenho medo dele, muito medo, ele consegue me colocar medo como mais ninguém, como ninguém consegue, ele era o verdadeiro monstro, eu queria que ele sumisse, implorava que ele desaparecesse, todos os dias eu pedia que aquilo acabasse, todos os dias eu queria que aquilo parasse, era a pior sensação do mundo, eu era apenas uma criança inocente, não podia ta passando por aquilo como uma condenada, eu só queria ser uma menina normal, só isso, queria ter sonhos normais, com princesas e Etc. Mas não com aquele monstro. Mas o bom foi que depois de vê -lo eu nunca mais senti medo de nada que não fosse ele, ele e minha mãe, só sentia medo disso! O Resto não me assustava, era uma pequenina destemida, eu já queria virar heroína, só porque não sentia medo de nada.
Mas depois de tudo, e depois de passar meses e meses implorando aos deuses que o monstro parasse de aparecer, eu finalmente consegui parar de ver ele, eu nao lembrava mais dos meus sonhos, eu esquecia tudo ! Era ótimo, porque eu não veria mais ele, eu cheguei a chorar de felicidade só porque não tinha visto ele por três noites, foram as melhores da minha vida! Mas sempre quando ia dormir ainda tinha receio de que ele voltasse, e eu tivesse outro pesadelo. Mas até que em uma certa noite, eu sonhei, com um homem velho que tentava me matar passando com o cavalo por cima de mim, e ele vinha em alta velocidade em minha direção, o ser negro me observava atentamente, até que quando o cavalo se aproxima muito, Eu acordo!
-Bom dia, Harley, vai se arrumar para ir pra escola! - diz minha mãe


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