12° capítulo ✓

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Acordei com o maldito despertador de sempre e jogo meu celular no chão. Levo um susto e me levanto correndo. Pego ele do chão e vejo se quebrou a tela, não... Ainda bem, graças a Deus. Levantei as mãos pra cima e dei dois pulos. Vou colocar isso longe de mim a partir de hoje.

Eu troco de roupa, estou mais uma vez com esse uniforme, pelo amor da madrugada... Calço um sapato qualquer e pego a minha mochila. Percebo que Luiza não está no quarto, será que não chegou ainda? Estranho.

Eu saí do quarto e fui andando para o refeitório calmamente. Eu vi os amigos do Gabe em uma mesa, e os amigos da Luiza em outra.

Que dívida cruel... Em qual mesa eu me sento? Quer saber? Vou sentar em uma vazia. Peguei o meu café da manhã e me sentei sozinha. Eu vi Gabe junto com os outros fazendo alguns gestos com as mãos, estavam falando sobre alguma coisa muito interessante. Depois disso ele chamou os outros quatro que estava em outra mesa. Eles se sentaram e continuaram a falar sobre o tal assunto.

Mordo meu lábio inferior, estou nervosa. Agora o bonde todo vai ficar estranho comigo para sempre. Mas tudo bem, aqui no colégio eu tenho meu plano secreto e não vou falhar. Terminei de tomar o café e saí do refeitório. Eu fui para a sala de matemática e fiquei na mesa pensando sobre o que tenho que fazer hoje. Tenho duas aulas de matemática, história, química e educação física. Ou seja, posso aproveitar e tentar perguntar a ele sobre o que ele disse no corredor.

O engraçado dessa escola é que eles prezam a frase: façam exercícios físicos! Temos bastante aulas de educação física e podemos ter treinos extra com o Henrique. Portanto, posso ir falar com ele qualquer hora do dia.

Será que ele não tem vida social? Vai saber, não é? Peguei um caderno e fiquei desenhando o caminho do meu quarto até o quartinho de limpeza. Preciso pegar as chaves e também preciso ir até a sala da diretoria para pegar o número dos dois professores, já que não está na supervisão, deve estar na sala da Júnia.

— Anny, questão 13 da atividade, pode me dar a resposta?

— Não. — falo no modo automático enquanto me concentro em desenhar.

— Você não está nem prestando atenção na minha aula, vou ter que te mandar para a diretoria. — Karla suspira e sinto os olhares da turma inteira sob mim.

— É só me mandar ir, que eu vou. É simples. — levanto o meu olhar para ela que cruza os braços.

— Pode ir, agora.

Eu me levanto do meu lugar e jogo o caderno dentro da mochila junto com a lapiseira e a caneta que eu estava usando para desenhar. Eu saí da sala e fui andando para a diretoria. Eu passei pela secretária e abri a porta encontrando Júnia lendo alguns papéis.

— E aí, diretora. Cheguei para alegrar o seu dia. — falo me jogando no sofá da sala dela.

— O que está fazendo aqui, Anny? Você tem que bater na porta e esperar que eu permita a sua entrada. — ela me olha por cima dos óculos e eu reviro os olhos.

— Para quê tanta formalidade?

— Não é formalidade, isso se chama educação.

— Olha, eu vou ser direta, eu fui expulsa da sala de matemática por estar desenhando ao invés de prestar atenção. 

— Duvido que a Karla tenha te enviado para cá apenas por estar desenhando. — ela retira os óculos e os coloca de lado na mesa.

— Vai lá conferir com ela, já que você não acredita em mim. — eu dou de ombros e ela arrasta a cadeira para trás se levantando.

Anny Stuart Onde histórias criam vida. Descubra agora