Capitulo - 5

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   Olhei para trás e não vi ninguém, eu estava completamente sozinha, mas como? Sentir uma dor forte na parte da trás da minha cabeça, olhei em volta e não havia nenhum movimento, nenhum barulho nada, para onde ele havia ido? Respirei fundo com a possibilidade de aquilo ser apenas um jogo, sumir e depois apenas atacar o cordeiro. Um grito agudo estrondou meus ouvidos, corri à frente. Eu só precisava sair daqui, ir para casa, deita na minha cama e acorda na manha seguinte, viva.     

   Continuei caminhando tentando encontra o caminho de casa, ou algum lugar com pessoas que não quisesse me matar. Disquei o numero de Hayley no visor e logo o celular vibrou na minha mão com uma nova mensagem “seu celular esta sem sinal, tente mais tarde”. Joguei o celular no bolso da jaqueta colocando minhas mãos dentro em seguida. 

    Um barulho de pinéus raspando no chão de arreia fez meu coração salta de nervosismo, sentir que por alguns momentos parou de bater, um Bentley Continental GT preto parou do meu lado, engolir seco, depois de tanto correr não havia mudado nada, todas as coisas ruins que passaram na minha cabeça minutos atrás agora haviam voltado a me atormentar. Os vidros do lado do motorista abaixaram, não seria nenhuma surpresa que um cara com uma cicatriz enorme na testa estivesse do outro lado, mas não era ele para a minha surpresa.  Um garoto de cabelos pretos com uma pele morena exibiu seus dentes, sorrindo, o mesmo garoto da noite passada no bar.  Não sei se eu sorria de felicidade por não ser o cara que queria me matar ou se eu corria afinal eu mal o conhecia.

– O que você faz por aqui? – Perguntou. Sua voz era serena.

– Não é da sua conta. – Forcei um sorriso, caminhando. O carro lentamente ia acompanhando meus passos.

– Essa parte da cidade pode ser muito perigosa, você sabia disso? – Olhei o seu rosto, ele agora estava serio, parecia nervoso, saiu do carro vindo ao meu encontro – Sua cabeça. – Disse, levando sua mão até a parte de trás da minha cabeça seu toque era suave – Você ta sangrando. – Mostrou sua mão, as pontas de seus dedos manchadas com o liquido vermelho, sangue.

          Era como se eu tivesse me dado conta do que havia acontecido, toda a lembrança, o porquê eu havia corrido tanto antes de chegar até aqui, sentir meu sangue queimar, levei minha mão na cabeça, sentindo o sangue escorrer entre os dedos, o cheiro forte já começava a predominar o local.

– Hoje não é meu dia de sorte. – Sentir as lagrima brotarem nos meus olhos. O garoto alto na minha frente passou seus braços ao redor me abraçando forte, como se quisesse me proteger e me fazer esquece tudo de ruim que havia acontecido essa noite.

– O dia não acabou ainda, isso pode mudar. – Apoiei minha cabeça no seu peito, pela primeira vez essa noite me sentindo segura com um estranho.

    Ele permanecia focado na estrada à frente, suas mãos estavam firmes segurando o volante e a cada dois segundos ele olhava o retrovisor.  Ele não perguntou nada do que havia acontecido apenas me colocou no carro da melhor forma possível, era como se soubesse que eu não queria mais toca nesse assunto, que isso faria uma tortura para mim mesma relembrando o que havia acontecido. A luz do poste afora invadia o carro iluminando seu rosto e pela primeira vez pude ver como seu rosto era delicado, como se fosse feito a mão, seus olhos pretos como o céu depois da meia noite, seus cílios eram grandes e curvados dignos de dar inveja a qualquer menina da sua idade, abaixo seu nariz fino e pequeno junto de seus lábios avermelhados.

– Você esta bem? – Ele perguntou quebrando o silencio, seu olhar continua na estrada fixo e serio, balancei a cabeça em sinal de positivo. – Você não parece bem.

– Tirando a dor absurda na minha cabeça e que eu estou no carro de um estranho, tudo parece normal. – O canto de sua boca se levantou, formando um quase sorriso.

– E porque você gostaria de saber meu nome? – Perguntou.

– Porque temos nome para isso, para se apresentar quem sabe. – Olhei seu rosto e ele parecia esta se divertindo com tudo aquilo, pensei em como eu talvez estivesse parecendo uma idiota, primeiro entra no carro de um estranho e agora questionar suas atitudes.

– Não gosto que saibam meu nome. – Ele virou o carro na Woodruff Avenue, passando em frente do Station Park, estávamos a apenas dois quarteirões de casa, finalmente eu poderia chegar à casa a salvo.

– Da ultima vez que me apresentei a uma garota, ela revirou meu facebook atrás do meu status de relacionamento, então se você tá atrás disso é melhor me pergunta. – Acrescentou em tom de deboche.

   Preferir vira meu rosto e ignora essa reposta patética, imaginei o que Hayley pensaria de tudo que aconteceu hoje à noite, ela provavelmente iria me bater e me perguntar por que eu a deixei ir embora se o melhor da noite foi quando ela partiu. Ele diminuiu o carro entrando na Swanston Street, estacionando em frente um prédio velho azul marinho.  Ele apoiou seus braços no volante, virando seu corpo para me encarar.  

– Não vai me convidar para subir?  – Seu olhar estava fixo em mim. 

– Não. – Disse rude. – Mas obrigado pela carona. – Sai do carro indo até a entrada do prédio, empurrei a porta, seguindo até a escada. O barulho da porta abrindo se fez no saguão, olhei pra trás e vi o garoto vindo em minha direção. 

– Onde você pensa que tá indo? – Franzi a testa. 

– Andei pensando no que você disse – Passou na minha frente, subindo as escadas. – Sobre não subir e pensei que talvez você estivesse mentindo ou coisa do tipo, sabe aquele joguinho que toda garota faz. 

– Eu não estava fazendo nenhum joguinho. Não seja ridículo. – Meus passos eram largos e rápidos tentando-o o acompanhar, porque diabos ele estava no meu prédio, porque diabos ele ainda estava falando comigo? Era para ele me deixar em casa e ir embora. Só isso. Sentir minha palparas pesarem, e a visão ao redor borras, passei minha mão na parede a procura do corrimão, coloquei as mãos fixas nele segurando firme, agradeci minha mente por saber exatamente onde ele estava. Á dor atrás da minha cabeça palpitou, um grito agudo saiu da minha garganta, “eu não aguento mais” falei para mim mesma. Minhas pernas pesaram e eu sabia que iria cair, antes mesmo disso acontecer, sentir duas mãos grandes na minha cintura, um som longe perguntava algo para mim que eu não conseguia entender, tentei foca meu olhar no mesmo garoto que me salvo da outra vez, estava do meu lado, me segurando, me colocando em seus braços como uma criança.

         Ele me levou em seus braços até a porta a frente, ouvir a chave virando no trinco em seguida abrindo-a com o pé, olhei seu rosto ele estava sereno, serio, mas não demonstrava nenhum nervosismo. No sofá próximo a porta ele despojou meu corpo.

– Você tá bem? – Colocou-o minha cabeça com cuidado sobre o sofá, analisando-a. – Você continua sagrando. – Ele levantou, indo em direção à cozinha, levei minha mão na cabeça, ele tinha razão meus cabelos perto do local agora estava úmido de sangue. Ele voltou em seguida com um saco de gelo em suas mãos, colocou em meu pescoço, até então eu não avisa sentindo nenhuma dor no local, mas então me dei conta da dor onde o rapaz havia segurado meu pescoço.

– Então... Apartamento 169, um bom numero. – Forcei um sorriso, fazendo-o sorrir exibindo seus dentes brancos, com um pano em uma de suas mãos ele colocou embaixo da minha cabeça. Fechei meus olhos, sentindo o sono chegar, tentei abrir os olhos pela ultima vez e vi sentando sobre a mesa de centro a minha frente, o garoto que eu não conhecia até então, seus lábios estavam curvados quase em um sorriso “Zayn” ouvir o dizer, “Me chamo, Zayn” Fechei meus olhos, dormindo com essa ultima imagem. 

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