8° capítulo ✓

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Terceiro dia de aula, eu diria que estou aguentando bem. Ainda não matei ninguém aqui. Tudo bem, eu tenho que levar um caderno hoje, preciso anotar as coisas senão vou reprovar, e eu não quero isso.

Eu vou dormir mais um pouco, a Luiza ainda nem acordou, não sou eu que vou levantar primeiro. Ela sempre acorda o mais cedo possível e nem abriu os olhos. Isso nem tem lógica.

Começou a tocar uma música do Bob Marley, não gostei dessa, mas se ela gosta... quem sou eu pra discutir gosto do outros, não é?

Ela se levantou e me cutucou.

— Vamos Anny, terceiro dia de aula! Anima aí, amiga. — ela começou a me balançar quando eu não me mexi.

— Nem a pau eu levanto dessa cama pra ver o professor de biologia de novo. — resmunguei.

— Vamos lá.

Ela disse me puxando para me levantar, mas eu caí no chão e me deixei dormir lá mesmo. Acordei com duas pessoas fazendo cócegas em mim e gritei:

— Para! Caralho, Gabriel. — gritei com ele quando abri os olhos e o vi rindo.

— Mano, hoje é o dia de ver como a Larissa ficou, levanta daí antes que a gente perca. Mesmo que ela deva ser um arco-íris ambulante uma hora dessas.

— Nossa, verdade.

Me troquei e escovei meus dentes. Peguei um caderno e uma caneta. Quando eu disse que não sabia por que passei de ano, é porque eu não anoto nada no caderno. Mas em compensação eu estudo em casa, no caso daqui, no quarto.

Saí e não tinha ninguém no quarto, os trouxas nem me esperaram, fui direto pra sala, senão eu chegaria atrasada.

Sentei em uma cadeira próxima à janela e a Luiza chegou junto com os seus amigos e sentaram em volta de mim. O lucas sentou na minha frente e virou pra mim:

— O que você tem em planos para fazer hoje, hein?

Quando ele perguntou isso a classe toda virou para mim e eu disse:

— Vocês vão saber na hora certa.

A aula de matemática ocorreu bem até um certo momento em que eu comecei a conversar com a Luiza e não paramos mais, a professora ficou muito irritada e veio reclamar. Ela é a mesma professora que eu deitei na mesa no primeiro dia de aula.
(foto da Luh na mídia)

— Posso saber o que vocês duas estão conversando durante a minha aula?

— Claro! — eu me prontifiquei e ela cruzou os braços.

— Então diga para todos aqui na frente.

Andei até lá enquanto ria.

— Primeiramente, comentamos sobre o fato da matemática ser uma matéria que devia dar uma "stoppada" numa certa época que agora já devia estar evoluída pra estudo das tecnologias, não precisamos mais fazer contas. Oxe, vou usar essa matéria em quê? Em segundo lugar, que você não deveria dar aula de matemática, mas sim de biologia, porque fala mais sobre a natureza do que tudo. “Essa árvore tem quatro metros de altura”, “Qual a circunferência do rio em que vivem os patos da tia Júlia...” muito blá, blá, blá. E em terceiro lugar, ela falou que é raro encontrar professoras novas falando sobre matérias velhas e chatas, tipo matemática, de muitos anos atrás. Aí eu falei que panela velha é que faz comida boa. Não tem nada a ver, aí a gente começou a rir igual duas idiotas.

Todos riram e a professora ficou sem entender, porque eu falei muito rápido. Mas ficou bem brava por eu ter inventado tudo isso em menos de um segundo.

Anny Stuart Onde histórias criam vida. Descubra agora