Três horas mais tarde, eles estavam em um voo, no jato particular, ninguém falou nada, ninguém questionou, ninguém seria louco o suficiente para confrontar Ralph Dyttamoun Pompeo Krivell. Ele estava como nunca visto antes, as roupas eram as mesmas, mas a postura era irreconhecível, até os cabelos estavam um tanto desalinhados fora do impecável que ele sempre fazia questão de exibir.
- Papai... Para onde estamos indo? - Krivell número cinco perguntou, John era o único fora o pai, cujo o nome não começava com "B" e "E". Ele também não havia puxado a cara-de-bode-velho da mãe. O que era uma pena, pois ele quebrava a regra que Rinny havia criado sobre "como deve ser um Krivell " e ter a cara-de-bode-velho era indispensável! Assim como ser naturalmente arrogante, mas o pequeno era galãzinho "vamos ver quando crescer", era o pensamento de Rinny... Porém, a diferença ia apenas até aí, a parte do "naturalmente arrogante", o menino esbanjava, John tinha apenas oito anos, mas já era uma perfeita pedra no sapato.
O Cara-de-bode-velho-pai, não respondeu. O que fez Rinny sair de seus pensamentos sobre a família e focar apenas nos mistérios do chefe da casa.
Toc, toc, toc...
"O que está acontecendo?", agora as batidas eram mais insistentes, não parou na terceira vez, se não estivesse tão preocupada, ela teria contado. Assim que parou quis perguntar, eles estavam em um jato... Espera. Eles estavam em pleno ar. Como isso seria possível? Sua língua coçava, mas teve que se conter pois recebeu um olhar severo do Sr. Krivell. As batidas voltaram... Dezoito. Como... Seus pensamentos foram anulados com um berro atrás dela.
Berlyan gritou assustada quando o jato sem aviso prévio começou a tremer. Rinny segurou os braços da poltrona com todas as suas forças, apertou os olhos e fez a única coisa que podia, e sabia que surtia resultado... Ela começou a orar. Calafrios subiam e desciam por todo o seu corpo, a garota pedia desesperadamente a Deus que não permitisse que algo de ruim acontecesse naquele voo, pedia que protegesse os Krivell, cada um deles, que a protegesse também. Que os anjos da guarda estivessem ali por todos eles.
- Pouso de emergência!!! - Gritou o Krivell pai, Rinny notou a coloração roxa em seu rosto. Procurou as feições dos outros, certamente que estavam com tanto medo quanto ela, na verdade, não seria exagero se mudasse para "apavorados tanto quanto ela."
Vinte seguidas. Vinte batidas, não seria o copiloto batendo na porta?... Não, claro que não, era da porta de entrada do jato que o barulho vinha.
Entrada...
Repetiu a palavra incontáveis vezes na mente. Tinha alguém... Algo... Do lado de fora.
Escutava os gritos agudos de Berlyan, o choro do pequeno John, o desespero de Belmin, os alto-falantes também transmitiam algo. O piloto falava alguma coisa sobre pousar na estrada... Ela não ouvia tais detalhes. Tinha alguém batendo na porta do jato, alguém do lado de fora... Isso a importava.
Sentiu um impacto brusco quando as rodas do jato encontraram o chão, enquanto o pássaro gigante ia perdendo velocidade, ela ia agradecendo à Deus, em seu íntimo, tudo parou, ninguém mais falava nada, um silêncio ensurdecedor rompeu ali. Rinny olhou para trás novamente, viu os quatro Krivell's paralisados pelo medo, o cabelo escovado das damas estavam uma bagunça, os olhos da Srª Krivell estavam perdidos em lágrimas. Berlyan estava em uma poltrona atrás de Rinny o irmão pequeno ao lado dela, totalmente em choque, assim como a irmã, que tinha as unhas encravadas no estofado do encosto da poltrona de Rinny, a mesma colocou sua mão sobre a de Berlyan e a alisou, a magricela ergueu a cabeça piscando atordoada, completamente desconsertada e surpresa, quando elas se encararam, Rinny quis de todo o coração pronunciar que estava tudo bem. Que havia passado. Mas não disse, então tentou acalmar a outra pelo olhar, enquanto segurava sua mão em uma tentativa de mostrar apoio. Berlyan pareceu entender, assentiu em um movimento quase imperceptível controlando a respiração. Nenhuma das duas desviou o olhar, Rinny continuava segurando Berlyan pela mão, aquela que a tratava com tanto desprezo. Mas estava feliz, realmente feliz por ter a cara-de-bode-velho-filha, bem, assim como os outros.
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Rinny Jay e a Armadura Do Príncipe
AdventureRinny Jay é uma adolescente de 16 anos, vive em uma mansão exuberante e pomposa com a familia Krivell. Porém, é uma menina simples, apesar de todas as regalias que poderia ter, é negado a ela qualquer tipo de gentileza. Sra. Krivell diz que "de bom...