Protetor

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 Filei as duas ultimas aulas e pretendo ir a um lugar onde eu jamais imaginei voltar, numa noite da minha vida, onde eu deixei de ser uma menina boba, que gostava de tudo colorido e sonhos impossíveis, encontrei um ponto de abrigo para me refugiar de tudo que sentia no momento, desabafando comigo mesma. Nessa noite, me recordo que sair de casa correndo, sem rumo, atingir uma meta de distancia tão grande que num dia normal só iria com um carro, achei uma ponte velha e abandonada, onde tinha um abrigo debaixo dela, com vários tijolos quebrados, assim como eu estava. Essa ponte era um caminho para passeios e caminhadas só que foi desativada e ficou ali literalmente desconhecida. Ia lá todas as vezes que me sentia mal, mais uma noite quando tive um outro motivo algo misterioso aconteceu. Chovia muito, eu me machuquei enquanto corria, pelas quedas que tomei e pelas minhas mutilações que eu fiz, chorava tanto que já deitando no chão, adormeci fraca e com pouco ar, acordei com um travesseiro apoiando minha cabeça, e enrolada com um lençol, do meu lado havia uma fogueira que me esquentava, eu poderia me assustar, mas minha vida ultimamente acontecia coisas inimagináveis que nada me assustava mais. Nunca descobrir o que acontecia naquelas noites em que eu chegava super mal, acho que o motivo real era eu não querer saber, incrível era que algo ou alguém sabia tudo que eu precisava no dia, e no exato momento.

Como de costume, cheguei na minha casa num horário que não tinha ninguém. Tomei um banho, me vesti toda de preto, peguei uma mochila e botei algumas coisas para comer e beber, peguei dinheiro no mini cofre de minha mãe, depois fui atrás de um táxi e me direcionei ao local. Agora estou em paz, não tenho certeza de como será minha noite, ou talvez dias aqui.

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*Caetano*

Preciso falar com Ana urgente, mas antes devo achar uma forma de saber onde ele está, pode esta mais perto do que eu imagino e a qualquer momento pode se aproximar de Ana e fazer com que ela me atinja. Ela não assistiu as ultimas aulas, saiu na velocidade da luz, que ninguém nem notou, lógico né Ana é Ana. Vou correndo para casa, fazer algumas atividades e ao anoitecer irei na casa dela. Preciso tentar me comunicar com ela, estou morrendo de saudade e sei que ela de alguma forma está precisando de mim. Meu coração está muito apertado. Chegou a bendita hora, me arrumo rápido e vou vê-la. Aperto a campainha e logo vejo um semblante triste e desesperado da Sr.Telles.

- Olá, boa noite a Ana está?

- Oi, boa, não, mais entre..

- O que houve? Está tudo bem?

- Não, não está, eu não sei desde cedo onde ela está, ela não me atende, não assistiu as duas ultimas aulas e ninguém sabe onde ela se enfiou, tem um tempo que ela não some assim e eu sei que não será só por uma noite.- Ela começa a chorar e eu sinto que algo pode acontecer hoje e ele tem haver com isso.

- Eu não falei muito com ela hoje, e ela estava normal. Por que ela sumiria assim?

- É que teve uma vez, numa noite que aconteceu um acidente, e An...- Ela foi interrompida por David que logo chega da rua e ao vê a situação já sabe do que se trata.

- Mãe, a senhora não pode contar isso, não pra ele, assim.. Tá errado. Foi mal ai Caetano, só que isso é pessoal de Ana e não sei se ela gostaria que você soubesse. O fato é que sempre que algo a machuca, ela some, mais infelizmente, ela precisa de cuidados especiais, está fraca, precisa se alimentar, e o que aconteceu com ela anos atrás, mexe muito com a mente dela.

- Eu entendo. Mas o que vocês vão fazer? Vão ficar aqui esperando o pior acontecer?

- Não sabemos e nem imaginamos onde ela deve está, envolver policia não é a melhor maneira, estou preocupado Caetano, o que posso fazer é uma busca, só que não mais que isso, é uma escolha dela e eu devo respeitar.

Naquela Noite...Onde histórias criam vida. Descubra agora