4° capítulo ✓

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Acordei ao som de Stitches do Shawn Mendes, antigamente eu dançava essa música com a maior felicidade, agora que virou meu despertador eu tenho vontade de apagar ela do mundo.

Buguei jogando o cobertor para o lado e desliguei o despertador com a maior raiva do mundo. Por que tão cedo, Deus? Me levanto da cama e percebo que Luiza já saiu. Credo, ela acorda mais cedo ainda? Ela é uma mutante que não sente sono?

São seis horas da manhã, falta uma hora para as aulas começarem, então tenho tempo suficiente. Caminho para o banheiro e levo um susto com o espelho. Não com o espelho exatamente, mas comigo. Nunca estive tão feia, acho que esse colégio é radioativo, me transformou num zumbi.

Passei uma água no rosto, não melhorou muito, mas fazer o quê, não é? Penteei o cabelo e fiquei mais aceitável. Primeiro dia nesse lugar e já vão me achar que vim do lixão.

Abri o guarda roupa enquanto tirava a blusa que eu estava usando e peguei a blusa do uniforme, vesti ela e uma legging e... maravilha! Estou parecendo uma nerd. Revirei os olhos para a minha imagem no espelho e fui novamente para o banheiro.

Escovei os meus dentes e passei um batom claro matte. Abri a minha mala para ver se eu estou esquecendo de algo. Achei uma caneta jogada no fundo dela e coloquei na minha mochila. Provavelmente, eu não vou fazer nada nas aulas de hoje. Qual é, meu primeiro dia num colégio interno, eu vou pelo menos aproveitar para conhecer o lugar, não ficar estudando.

Eu pensei em comer alguma coisa, mas não faço ideia de onde seja o refeitório. Por que ninguém nesse lugar pode servir de guia, hein? E por que esse lugar está tão vazio?

Fiquei andando pelos corredores com a minha mochilas nas costas, não está nem um pouco pesada, mas pela minha expressão qualquer um poderia dizer que estou carregando 20kg nas costas.

Estou com fome!!! Preciso me reabastecer, onde fica essa droga de lugar?

Viro mais um corredor e vejo uma porta grande azul, com uma placa escrito refeitório em cima. Levantei as mãos para o alto e fechei os olhos.

Deus ouviu minhas preces! Não é hoje que vou morrer de fome. Abro a porta e me surpreendo com a quantidade de pessoas presentes. Tem mais gente aqui do que o número de pessoas que morreram na Segunda Guerra Mundial.

Vi uma lanchonete no canto e fui andando até lá, mas no meio do caminho alguém me gritou.

- ANNY!

Eu olhei para os lados e encontrei Luiza acenando para mim com um sorriso enorme no rosto. Ela estava com um grupo de pessoas numa mesa mais afastada, então ela já estuda há mais tempo.

Deve ser por isso que saiu mais cedo, pode ter ido encontrá-los.

- Oi! - a respondi no mesmo tom, gritando.

Que maravilha, chamei a atenção desses animais.

- Vem cá. - devolve da mesma forma.

- Cinco minutos. - mostro os dedos da minha mão e ela concorda com a cabeça.

Ainda estavam nos encarando, mas eu apenas dei de ombros e Luiza ficou rindo. Cheguei na lanchonete e todos pararam de me encarar, voltando a fazer o que estavam fazendo antes de eu aparecer. Assim até eu me acho importante aqui, só que não. Esse povo que é curioso mesmo.

Tinha uma menina na minha frente, mas ela logo pagou a moça e chegou a minha vez. Senti até uma satisfação dentro de mim, não posso perder o privilégio de estar aqui, encontrei a última coxinha. Ela estava destinada a ser minha.

- Essa é a coxinha do destino. - aponto para ela e a moça me olha confusa. - Ela é pra ser minha. Eu a quero, por favor.

A moça ri e coloca ela num pratinho laranja.

Anny Stuart Onde histórias criam vida. Descubra agora