O Trem-bala

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Os vidros da janela revelavam a escuridão que se despedia convidando um novo dia a iniciar. Estava tão ansiosa que o despertador não foi necessário. O lobinho dormia do seu lado em cima da cama, parecia um travesseiro com a cabeça escondida na pelagem branca, cinza e preta, macio e quente. Assim que sente a nova dona se mexer ergue a cabeça com seus olhinhos azuis e orelhas pontudas atentas.

- Está tudo bem, eu só vou me arrumar para o... Primeiro dia de aula. - Cochichou, sorrindo para as paredes de tão alegre. Era tudo completamente novo, para quem estudou a vida inteira em casa.

- Então, o que acha de Hugo? - Perguntou ao filhote de lobo, para todo nome que Rinny dava ela fazia uma cara pior, se não fosse loucura pensar que um lobo revirava os olhos, Rinny poderia afirmar que viu o bicho fazer isso. - Tudo bem... Vamos escolher outro. Agora venha. - Disse vencida pelo animal, depois de se arrumar, tomar o café da manhã e organizar a mala nova, ela desceu com o mascote para o hall da hospedaria, para aguardar Stevin. Observava a calmaria ao redor, Jardim Dular era encantadora, tudo limpo, as cores claras e suaves em contraste com os móveis lustrosos de estofados carmesim, mas para um lugar como aquele, estava vazio, se não fosse pelos funcionários e eles...

- Pronta?

Assente para um Stevin muito empolgado, até mais do que ela.

Ele levanta a mão suavemente e o malão de Rinny ergue no ar.

Ambos se despedem dos que estão ali, Rinny olha para o salão guardando máximo de detalhes sobre o local, plantas por todos os lados deixando tudo mais aconchegante, o aroma adocicado, uma claridade que dava a impressão de que ali nunca iria anoitecer, a decoração elegante e simples, os tons de pastel das cortinas, os sofás e poltronas vermelhos que combinavam com a saia do uniforme da única moça que trabalhava naquele lugar.

- Nós vamos trasladar? - Rinny quis saber ao chegarem na porta da hospedaria.

- Não. Virão nos buscar... - Stevin para de falar ao ouvir uma tosse forçada ao lado.

- Licença, poderiam me confirmar se aqui é o ponto de partida para Filadélfia? - Um homem de baixa estatura com vestimentas extravagantes, pergunta.

- Sim, mas, aqui é o ponto de uma aluna, a Srtª Ágata Catherinne Jay, e até onde eu sei, a não ser que seja da família, não pode ir junto com ela. - Stevin falou como um bom tutor.

- Ah, é claro, entretanto, está em minha carta de professor que eu devo esperar na travessa Alcachofra, número 407. Que no caso. É aqui!

Rinny fita atentamente os dois, Stevin fecha o cenho, pega a carta da mão do homem e arregala os olhos, Rinny espia o papel se inclinando discretamente para a direita, passou os olhos pela carta e sentiu falta de algo, ela só não sabe ainda o que era...

- É. Parece que sim... Bom, deve ter sido um engano... Ah, mas, fique a vontade. - Stevin interrompe sua linha de raciocínio.

- Fico, muito grato, senhor.

- Sei... Disse que era professor? Nunca o vi em Filadélfia.

- Ah, na verdade, sou auxiliar da senhora Abigail Sambel. - Disse o homem com uma relevante nota de orgulho na voz.

Stevin ficou boquiaberto. Não disse mais nada, parecia em espécie de transe, Rinny voltou-se para o outro homem e se espantou por pegá-lo encarando-a.

- Sou Tarsio Gadóx. - Disse estentendo a mão para ela, pelas costas de Stevin.

- Olá, sou Ri...

- Ágata Catherinne. Eu sei, basta olhar para você. É um inexplicável prazer conhecê-la. - Concluiu, sorrindo. Rinny se remexeu um pouco desconfortável, ensaiou um sorriso, estendeu sua mão para apertar a dele que estava suspensa no ar.

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⏰ Última atualização: Nov 27, 2016 ⏰

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