Acordei no dia seguinte com a minha boca seca, minha cabeça gritando e um pouco de enjôo.
E assim proporcionei a primeira ressaca da Luana.
Pelo menos não seria no meu aniversário de dezoito anos.
Ressacas em aniversários são bem piores do que ressacas por experiência.
Levantei da cama e fui até o banheiro para jogar água gelada no meu rosto.
Escovei meus dentes duas vezes e comecei a mascar chiclete de menta.
Não estava nem um pouco afim de ter que explicar para minha mãe o porquê da minha dor de cabeça e minha cara de morta.
Tomei um banho gelado (tentei acordar com ele) e vesti a roupa mais confortável do mundo(lê-se moletom) e liguei o ar-condicionado.
O quê?Usar moletom no Rio, só no ar-condicionado mesmo.
De repente comecei a ouvir muitos gritos, decidindo ir ver que dia era e que horas eram para meus pais estarem gritando tanto.
3 de Abril, 13:00.
Li a página do dia no meu diário, querendo confirmar o que iria acontecer.
...e foi hoje que meu pai saiu de vez de casa.
Entrei em pânico e comecei a sufocar.
Não iria passar novamente por aquilo sozinha.
Liguei meu computador com a maior pressa do mundo, colocando no MSN.
Online.
Comecei a digitar a mensagem mais desesperada que podia (a mensagem refletia o que eu estava sentindo) e enviei, agora com medo de outra coisa.
GóticadoLinkin_18:Eu preciso que você veia pra cá o mais rápido possível. Eu vou te contar tudo que está acontecendo comigo e o que está prestes a acontecer. Molly, juro que não estou brincando!Eu estou desesperada e precisando da minha melhor amiga.
Eu precisava contar tudo para Molly.
Como eu explicaria a situação dos meus pais, incluindo a parte em que meu pai sairia de casa, sem falar que sabia de tudo que aconteceria?
A Molly tinha que saber;não podia mais esconder esse segredo sozinha.
A resposta de Molly veio durante os segundos em que fiquei pensando sobre tudo.
RuivaLouca_18:Vou descer para pegar um táxi agora.
Em exatos dez minutos, Molly chegou na minha casa.
Corri até a porta da frente, já que meus pais com certeza não atenderiam Molly naquele momento.
Assim que abri a porta, me deparei com uma Molly de pijama e com uma sacola de doces na mão.
O que é isso?-perguntei rindo.
Como eu não sabia o porque de você estar desesperada daquele jeito, trouxe doces achando que você estava assim por um cara.-disse ela e eu sorri.
Eu realmente sentia falta daquela ruiva.
Não é por causa de um cara.-disse e ela arqueou uma sobrancelha.
Luana, se o desesperador que você falou não existir...-disse ela e de repente ouvimos gritos da minha mãe.
Não é desesperador?-perguntei e ela não falou nada, só ficou com uma expressão preocupada.-Vem comigo.
Fomos até o meu quarto e eu estava preparada para contar-lhe tudo.
Contei desde o início, mencionando que tinha vindo ao Rio com 29 anos (não disse o motivo), que tinha acordado no dia seguinte com 17 anos, que sabia tudo que iria acontecer e podia mudar tudo isso.
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Querido NÃO Diário
Ficção AdolescenteLuana é o exemplo de mulher bem sucedida na vida:tem o emprego dos sonhos, é desejada por homens que são os príncipes encantados de seus sonhos e tem um corpo que as mulheres vivem fazendo mudanças para ter;a palavra infelicidade não existe em seu v...