A viagem

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Os moradores da mansão já estavam de pé as seis e meia da manhã, quando Rinny foi chamada na sala de refeições.

Os Krivell conversavam alto e animadamente até notarem sua presença.

- Você vai fazer uma viajem! - Disse o Sr. Krivell tão rápido e objetivo que Rinny achou ter imaginado o que ouviu.

- Como é que é? - Questionou incrédula e surpresa com os olhos arregalados.

- Estará de partida em duas semanas...

- Para onde ela vai?...

- Também quero viajar...

- Como não me falou isto antes Ralph?

Os Krivell cinco, quatro e dois estacaram, numa reação não muito diferente que a de Rinny. Ela queria fazer essas perguntas também, e mais, afinal, por que viajaria? iria sozinha como havia entendido?...

Toc, toc, toc...

Parecia que o som havia ecoado pela casa inteira. Eles estavam à metros da porta de entrada, mas o som os faziam pensar que estavam de frente para ela de tão claro que foi. Por que todos eles estavam tão espantados? Os presentes na sala calaram como se alguém tivesse apertado o botão mudo.

As batidas ecoaram novamente.

- Saiam da sala. - Disse o homem da casa olhando para a direção da porta como se pudesse vê-la através das paredes.

As outras quatro pessoas já estavam se retirando, até mesmo a esposa e filhos que pareciam afetados anormalmente, ergueram-se sem questionar.

- Você não Rinny! Fique.

A garota já estava de costas andando, sentiu um arrepio subir pela espinha ao receber o comando, parou e virou-se devagar encontrando os olhares dos Krivell's quatro e cinco nela, além disso, viu o ultimo gesto da parte do Sr. Krivell para a mulher que parecia protestar por ter que se retirar, mas obedeceu ao marido.

- Andou fazendo alguma coisa? - Perguntou fuzilando-a com os olhos, estreitando-os a cada palavra assim que estavam a sós.

- Não senhor. - Disse a garota, com voz baixa, que tipo de pergunta ele havia feito afinal? O que ela teria feito que era tão digno de uma conversa particular?

O Sr. Krivell meneava a cabeça de maneira esquisita, abria e fechava a boca, ele parecia estar com dificuldades para falar, ou estaria escolhendo palavras para isso.

- Andou ajudando alguém? Curou alguém? Roubou? Mentiu? Viu algo que ainda não aconteceu? Andou sem pisar no chão?

O que? O queixo de Rinny despencou, o bode-velho-pai estava biruta. Se ele estivesse realmente escolhendo palavras, essas são as mais erradas possíveis.

- Não senhor. - Falou quase desesperada. Sim, esta era sua resposta para quase tudo naquela casa.

- Fez alguma coisa fora do comum Catherinne ?

Espere...

- Catê o que ? - Ela só deu atenção ao que ele disse por último.

O homem calou por um momento e Rinny percebeu que suas bochechas de bode estavam esbranquiçando.

- Responda! O que andou fazendo? Bom ou ruim? Fora do comum?

- Você sabe que nada do que está dizendo faz sentido algum não é? Parece que perdeu a lucidez. Ou quer que eu perca a minha. - Rinny surpreendeu a si própria, quebrou tantas regras falando demais agora, que temia perder a viajem para sabe-se lá onde, com sabe-se lá quem, não importava, ela iria sair daquela casa.

Rinny Jay e a Armadura Do Príncipe Onde histórias criam vida. Descubra agora