capítulo 2

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Sete anos depois...

Já fazem sete anos desde a morte de meu pai,minha vida nunca mais foi a mesma,não,mas eu não fiquei como a maioria dos garotos ficam quando perdem os pais,do tipo:eu não ligo pra ninguém....ferre-se o mundo.
Eu não vou dizer que eu não sofri,porque sim eu sofri e muito,mas a vida continua,quando ele morreu eu continuei respirando,então....

Uma semana após a morte do meu pai,fui morar com meus tios,como meu pai já havia dito,na cidade de São Carlos,meus tios são legais e sempre foram suficientemente atenciosos comigo.Me matricularam na escola Municipal da cidade,o ensino não era dos melhores,mas se esforçando um pouco dava para aprender.

Os meus primos são...vamos dizer,um pouco....eles são do tipo que ficam na deles,não gostam muito de interagir,mas uma coisa que eu admiro neles é a União,eles são apenas dois: João e luiza,a forma como eles se defendem...mesmo que meus tios venham a falecer um dia,eles não ficariam sozinhos,pois sempre teriam um ao outro.

As vezes,mesmo depois de todo esse tempo,eu lembro da garota com quem eu sonhava,a Helena,sinto falta da companhia dela em momentos como esse,em que eu estou prestes a fazer a minha primeira entrevista de emprego,bom,mais ou menos,é um estágio.Fazia muito tempo que eu morava na casa dos meus tios,e já tinha idade o suficiente para trabalhar,então resolvi procurar algum lugar ,que esteja com vaga pra garotos de 16 anos sem nenhuma experiência.

Por sorte,eu consegui um estágio,em um hospital público da cidade,eu aceitaria trabalhar em qualquer lugar,mas fiquei mais relaxado quando soube que era em um hospital,porque eu vou cursar Medicina na faculdade.

A entrevista pra o estágio tinha sido marcada para as 13:00 horas,já eram 12:57 e eu ainda não consegui chegar ,estou indo o mais rápido que eu posso,mas pra falar a verdade,não dá pra ir tão rápido com uma bicicleta velha.

Enquanto tento pegar caminho pela calçada,uma garota,completamente fora de órbita,só podia ser a única explicação,atravessou a frente da bicicleta e levou nós dois ao chão.

Caímos os dois no asfalto da calçada,ela caiu por cima de mim mas se afastou rapidamente.Quando ela tentou sair de cima de mim e recolher todos os papéis que ela vinha trazendo,as nossas testas se chocaram.

-Ai garota!-esbravejei eu.-por acaso você pretende atravessar a frente da minha bicicleta denovo? Ou me atacar com mais alguma coisa,uma granada talvez?! Porque eu não gostaria mais de ser pego de surpresa,sabe.

-ahn...desculpe,não queria....ahn eu tenho que ir,desculpe novamente.

Então ela levantou,terminou de recolher os papéis,e foi embora,me deixando ali no chão da calçada ,confuso.
Eu não fiquei confuso por ela ter ido embora,ou porque ela atravessou a bicicleta,não,eu fiquei confuso pelo cheiro....é,é estranho,mas eu conhecia aquele cheiro....

No mesmo instante que eu inalei o perfume dela,uma serie de imagens surgiram em minha mente....
Eu conversando...brincando,com uma garota de olhos azuis,....o cheiro dela...de flor de lavanda....
Helena...

Afastei esses pensamentos estranhos que eu no momento não estava com a mínima vontade de entender,levantei a bicicleta,subi, e parti Cidade a dentro em direção ao hospital.

Cheguei atrasado,15 minutos.

Graças a Deus,não tive problemas com o atraso,mas contanto que eu não chegasse atrasado no dia a dia ,no trabalho.
Isso mesmo,eu consegui emprego,e saí finalmente da associação Vaspp...:vagabundos anônimos sustentados pelos pais,
Só que no meu caso eram meus tios.

A entrevista durou mais ou menos até as 14:00,então eu resolvi dar uma passada na escola para trocar meu horário,porque eu só podia trabalhar meio período, eu estudava de manhã e teria que trocar o horário pois a partir de amanhã eu começaria a trabalhar,e era de manhã ou pra o olho da rua.

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