Acordei à base de almofadadas.Por incrível que pareça, o Carlos já estava acordado, e estava prestes a jogar um jarro de água em minha cabeça ,na tentativa miseravelmente falha de me acordar.
À todos os gritos dados por ele a minha única resposta era um simples.:
Hummhum.
E me virava para o outro lado.
Até que o Carlos disse uma coisa que me fez prestar atenção nele.:
- Pedro,meu amigo! Se você não levantar agora ,eu juro,vou te acordar à base do beijo.
Não,realmente,eu não queria um beijo do Carlos.
Definitivamente,não.
Levantei-me com um mortal duplo.
Fiz minhas higienes, coloquei o uniforme e desci.Graças ao Carlos me levantei a tempo de tomar um bom café-da-manhã,junto com todos da minha família.
Terminamos de tomar café e fomos cada um pra o seu lado específico .
Seguimos, eu e o Carlos em direção ao hospital. Quando estávamos quase na porta,o Carlos dobrou a esquina,em direção à escola.
E mais uma vez,como sempre,a Nádia estava parada na porta,me esperando.
Acho que ela já não tinha mais que me esperar,não de verdade,mas esperava mesmo assim.
E eu gostava disso.
De pessoas me esperando,se preocupando comigo.
Isso me fazia sentir ,que eu era de alguma forma,importante.
Entramos e cada um foi fazer suas tarefas,depois de combinarmos de nos encontrar na cafeteria do hospital.
A Nádia estava até que empolgada com a Juniin. Era pra isso que íamos nos encontrar na cafeteria,para falar sobre ela,discutir ideias,fazer listas de compras,planejar um modo de fazer a vida dela melhor.
Eu sei que ela só estava em coma,também sei que isso não é tão pouca coisa. Talvez eu estivesse desperdiçando chances e dinheiro,dinheiro que eu poderia usar pra qualquer outra coisa,mas eu não me importava.
Eu só queria fazer a vida dela um pouco melhor,fazer a diferença.Queria ser os seus olhos,enquanto esses mesmos ainda não estavam abertos.
Queria fazer ser especial.
Queria...que mesmo quando ela acordasse e talvez fosse embora,ela levasse alguma lembrança boa de tudo isso.
Queria que se lembrasse de mim.
E aqui estava eu, em meio à esses corredores que já me são familiares,tendo pensamentos autodestrutivos.
Sim,pensamentos autodestrutivos. Porque mesmo fazendo tão pouco tempo,eu já tinha me apegado à ela,já estava acostumado à conversar com ela,ler com ela....
Acostumado a levantar de manhã e vim ao hospital fazer o meu trabalho e depois ir estar com ela...
Ela tinha me dado responsabilidade. Tinha me dado motivação...
Tinha me dado mais um motivo para continuar respirando.
E a verdade,mesmo eu sabendo que isso iria acontecer um dia,é que eu não queria que ela fosse embora.
Talvez se eu dissesse isso à qualquer outra pessoa,ela não entenderia.
Talvez até eu mesmo não entendesse se não estivesse acontecendo comigo.
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Os Contos De Elizabeth
RomanceOs Contos de Elizabeth,como o próprio nome já diz é um livro de contos,não é um livro que tenha continuidade em cada parte.Os contos de Elizabeth aborda vários temas de forma simples e de uma maneira romântica.