Capítulo 30 - Esperança

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O meu irmão dirigiu-se para dentro do hospital e eu segui-o deixando o Louis para traz.

-Por aqui. – Disse a enfermeira a apontar para o corredor da esquerda.

-Josh. – Chamei sussurrando. – Achas que é grave?

-Sinceramente acho, o carro ficou numa lastima… Sabes aquela estrada que tem todos aqueles limites de ferro porque a diferença de altura entre a estrada e o terreno? Foi nessa e o carro capotou…

-Já podias ter dito que foi grave! Eu pensei que ele tinha ido contra um muro ou assim. – Comecei a sentir-me um pouco mal, se ele morrer a minha mãe não vai ficar muito bem… Ela não vai ficar bem em saber a verdade quer do acidente quer do verdadeiro pelo qual ele ia acompanhado por uma rapariga da minha idade.

-Pois, desculpa.

-Este é o médico encarregue pelo seu pai, ele quer falar consigo. – Ela sorriu fracamente. – A menina é irmã dele? – Ela questionou com uma cara estranha como se eu não a tivesse seguido até agora.

-Sim. – Respondi arrogante e ela caminhou de novo pelo corredor e desapareceu rapidamente pelo mesmo.

-(…) o seu pai está num estado muito critico, as próximas horas serão decisivas para a recuperação. – Não ouvi tudo o que o médico disse por estar distraída mas acho que ouvi o mais importante.

-Tem calma Josh! – Abracei-o.

-A culpa é minha! – Ele falou com a cabeça em repouso no meu ombro.

-Não tens que te sentir assim! A culpa não é tua! E não achas melhor ligarmos à mãe?

-Se calhar é melhor sim.

(…)

Eu por um lado estava bem com toda esta situação, por outro estava preocupada com a minha mãe como sempre e com o Josh, penso que ele ainda não esqueceu tudo aquilo que passou no exército e agora está a sentir-se culpado.

Eu nunca me dei muito bem com o meu pai, nunca lhe desejei assim tanto mal, mas não sei se ele morrer se vou ser capaz de chorar, uma pessoa chora porque vai sentir falta, porque a pessoa que partiu era importante… Eu vou sentir falta de ele me insultar? Vou ter saudades de discutir? Claro que não, vai ser um alívio de alma, contudo ele não deixa de ser meu pai e ao sentir isto por ele deixa-me triste, porque todos têm boas relações com os pais e eu não posso se quer falar ao jantar que ele quase que me mata com o olhar… Eu só gostava de ter uma boa relação com ele, mas é impossível.

-Bella? Hey!

-Desculpa Louis! Estava a pensar…

-Queres partilhar?

-Não… Deixa para lá!

-Mas estás bem?

-Tu sabes muito bem como é a minha relação com ele, por isso…

-Mas eu sei que tu gostas dele, nem que seja só pelas memórias de infância! – Ele sorriu e acariciou-me a face e tive vontade de chorar, mas controlei-me.

Nisto passa a tia do Louis a correr e a chorar.

-Lu! Passei a tua tia…

-Para onde?

-Lá para fora, não é melhor ires vê-la?

-Então mas o que é que ela está cá a fazer? – Esqueci-me completamente que o Louis não sabia que a Ana ia dentro do carro com o meu pai.

-Ai não sei amor! Mas parecia ser ela! – Menti com todos os dentes que tenho na boca mas teve de ser.

Ele foi então atras da tia e eu acabei por ficar sozinha pois o Josh foi buscar a minha mãe a casa, ambos devem estar uma pilha de nervos, até tenho medo que aconteça algo.

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