A semana passou voando, e todas as vezes que eu aparecia na praia lá estava o Alexandre, não nos falamos mais, apesar de sempre estarmos trocando olhares e gestos obscenos um pro outro.
—Queria saber até quando você vai ficar nessa? – perguntei quando o vi se aproximar.
—Quando você deixar eu te levar pra jantar! – disse sentando-se na areia ao meu lado.
Tenho que admitir que meu interesse pela praia aumentou depois que conheci o Alexandre, amava ficar provocando ele.
—E quem disse que quero sair com você? – perguntei me deitando na toalha e colocando os óculos escuros – Você sempre foi assim Alexandre?
—Não esqueceu meu nome! – exclamou sorrindo e que sorriso – Assim como? Gostoso?
—Presunçoso! – disse e rimos – Mas agora é sério, podia jurar que você era hétero…
—Mas quem disse que não sou? – perguntou, me deixando confuso.
—E porque tá me chamando pra jantar? Qual hétero convida outro homem pra jantar?
—Não deve ter conhecido héteros descentes…
—Você não foi um deles. – disse sorrindo – Aquela brincadeirinha idiota no clube…
—Já pedi desculpas…
—Não, não pediu! – disse olhando incrédulo pra ele.
—Não? Bom, desculpa. – disse piscando e sorrindo – Vai sair comigo?
—Com qual intuito, já que você é hétero? – perguntei olhando um homem que passava ao meu lado, ele era simplesmente a coisa mais deliciosa, depois do Alexandre, que eu já vi na vida.
—Amizade, e também… dá pra prestar atenção em mim? Sou muito mais lindo que esse homem!
—Claro que é… Quero dizer… – fiquei envergonhado enquanto ele abria um sorriso maior ainda – Ok, me encontra aqui as 8 horas!
—Ok, Leãozinho! – disse se levantando.
—Me chamou de quê? – perguntei desviando atenção do homem.
—É um apelido carinhoso! – disse rindo – Esse seu cabelo me lembra uma juba de leão.
—SAI DAQUI! – gritei vendo ele se afastar – E NÃO SE ATRASE!
—OK, LEÃOZINHO! – berrou de volta chamando a atenção da praia toda.Uma coisa tenho que admitir o Alexandre é muito bonito mesmo, o tipo de Gay padrão GGGG do sonho de todos, não tenho muita certeza sobre o GGGG, mas que ele é egocêntrico o suficiente ele é. Sai da praia e fui direto pra casa encontrando o segundo homem da minha vida na sala, jogado no sofá dormindo, meu irmão Murilo é exatamente o oposto de mim, hétero, malhado, cabelo cortado estilo militar, extremamente bruto e faz faculdade de hétero, ops! Direito. Não resisti ver ele todo largado daquele jeito sabendo que o Bruno é apaixonado por ele, tirei uma foto e mandei e logo depois subi pro meu quarto.
As 8 horas em ponto lá estava o Alexandre, mais lindo ainda, ele assim que me viu correu e me abraçou, eu estranhei tanto, tipo, nós temos algum tipo de intimidade?
—Você tá lindo Leãozinho. – disse sorrindo e me largando.
—Definitivamente você não é hétero. – falei enquanto andávamos – E para de me chamar de leãozinho… Aonde vamos?
—Num bar muito legal, Leãozinho – disse me arrastando pela orla eu apenas revirei os olhos.
Quando chegamos eu já deveria ter imaginado que isso acabaria no bar dos meus pais, mas não deixei de ficar surpreso. Ele me arrastou a uma mesa e nos sentamos enquanto eu via minha mãe me olhar e cutucar o meu pai.
—Você bebe o que? – perguntou olhando o cardápio que foi especialmente decorado por mim.
—Campari. – disse e ele fez cara de nojo, chamando o garçom ele pediu um Campari duplo pra mim e uma cerveja pra ele – Você sabe que lugar é esse?
—Sei sim, é maravilhoso não é? – perguntou sorrindo e mais uma vez tenho que grifar o quão lindo é o sorriso desse homem – Descobri aqui por acaso…
—DROGA! – falei um pouco alto de mais quando vi meu pai trazendo nossos pedidos.
—Que foi criatura? – perguntou olhando pra trás no exato momento que meu pai colocava as coisas na mesa fazendo um barulho estridente.
—Qual o seu problema? – perguntei olhando pra ele.
—Não vai me apresentar o seu amigo? – perguntou ainda encarando Alexandre que me olhava sem entender nada.
—Pai esse é o Alexandre que como o senhor disse é meu AMIGO. – disse enquanto Alexandre estendia uma mão pra cumprimentar meu pai que exibia um sorriso cínico.
—Vou chamar sua mãe. – disse meu pai.
—O senhor está maluco, criatura? – perguntei nervoso – Sai daqui! - disse empurrando ele.
Meu pai sempre foi ciumento, do tipo que procurava defeitos em todos os meus namorados.
—Seu pai é garçom daqui? – perguntou como se entendesse tudo – Não precisa ter vergonha e…
—Meu pai não é garçom daqui. – falei interrompendo – É o dono e mesmo se fosse, não sentiria vergonha nenhuma.
—Hum… Interessante. – falou olhando pra trás e meu pai continuava lá nos encarando – Qual o problema dele?
—Ele acha que você é algum ficante ou coisa parecida.
—HAHAHAHA. Não seria má ideia.
—Sabe o que eu acho? – perguntei apontando um dedo no peito dele – Você é muito mal resolvido com sua sexualidade!
—Você leva as coisas bastante a sério. – falou e depois ficou olhando pro teto como se pensando por um momento. – Me fale sobre você
—Não tenho muito o que falar. – disse tomando um gole – Tenho 23 anos, curso administração e só!
—Na verdade, eu não sou daqui. – disse atraindo minha total atenção – Nasci nos Estados Unidos e vim pro Brasil a 7 anos atrás…
—Porquê? – perguntei vendo sua expressão mudar drasticamente, ele ficou sério e pensou muito antes de responder.
—Um dia eu te conto. – falou e depois deu um sorriso – Mas posso te adiantar que não matei ninguém.
—Ufa, foi a primeira coisa que passou na minha mente! – ri e continuei – Você tem namorado?
—Já falei que sou hétero. – disse revirando os olhos – Mas, respondendo sua pergunta, não tenho NAMORADA.
—Desculpa, sua heterossexualidade é muito confusa. – falei vendo minha mãe olhando e sorrindo – Vamos sair daqui, conheço outro lugar pra gente ir.
—Deixa eu pagar a conta! – disse puxando a carteira.
—Não precisa! – falei arrastando ele no exato momento que vi minha mãe se aproximar.
—Qual foi o motivo da pressa? – perguntou enquanto andávamos pela orla.
—Você deveria me agradecer. – disse acendendo um cigarro – Meus pais já estavam imaginando várias coisas. Eles tem pressa em me ver namorando… Se soubessem o que eu apronto nas boates…
—Não seria má ideia a gente namorar! - disse sorrindo.
—Você é definitivamente mal resolvido com sua sexualidade.
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O Salva Vidas (Romance Gay)
RomanceUm conto sobre o amor, redenção, perdão, aceitação e acima de tudo sobre a paz depois da dor. Embarque na história de Alexandre e Math. ATENÇÃO, OBRA REGISTRADA, TODOS OS DIREITOS RESERVADOS, PLÁGIO É CRIME. REVISÃO : Yasmin Barradas CAPA POR : @H...