Eu o olhava perplexa, e ele me retribua com os mesmos olhos confusos e perdidos. Isaac estava contorcido no chão de concreto, com os braços envoltos no tronco, e uma expressão de dor embalada no rosto que eu nunca antes havia visto em ninguém.
Será que eu teria sido a causadora de tamanha dor?
Eu era capaz de sentir raios por dentro do meu corpo, conduzindo luz e energia. Começava a não sentir o meu próprio peso, sentia fraqueza, meus olhos começavam a se fechar involuntariamente.
Sentia o meu calor fazendo contraste com o chão sempre frio, eu havia desmaiado.
***
Recobrei a consciência mas ainda estava com os olhos fechados, eu ouvia vozes que ficavam cada vez mais altas e claras conforme se passavam os segundos.
"O que aconteceu com ela?" "Saberemos apenas quando Gabriela acordar"Apertei minha mão fechando o punho e lentamente fui abrindo os olhos, deixando que a luz natural chegasse até os mesmos. A minha visão ainda era turva e via três silhuetas.
— Gabi! Você acordou. Como está se sentindo? — aquelas perguntas invadiam meus ouvidos e sabia que elas vinham de Matheus.
— Eu.. eu não sei, com dor de cabeça, muita dor. — respondi quando minha visão ficou mais clara, eu olhei para os outros dois rostos presentes e vi Isaac e Berlinda.
- — O que aconteceu comigo? — perguntei para qualquer um que pudesse me responder.
— Não sabemos, ainda. — Isaac afirmou — Mas é por isso que Berlinda está aqui, ela poderá lhe ajudar. — olhei mais atentamente para Berlinda. Ela usava uma saia azul escura rodada e solta, junto com uma regata branca de mangas curtas por dentro da mesma, com um bolso vermelho no peito esquerdo, seu cabelo estava solto e eu percebi o quanto era brilhoso e bem hidratado. Ela estava com um semblante cansado, como se precisasse se recarregar.
Matheus parecia não gostar da presença dela ali, mas não acho que havia mais espaço para desconfianças, ele apenas não gostava dela, mas eu não sabia por qual motivo.
Três pares de olhos atentos me contemplavam e esperavam que eu dissesse algo. Isaac estava como sempre em pé e de braços cruzados, Matheus estava sentado na minha frente segurando minha mão, e dei-me conta de que estava deitada sobre uma pilha de esteiras azuis que estavam encostadas na parede.
— Aquilo com o Isaac, fui eu que fiz? — perguntei com a voz frágil, que denunciava a minha confusão e o quanto estava perdida.
— Provavelmente. — Berlinda respondeu.
— Mas como?
— Ainda não sabemos, mas fique calma. Não deve haver nada de errado com você. — ela afirmou.
— Então não tem nada de errado em eletrocutar alguém? — Isaac ironizou e Berlinda o repreendeu com um olhar mortal.
— o que está acontecendo comigo? — perguntei pausadamente enquanto me sentava sobre as esteiras.
— Quando você estiver mais forte, iremos saber. Eu tenho um dom Gabi, e posso sentir as coisas. Talvez eu possa entender o que houve. Mas agora, é melhor você descansar. — Berlinda afirmou, sorriu sem mostrar os dentes brancos e andou se dirigindo a saída do galpão.
— Não! Seja lá o que for fazer, faça agora. — exigi e Linda parou de andar e se virou para mim antes de tornar a falar:
— Mas Gabriela, você ainda está frágil, não sabemos o que houve e tentar algo agora pode ser perigoso até.
— Não importa! Eu quero saber o que houve comigo, agora! — esbravejei como um cão assustado que tenta se defender.
— Você tem certeza disso? — Matheus que olhava a toda aquela cena com atenção, perguntou-me enquanto segurava minha mão direita.
— Tenho.
— Pois bem. — Berlinda disse entre suspiros - Mas saiba que não será fácil. — assenti e ela veio até mim, ficando em pé a minha frente.
— Tudo bem. Me dê as mãos. — ela pediu e soltei a mão de Matheus para encontrar as dela. — Eu quero que você respire com calma e não fique travada, tente relaxar.
Fiz o que ela pediu, Berlinda foi apertando minhas mãos e senti meu corpo todo se desligando, como se houvesse alguém dentro de mim capaz de suportar o peso dele no meu lugar. Aquilo era calmo e relaxante. Ela começou a apertar mais minhas mãos, e comecei a sentir pressão sob minhas costas.
Berlinda fechou os olhos e a pressão aumentou. Sentia como se algo despertasse em mim, algum tipo de força, que ao mesmo tempo que era boa era ruim.
Olhei para o anjo a minha frente e ela estava com os olhos negros, e pelo seu corpo passavam raios, e eu não sabia o que estava acontecendo, mas sentia algo passando pelo meu corpo, me protegendo por dentro e por fora.
Não era natural, mas era parte de mim.
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Oi!
Como está você? E a família, todo mundo lindo?
Música: Anastasia; Slash
Eu sei que prometi maratona, mas estou em época de provas no colégio e não resta tempo pra escrever. Sorry
<Da Terra para Marte. Câmbio desliga>
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Entre Anjos & Guardiões 2: A Profecia
Fantasy"No jogo do bem e do mal só um pode prevalecer [...], aquilo que é fraco e se faz pequeno mostrará sua força, e todos os homens, ímpios ou não, verão o triunfo luminoso" "Não chore pelos mortos, mas tenha medo dos vivos" Reviravoltas, perdas, dor...