3° capítulo ✓

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Acordei com batidas na porta e minha mãe gritando no corredor. Um belo jeito de acordar, não é?

- Anny, vá se arrumar, eu disse que teríamos visitas hoje. - ela bate na porta mais uma vez e eu coço meus olhos enquanto bocejo.

- Ah não, isso significa que eu não posso parecer um mendigo? - me levanto da cama e saio do quarto.

Ando pelo corredor com um pé só, tentando tirar minhas meias dos pés. Depois desço as escadas e encontro ela na cozinha.

- O que disse? - ela me olha enquanto faz algo para o café da manhã.

- Não posso parecer um mendigo que tem uma casa? - me sento à mesa e cruzo meus braços sobre ela.

- Exatamente, coloca qualquer roupa usável e bonita. - ela bebe um copo de água e solta uma risada.

- Droga... - reclamo pensando em alguma roupa que seja ao menos decente. - Quem vai vir?

- Sua tia Karine e seu tio Karl.

- Ah, então, não tem problema nenhum em parecer um zumbi que saiu da cova há dois minutos. Eles já me viram assim milhares de vezes. O Luka vem também? - Luka é o meu priminho de 6 anos, filho da Karine e do Karl.

- É, ele vem sim. E estou morrendo de medo dele achar que sua querida prima virou uma doida varrida. - ela fala me caçoando e me entrega um prato com panquecas.

- Ele supera isso. Todo mundo passa por essa situação pelo menos uma vez na vida, não? - dou um sorriso de lado e pego o prato me levantando da mesa. - Vou subir para arrumar.

- Cuidado com esse prato, Anny! - ela grita enquanto subo as escadas.

Me sinto uma malabarista segurando o prato para ele não cair, abro a porta do meu quarto e coloco o prato em cima da escrivaninha. Escolhi um short branco não tão curto, e uma blusa com um Bob Esponja desenhado. Calcei um chinelo de dedo e me sentei para comer. Liguei a televisão e estava passando um programa em que Lorenzo, um adolescente que ficou famoso recentemente estava fazendo uma entrevista. Depois que comi, peguei meu celular e dei uma olhadinha nas horas. São quase duas da tarde, eles provavelmente estão chegando.

Desliguei a televisão, e desci as escadas com o prato, lavei ele na cozinha e coloquei no lugar.

- Viu, mãe? Consegui a proeza de não quebrá-lo. - falo irônica apontando para ele e ela ri, enquanto assiste uma novela. Eu me jogo no sofá e fico assistindo com ela. Preciso dizer que essa é, com certeza, a pior novela que já existiu. A campainha toca e ela vai abrir a porta. Eu me sento no sofá e ouço a risada de Luka, eu chamo ele que vem correndo até mim.

- Luka, como vc está lindo! - abraço ele que retribui bem apertado.

- Você também está, Anny!

- Obrigada! - eu disse apertando suas bochechas e olho para meus tios.

- Oi, tia Karine! - falo abraçando ela e logo nos solto.

- Oi querida, está bem? - a Karine me ajudou muito na questão da morte do meu pai, ela é uma ótima conselheira e passou um tempo conosco aqui em casa.

- Estou sim, e você?

-Também estou. - ela dá um sorriso e sai andando com minha mãe pela casa. - Sabe, Ellen, acho que você mudou isso de lugar...

- Tio Karl! - grito e fazemos um toque com as mãos que criamos quando eu era mais nova.

- Olha só se não é a minha sobrinha preferida! - ele diz quando terminamos e rimos.

Anny Stuart Onde histórias criam vida. Descubra agora