Querido NÃO Diário:Uma porta na cara é sempre bem-vinda.

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Estava na aula de biologia avançada–talvez eu lembrasse de como era legal dissecar coisas–que infelizmente eu fazia com a dupla de demônios.
Tá, nenhum dos dois tinha feito nada, mas quem me faz sentir vergonha é uma pessoa má.
Mesmo que involuntariamente.
E mesmo que eu fosse tipo melhor amiga do Arthur no futuro.
A professora estava separando as duplas, fazendo o típico discurso de que esse ano seria diferente e blá.
Mais uma coisa típica que ela disse, foi que ela ainda separaria os níveis e que nem todos que estavam naquela aula, necessariamente seriam dela.
Eu sei que é típico porque eu meio que voltei no tempo...né?
Molly apenas ficou com cara de paisagem, já que ela não estava realmente prestando atenção.
Ela colocou a Molly com o Arthur–o que a fez expor sua dancinha da vitória quando ele não estava olhando.
Minhas esperanças se amplificaram quando Cauã estava livre.
Beleza que ficarmos no mesmo nível já era difícil–Cauã tinha suas fraquezas, que não eram poucas–mas não custava sonhar.
Fiquei numa expectativa maior quando ela falou o meu nome...
...e o do Théo.
Eu queria gritar já que todos–menos eu, Cauã e Tatiana(e acho que Théo também, já que eu vomitei na camisa dele)–estavam com as duplas que queriam.
Bufei quando ele se sentou ao meu lado e franziu o cenho.
Acredite:não é pior que alguém vomitar na sua camisa preferida do Green Day.-disse ele e deu uma risadinha, prestando atenção na aula.
Balbuciei um "Eu vou socar esse garoto" para Molly e tentei não ficar deprimida quando tive que dissecar um sapo.
Eles são mais nojentos que baratas.
Depois que a aula terminou, decidi correr para ver o quadro das atividades extra-curriculares e tentar ficar em uma que gostava.
Saí em disparada, atropelando algumas pessoas no caminho.
Quando estava chegando perto do quadro, ouço uma batida e depois algo como uma dor...
...e caio no chão.
Eu tinha batido a cabeça em um armário e o dono do próprio me olhava com uma mistura de preocupação e diversão.
Quando minha visão se focalizou, vi Théo.
Você está bem?-perguntou ele e depois riu.-Não tenho mesada suficiente para um hospital.
Revirei os olhos e me levantei.
Não tinha como fechar a porcaria do armário?!-perguntei e ele levantou as mãos em rendição.
Calma lá, estressadinha.-disse ele.-Não sou eu que corro por aí e não olho para frente.
Bufei.
Podia ter fechado.-disse e ele deu uma risada sarcástica.
Podia, no passado.-disse ele e fechou o armário, parecendo entretido com a minha raiva.-Na próxima eu também proíbo as bebidas alcoólicas.
E saiu com um sorriso irônico.
Parece que ele é sim um demônio.-disse e caminhei, com a mão na testa, até o quadro, escrevendo meu nome em costura e customização.
(...)
VOCÊ O QUÊ?!-praticamente berrei quando chegamos na casa de Molly.
Eu ia ficar sozinha!-protestou ela.
Eu odeio fotografia!-disse.-Não consigo chegar no ângulo perfeito e muito menos sei editar algo.
Desculpa!-disse ela e fez a cara do gato de botas.-Por favor?
Não.-disse e ela continuou insistindo até que explodi.-TÁ!
Isso!-disse ela.-Ainda bem, porque eles já pegaram o papel.
Eu te odeio.-disse e ela riu.
Eu também te amo.-disse ela.
Entramos no apartamento dela e percebi que a mãe dela não estava em casa, já que ela suspirou.
Minha mãe não está em casa...-disse ela.-...de novo.
Olhei para ela e ela bufou.
Não me olhe como se você me abraçar a qualquer momento.-disse ela.-A coisa é tão frequente que você nem sente mais falta da pessoa.
Não devia ser assim.-disse e ela deu um sorriso amargo.
Mas é.-disse ela e mudou a expressão.-Vamos tentar aprender algumas coisas sobre fotografia?
Aí foi a minha vez de bufar.
Ela riu e me empurrou, obrigando-me a uma sessão de tortura.
(...)
Era o primeiro dia da aula de fotografia e Molly parecia estar surtando.
E se ele achar que eu estou seguindo-o?-perguntou ela e eu dei de ombros.
Mas está.-disse e ela deu uma risada nervosa.
Mas ele não pode saber.-disse ela e respirou fundo, entrando na sala junto comigo.
A primeira coisa que eu reparei foi que o professor tinha cara de maluco.
A segunda foi que seriam aulas práticas, o que praticamente anulava alguma chance de eu me dar bem naquela aula.
A terceira foi que eu queria matar Molly agora mais do que nunca.
Percebi que havia ficado em pé tempo demais, chamando uma certa atenção para mim.
Tem algo a dizer?-perguntou ele e eu dei um sorriso amarelo, negando.
Olhei para meu lado e percebi que Molly já havia se posicionado estrategicamente do lado ao lado de Arthur, me deixando com cara de pastel.
Nem percebi onde havia me sentado, pois apenas coloquei a minha mochila em qualquer cadeira que estivesse vazia e tentei permanecer com cara de interessada.
(...)
Bem interessante.-disse Molly com um sorriso enorme, fazendo-me entender que não estava falando comigo.
O Arthur–tímido como sempre–concordava com a cabeça com a maioria das coisas loucas que ela falava.
Você não está segurando uma vela-disse uma voz conhecida, que logo vi que vinha de Théo.-está segurando a tocha olímpica.
Ele deu uma risadinha e saiu andando na frente.
Revirei os olhos e percebi que era verdade.
Olhei meu relógio e percebi que a aula de costura e customização iria começar em um minuto.
Incorporei o flash e corri para aula que seria do outro lado da escola.
(...)
A professora parecia que estava possuída.
Ela dava instruções para gente–lê-se berrando–e às vezes vinha uma certa chuvinha.
Ela disse para costurarmos um vestido–da cor e decote que quiséssemos–longo e com barra reta.
Algumas garotas pareciam ter se arrependido–metade da sala.
Outras pareciam ter escolhido aquela atividade apenas para não ficar sem nada para fazer.
Outras pessoas dormiam.
E outras–como eu, secretamente–pareciam acostumadas com a pressão.
Ela começou a falar sobre alguns tecidos que aprendi na faculdade–então coloquei 50% de atenção na aula.
Decidi tomar uma providência quanto à minha situação sobre espaço-tempo:iria tentar voltar para 2016.
Caso não conseguisse, mudaria algumas coisas no meu passado, mas nunca alterando o futuro.
Tá, talvez algumas coisas.
Não, não iria mudar nada, minha vida era perfeita.
Não era?
A aula terminou e eu me levantei rapidamente, ainda frustrada por ter que passar por tudo isso novamente.
Como andei o mais rápido que pude, acabei batendo em alguém, derrubando a minha bolsa e algumas coisas.
Você de novo.-bufou a pessoa em quem esbarrei e vi que Théo quando ele se abaixou para me ajudar.-Você é muito aérea.
Tenho mais preocupações do que imagina.-disse terminando de catar minhas coisas.
Esqueceu esse caderno.-disse Théo me estendendo um caderno e vi uma coisa inusitada.
Era o meu caderno de desenhos.
Todos os meus vestidos desenhados–em 2016–estavam ali, o que me fez pensar que era um presente dos deuses.

Todos os meus vestidos desenhados–em 2016–estavam ali, o que me fez pensar que era um presente dos deuses

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Dei um enorme sorriso e de repente num impulso abracei Théo.
Obrigada!-disse e ele franziu o cenho e deu uma risadinha, como se achasse graça daquilo.-Isso...minha vida está aqui.
Ele arqueou uma sobrancelha e eu continuei com um sorriso no rosto, atônita com aquilo.
Tenho que ir!-disse de repente e saí em disparada.
Talvez isso me ajudasse no caminho de volta para minha vida.
A vida que eu batalhei para ter.
HELLOOOO MEUS CARAMELOSSSS!
Bom, espero que tenham gostado!
Caraca, somos mais de mil!
Gente, eu não consigo acreditar que em um mês a história conseguiu alcançar tantos leitores assim.
Pode não ser um grande número pra algumas pessoas, mas pra mim significa muito, então...OBRIGADA! =)
Eu amo muito vocês!Obrigada por sempre me ajudarem a continuar meu sonho, a continuar com a minha paixão.
Espero que tenham gostado!
Bjusssssss moooito caramelizadoss!
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