Por Alexandre
Por um momento eu jurava que seria rejeitado mais uma vez, acho que não aguentaria, eu preferia morrer ao ser rejeitado por ele, mas, graças a Deus, ele me deu apenas mais um motivo pra gostar dele. Quando eu descobri que tinha HIV achei que minha vida tivesse acabado, amigos se afastando, vizinhos olhando torto, o meu emprego eu decidi largar, sou formado em gastronomia e não seria nada justo continuar num trabalho onde coloco a vida de várias pessoas em risco, como eu agradeço pelos pais que eu tenho, sempre me apoiando, sempre... Nunca me virando as costas.
Dentro do banheiro do meu quarto eu tento a todo custo parar um sangramento nasal que começou do nada, não estava adiantando pressionar com papel higiênico, já estava começando a me desesperar quando do mesmo modo que surgiu, foi embora.
Respirando aliviado me joguei no sofá. Os sintomas estão voltando, mesmo com o medicamento, às vezes, são tonturas, diarreias mas, sangramento nasal foi a primeira vez.
Antes não me preocupava, eu não tinha um motivo pra querer estar vivo, pode parecer um drama, mas é exatamente isso, agora eu tenho ele, com seu sorriso perfeito, seus cabelos que tem cheiro de hortelã, não sei como ele consegue essa proeza.
-Alô?
-Me conta tudo - disse minha mãe do outro lado.
-Eu contei a ele que tenho HIV...
-OOH meu filho não fica assim, um dia você...
-Ele disse que não se importa... - falei interrompendo o falatório dela - E estamos juntos!
Ouve um momento de silêncio do outro lado e depois um grito estridente:
-AAAAAAAAH isso é maravilhoso, e temos outra notícia maravilhosa pra te dar!
-Diga! - falei animado.
-Você sabe que a empresa do seu pai vai abrir uma filial aí, no Brasil, não? - falou e eu podia visualizar ela sorrindo.
-Não, mas... - agora foi eu que dei um grito - VOCÊS ESTÃO VINDO?!
-Sim meu amor! - falou com a voz embargada - Depois de 7 longos anos!
-Estou tão feliz! - disse pulando pela casa - Vou ir falar com o Math, depois te ligo, beijo!
Vesti uma camisa qualquer e já ia saindo quando senti uma forte dor no estômago, corri pro banheiro e fiquei lá cerca de 10 minutos, e quando sai não tive mais animação pra ir.
Porque isso tinha que acontecer comigo? Deitado chorei, chorei pensando na morte, chorei pensando no Math, na minha família, chorei pensando na vida.
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O Salva Vidas (Romance Gay)
RomanceUm conto sobre o amor, redenção, perdão, aceitação e acima de tudo sobre a paz depois da dor. Embarque na história de Alexandre e Math. ATENÇÃO, OBRA REGISTRADA, TODOS OS DIREITOS RESERVADOS, PLÁGIO É CRIME. REVISÃO : Yasmin Barradas CAPA POR : @H...