Dropping the mask

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[Narração]

A sede do Clube fora revistada minuciosamente por cada um dos oficiais. Em pouco, a festa se desfez e aqueles que não eram membros se apressaram para ir embora. Os Filhos da Anarquia foram proibidos de entrar na sede enquanto os oficiais faziam seu trabalho e isso só os deixou ainda mais aflitos e inquietos. Discutiam com os policiais a todo momento e simplesmente não aceitavam o fato de estarem passando por tamanha desonra.

A polícia liberou o local após algumas horas de busca sem sucesso. Não encontraram nenhum tipo de narcótico e então seguiram com o procedimento de arquivar a acusação e emitiram um aviso ao Moto Clube. Haviam deixado a sede transtornada do teto ao chão. Estava uma algazarra completa. Móveis espalhados, papéis revirados, garrafas quebradas e demasiada sujeira.

Os próximos dias que se seguiram trouxeram à mesa apenas discussões e suspeitas de quem estaria tentando incriminá-los por algo que não estavam envolvidos. Desconfiavam de algumas gangues e resolveram se encontrar com os One-Niners, um grupo Afro-Americano com o qual desenvolveram alianças há algum tempo.

— Laroy. –Clay disse, estendo a mão para Laroy, o líder dos One-Niners.

— Clay. Jacskon. –Laroy disse cumprimentando Clay e em seguida o Vice-Presidente do clube, Jackson Teller. Ele acenou para um de seus comparsas e este abaixou o volume da música para que pudessem conversar sem transtornos. – Então, o que precisam?

Os One-Niners e os Sons Of Anarchy marcaram o encontro em um dos desertos que circundava a cidade. O local era afastado e quase inacessível, por isso havia se tornado um alvo frequente para tais tipos de reuniões, onde não seriam vistos e nem interrompidos. Embora fossem gangues aliadas, a tensão entre os dois grupos sempre existia. Laroy e Clay conversavam frente a frente, enquanto um círculo era formado ao redor deles, onde os motoqueiros e os negros se encaravam, trocando olhares e sempre com as mãos na cintura, acariciando seus revolveres e pistolas, prontos para puxar o gatilho a qualquer movimento suspeito.

— Recebemos um aviso da Polícia Local. Denunciaram o Clube por tráfico de cocaína. Reviraram a sede, mas não encontraram nada, porque não estamos e nunca estivemos envolvidos com narcóticos, você sabe. –Clay explicou e Laroy assentiu.

— Tenho alguns olheiros em sua área e conseguimos algumas informações sobre o que anda rolando por lá. Não temos certeza, mas eu... Eu não hesitaria em atirar primeiro e confirmar depois. –Laroy disse e seus olhos pareciam transbordar fúria. Ele cerrava os punhos e sacudia a cabeça em negação. Seja lá quem estivesse por trás disso, era muito odiado pelos Niners.

— Mayans? Sério? Não pode ser. Cara, eu não acredito! Malditos, Marrons! –Jax gritou dando um chute no pneu de sua moto, fazendo-a cambalear e por pouco não cair.

Os Sons começaram a murmurar e a resmungar. Pareciam surpresos, mas não tão surpresos, pois haviam considerado os Mayans. Os Mayans são outro Moto Clube. São um grupo de Latinos, a maior parte Mexicanos. Desde muito tempo são grandes rivais dos Sons Of Anarchy, pois assim que fundaram o Clube, desrespeitavam a organização territorial já demarcada. Cada uma das gangues tem seu espaço, o que significa que cada uma das gangues já têm seus compradores e consumidores fixos. Dessa vez estavam tentando comprometer os Sons com algo que não estavam envolvidos.

— Não entendo. Por que estariam tentando nos comprometer com narcotráfico? –Clay disse como se perguntasse a si mesmo.

— Vamos trabalhar nisso. Se eles estão tentando algo contra vocês, isso nos afeta diretamente. Precisamos pará-los. Só me diga a hora e o local, estaremos lá. –Laroy disse apertando a mão de Clay.

[Elizabeth]

Eu organizava a caixa registradora agrupando as notas semelhantes, sempre de olho na movimentação da boate, tentando perceber qualquer olhar estranho em minha direção. O bairro fica em uma área suburbana da cidade, e vez ou outra, algum delinquente aparece tentando tumultuar. Nos últimos dias eu sentia-me muito distante. Meus pensamentos estavam sempre sobrevoando e pairando sobre lembranças e mesmo que algumas destas lembranças me agradassem, o sentimento de melancolia sempre estava presente.

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