Uma semana depois de terem chegado a Norabi, todos os preparativos estavam em ordem. Rave e Prisco ficaram muito felizes e admirados pela beleza daquele pequeno país e pelo seu povo. A ordem, o amor, o respeito pela natureza e pelos seus cidadãos, era algo novo. Diziam-se de si mesmos descendentes de povos antigos, da parte dos grandes reis. Suas casas, apesar de humildes, eram organizadas e feitas de madeira talhada, havia jardins e fontes nas ruas. Gostavam de joias, artesanato, pintura e esculturas, ainda eram chamados de bárbaros pelos poucos do norte que sabiam destes, talvez muito pela falta de conhecimento.
Sua cidade ficava aos pés de um dos grandes picos da Montanha Fria, na qual esta fazia parte de uma cordilheira que aflorava no mar a oeste e terminava a milhares de quilômetros a leste. Seus acampamentos avançados eram bem rústicos, daí talvez tenha surgido a imagem de seus costumes. A cidade secreta de Bhorn era algo que o povo do Norte não imaginava de existir. Os amigos caminhavam livres, e o tempo parecia não passar.
Integravam um povo reduzido pela guerra, porquanto não se submetiam a ninguém. Falavam de parentes do outro lado da montanha, só que devido a fera instada na passagem para o sul, não atravessavam-na. Diziam que aqueles d'além estrada possuiam linhagem direta dos antigos reis, principalmente os das casas mais nobres. Contavam sobre portos antigos no mar divisor, que ainda existiam, mas que não ancoravam navios para guerra, somente naves comerciais. Do mesmo modo não sabiam como viviam atualmente, pois havia mais de cem anos que a fera se instalara naquele caminho, cortando todo comércio e comunicação com os portos e seus parentes, já que as outras poucas saídas para o sul eram bloquadas pelos senhores do norte para eles. Este fato foi muito ruim, porque a cidade que crescia a cada ano mais naquela época, em virtude disto parou de desenvolver, perdendo a ajuda de seus antigos aliados do sul. Dessarte aceitaram a vinda dos dois amigos como uma dádiva, as expectativas eram muito grande em relação a eles, os dois perceberam o tamanho da responsabilidade.
Durante anos seguidos os norabitas enviaram grupos para caçar a fera, contudo pela falta de sucesso e escassez de guerreiros somados as defesas initerruptas de suas fronteiras, fizeram que desistissem de tentar, e durante muito tempo se prenderam apenas na antiga profecia. Agora, aparecia o grande caçador Malec e os ânimos se agitaram, canções eram relembradas e as crianças não deixavam estes um minuto se quer em paz. Mas os dois amavam os pequeninos mais que tudo, e lembravam com muita saudade de seus amigos do norte, "O grupo das Crianças de Kate". Neste momento, pensaram em sua jornada, começaram a concentrar-se na intensão de partir logo para a grande demanda.
Como se viu, a vida deste povo não era fácil e uma coisa ficava visível no pensamento dos dois garotos: Baldoc sabia da existência deles, talvez não a exata localização. O fato era que este povo também sofria como refém dos senhores do norte, entretanto não se submetiam como em parte o povo nômade e em maior proporção o da floresta. Com certeza chegaria a hora que Baldoc se voltaria para eles com a finalidade de os destruírem, só que os motivos deste porquê, que ainda não tinha sido feito é que os rapazes do norte até então não entendiam.
Naquela noite houve um grande banquete, agora era para valer. Todo o apoio possível eles receberam e apareceram alguns voluntários, principalmente os jovens que se identificaram muito com eles. Mostraram desenhos da grande criatura, relatos foram explanados, ideias de ataque, histórias de quase sucesso e no fim um homem velho muito forte para idade que possuia chamou-os para uma assembleia entre os guerreiros. Seu nome era Cabal, ele já sobrevivera a várias caçadas no passado e descreveu a criatura, como um grande tigre de uns três metros ou mais de altura, com as quatro patas no chão, medido pelo dorso, e com uma proteção de ossos, como se fosse um porco espinho, com habilidade de saltar e correr, quando se sente em perigo.
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Rave o caçador. A profecia.
FantasyLivro registrado pela Biblioteca Nacional. Rave o caçador, a profecia. Obra literária juvenil de fantasia.