Capítulo 15 - Encontros indesejáveis

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Sentei-me ao pé do Harry e da Jacinta, pois a probabilidade de o Afonso se atirar a mim era menor, pedi uma vodka preta para desanuviar, minutos depois o som de uma guitarra faz-se ouvir.

As luzes apagaram-se e nas paredes apareceram corações de tinta florescente, o Louis entrou no palco e começou a cantar, algumas das mechas do seu cabelo também tinham tinta, senti as minhas pernas a tremerem, o meu coração estava a mil, o meu estômago deu uma volta de 180 graus que nem bebi mais nada.

-Muitos devem-se estar a perguntar o motivo desta decoração especial… Sentem-se por favor, quero contar-vos uma pequena história. Há 3 meses atrás conheci aqui uma rapariga que mudou a minha vida para melhor, por ironia do destino convidaram-nos para actuar aqui hoje, outra vez, penso que foi uma surpresa tanto para mim como para ela. – Ele olha para mim, eu estava a roer a palhinha da bebida que com os nervos acabou por ser consumida. – A rapariga de que vos estou a falar ensinou-me muitas coisas, mas acima de tudo ensinou-me a amar, neste momento ela está a olhar para mim com uma cara de “vou-te matar” mas não quero saber, ela é a minha menina e eu tenho de lhe agradecer por este maravilhosos meses que me proporcionou. – O Louis saiu do palco e veio ter comigo, agarrou no fundo das minhas costas e beijou-me, as pessoas começaram todas a bater palmas, ao fim do beijo ele tirou do bolso um frasco muito pequeno da tal tinta e desenhou um anel no meu dedo anelar, eu já não sabia o que fazer, estava bastante nervosa, por mim abria ali um buraco e enfiava-me lá dentro. Decidi pegar no que restava da tinta e fazer o mesmo com o dedo do Louis. – Amo-te muito minha jogadora preferida!

-Eu também te amo muito meu cantor preferido de sempre! – Voltamos a unir os nossos lábios apesar desta lamechice pegada como a Jacinta diria.

Ele voltou para o palco e voltaram a aplaudir, depois disto eles começaram verdadeiramente o espectáculo. A noite foi divertida, adorei o facto do meu irmão e da Mariana ainda estarem a conversar ao fim de tanto tempo.

-Então maninho como vai isso?

-Nunca me tinhas dito que tinhas amigas tão simpáticas!

-Josh, se eu sou este doce de pessoa como é que achas que iam ser os meus amigos?! – Comecei a rir-me.

 -Que piada Bella!

-Vou à casa de banho, já volto! – Dei um beijo na bochecha do meu irmão e segui caminho.

Fui à casa de banho e tive encontro mais indesejável de sempre.

-Estavas tão bem em casa! – Falei por entre os dentes.

-Já foste mais educada…

-Como eu pagava para desapareceres de vez…

-Pena é que eu já esteja dentro demais do teu mundo! – Disse ela com um tom de gozo que me enervou profundamente, esta cabra quando estamos sozinhas consegue ser ainda mais enervante e metediça.

-Vais sair do meu caminho, ou queres que urine em cima de ti? – Ela saiu da minha frente em três tempos e para melhorar a situação dei-lhe uma encostada de ombro, que só por acaso o ombro que estava do meu lado era o que Jacinta lhe tinha fracturado na clavícula.

-Estúpida!

-Não bufes! – Continuei o meu caminho para a WC.

Fiz o que tinha a fazer, fiquei a observar-me ao espelho e para o meu dedo, com a suposta aliança do Louis, devia ser proibido fazer este tipo de coisas, nunca ninguém me surpreendeu tanto pela positiva.

Tudo o que penso vai dar ao Louis, eu só quero estar com ele, as borboletas no meu estômago ainda não cometeram suicídio, quando o vejo sinto tudo igual, a adrenalina que ela me dá ainda não passou nem mudou, tudo com ele é especial, diferente.

Ao fim de alguns minutos lembro-me que tinha um espectáculo para ver e ouvir e estava ali a olhar para o vazio e a pensar. Sai da casa de banho com um sorriso enorme.

-Ei tem mais cuidado! – Uma besta qualquer veio contra mim.

-Olha quem temos aqui…

-Mas eu conheço-te?

-Como não te lembras ó guerreira?! – Mal a criatura acabou de falar fez-se luz na minha cabeça, era uma daquelas raparigas que me bateu no inicio do campeonato, comecei a rir-me mentalmente.

-Desculpa, eu não sou pastora para saber quantas cabras me faltam…

-Vai chamar de cabra às tuas amigas! Faltam? Mas faltam o quê menina?

-Faltam… Faltam dar uma sova, minha cabra do monte. – Empurrei-a para dentro da casa de banho, por sorte estava vazia, dentro de mim já se fazia sentir uma satisfação total. Encostei-a à parede.

-Então, onde é que estão as tuas amiguinhas agora?

-Sabes que vais paga-las se me tocares!

-Ai é?

-É! – Disse ela com um ar confiante, mas as suas pernas a tremer mostravam o contrario.

-Não me interessa! – Mandei-lhe um soco no quanto da boca, aquela libertação de energia soube mesmo bem, repeti a acção no mesmo sitio três vezes, os lábios dela já estavam bastante inchados e a sangrar.

-Pára, por favor!

-E se não me apetecer? – Simulei um soco e depois ri-me na cara dela.

-Por favor, no próximo jogo vamos fazer jogo limpo e sem vinganças, prometo.

-Não sei se acredito em ti, mas tudo bem, mas só para saberes quais são as dores… – Mandei-lhe um murro na zona do estômago, ela merece saber qual é a dor.

-Ok, nós até perdemos de propósito se tu quiseres!

-Não é preciso, foi só para te mostrar que gosto de igualdade e para veres que não passas de uma coitada sem as tuas amigas para te defender! – Dei-lhe um beijo nos lábios e ela ficou em choque, nem se moveu mais, mas eu só queria-lhe tocar na zona ferida e consegui fazer dois em um, pôr-lhe mais medo e ficar com nojo de mim.

Lavei as minhas mãos ainda na casa de banho e vejo aquela idiota a pegar no telemóvel.

-O que pensas que estás a fazer? – Tirei-lhe o telemóvel das mãos. – O que se passou aqui não é para sair destas quatro paredes, faço-me entender? – Ela abanou com a cabeça freneticamente.

-Até à próxima fofa! – Saí finalmente daquelas casas de banho.

Mal entrei no recinto propriamente dito onde se decorria o espectáculo e o Louis lançou-me um olhar matador, não sei se é bom ou mau, mas pisquei-lhe o olhos e rapidamente percebi que era bom, pois ele soltou um sorriso maravilhoso. Voltei ao balcão, pedi outra vodka e sentei-me num banco alto, momentos depois vejo a outra a sair dos lavabos, ela reparou que eu a observei, limitou-se a abaixar a cabeça.

A noite já se tinha alongado e já ia no quarto copo de vodka, as músicas mais finais são mexidas, por isso podia dançar e foi o que fiz. Peguei na mão do meu irmão e arrastei-o para dançar comigo, atrás dele veio a Mariana que estava super sorridente assim como o Josh, a Jacinta acabou por se juntar a nós, estava a divertir-me imenso, já há bastante tempo que não tinha destes momentos todas as pessoas importantes para mim juntas: Josh, Louis e Jacinta, os outros vêm por acréscimo e que apesar de tudo, com o tempo até me vou afeiçoando a eles.

Estavamos todos a dançar e a rirmo-nos, mas sem mais nem menos o Louis faz uma cara de choque, ao ver a direcção do seu olhar segui-o e a minha cara de espanto deve ter ficado mil vezes pior que a dele.

Nota da Autora: Desculpem o capítulo ser pequeno, mas ando sem tempo, o pouco que tive hoje livre aproveitei para escrever, prometo que o próximo é mais longo! Espero que compreendam, obrigada por acompanharem a fic. Comentem por favor, ando a precisar de incentivo...Beijo  

(desculpem se tiver erros, foi mesmo à pressa) 

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