Com licença, com licença, com licença.
Sexta-feira era o dia que todos da cidade resolviam tirar a noite para se divertir, menos eu, que trabalha o dobro dos dias normais. Com o bar lotado era difícil conseguir andar sem esbarrar em alguém a cada dois passos, mais difícil ainda com uma bandeira sobre os braços.
Com licença, com licença, com licença.
Passei sobre um casal que dançava ao fundo do novo lançamento de Jason Derulo “talk dirty” o garoto alto e moreno exibia circulo vermelho em volta de sua boca e sua cara de desejo pela garota, demonstrava que aquilo provavelmente acabaria em sexo. Rolei os olhos, seguindo o caminho até o balcão onde Ben estava servido algumas pessoas, ele parecia atordoado tentando atender todos ao mesmo tempo, mas o sorriso em seu rosto demonstrava o quanto estava se divertindo com tudo aquilo.
– Elizabeth, eu não te pago apenas para observar. – Disse me olhando sentar sobre um banco de couro preto, giratório a sua frente.
– De todas as gorjetas que recebi hoje, deduzir que você está me pagando muito mal. – Franzi a testa, girando meu corpo sobre o banco, Benjamin levou suas mãos ao cabelo, seu corte novo deixava seu rosto mais a mostra que o normal. Para ser sincera nunca vi Benjamin com cabelos curtos ou nada do tipo, de todos os anos seu cabelo sempre esteve de tantos jeitos que iria do meu odiar ao amar, como ele próprio diz, a mudança é algo necessário.
– Liz minha garota, isso é hora para conversa sobre um aumento? – Girou seu dedo indicador ao redor. – Quem sabe mais tarde. – Sorriu maliciosamente.
– Você não presta sabia? – Esse era Benjamin que todas as garotas da cidade conheciam a cada dez palavras, nove ele estaria usando para flerta com você.
– Algumas pessoas já me disseram isso. – Levantou a lateral de sua boca, exibindo seus dentes em um sorriso.
A noite permaneceu agitada, todos continuavam a beber e dançar como se madrugada não tivesse fim. Passei as mãos no avental na cintura, vermelho cereja, a espera do felizardo ou felizarda que iria fazer o próximo pedido.
Ao longe Dixon exibia seu sorriso perfeito seus dentes brancos com sua pele morena dava um contraste impressionante. Seus ombros largos faziam a camiseta com o logotipo do bar tão pequena, que chegava a ser engraçado já que suas pernas não contém a mesma quantidade de músculos. Em uma de suas mãos estava um bandeja e ele fazia toda a tarefa que minutos atrás eu executava com dificuldade. Tudo para ele era tão fácil, que eu diria que ele já estava trabalhando aqui há anos, e não há apenas duas semanas. Ele piscou seu olho esquerdo para mim passando entre as pessoas dançando com a batida da musica. No fundo havia um garoto magro esquio com cabelos pretos, uma de suas pernas estava encostada sobre a parede, seus braços entrelaçados sobre seu peito, com uma camisa cinza com as mangas pretas que vinham até seu pulso, junto de calça preta com um rasgo no joelho esquerdo, qualquer pessoa que usasse aquilo em um bar noturno eu poderia jurar que não teriam uma noite de sucesso com as garotas, não nessa cidade, já que noventa por cento de todos os caras daqui adoram mostra partes de seu corpo para ter sucesso, mas aquele garoto em especial parecia não querer mostra muito, já que todas as partes de seu corpo estavam escondidas com panos. Ele mudou seu olhar para mim, me observando por alguns segundos, mudei minha visão para o balcão, sentir minhas bochechas queimar, sem saber como reagir não conseguir segura a tentação de olha-o mais alguns segundos, que agora pisava com suas botas pretas, vindo ao meu encontro. Engolir seco. Ele sentou no banco a frente, colocando seus braços longos sobre o balcão.
– Gostou do que viu? – Sorriu olhando-o me. Sentir minha boca fica seca.
– Na verdade não tenho muito que avaliar. – Disse sarcástica. Sem ao menos se importa com meu comentário, ele apontou para uma garrafa de London Dry Gin, atrás de mim, essa era uma bebida forte com teor alcoólico superior a uísque, era difícil para alguém por, mas acostumado ou bêbado que fosse bebê-la e não fazer uma carreta desagradável segundo depois. Peguei-a despejando o liquido azul sobre o copo a sua frente. – Preciso ver sua identidade.
– Não, não precisa. – Passou a língua sobre os lábios, pegando o copo a frente, virando. Sem caretas. Sem nenhuma reação. – Serio, seria desagradável mostra minha identidade.
– Regras são regras. – Dei de ombro o observando, desejando que a bebida fizesse algum efeito, queimasse sua garganta ou algo do tipo.
– Regras são feitas para ser quebradas. – “Regras são feitas para ser quebrado” reproduzir sua voz em minha mente, essa frase parecia tão patética, típica de um filme de bad boy para adolescentes com direto a garotas gritando ao fundo. Despejei o liquido no seu copo. – Viu só, primeira regra quebrada. – Colocou a língua entre seus dentes, formando quase um sorriso. Ele apoiou seu peso sobre os braços no balcão aproximando seu rosto do meu ouvido, tão perto que sentir seu halito quente – Diz para mim. – Sussurrou. – Não é prazeroso quebra regras? – Sentir meu coração pulsa forte, queria responde, dizer qualquer palavra que fosse, mas meus pensamentos estavam desorganizados como um quebra-cabeça no começo do jogo. Ele apenas voltou seu corpo para o banco, virando o liquido do copo em sua garganta, colocou uma nota de dinheiro em baixo do copo, olhei-a espantada, essa provavelmente seria a nota mais alta que ganhei essa noite. Ele deu um leve sorriso para mim, virando as costas partindo.
– Você não iria gosta da minha foto na identidade. – Continuei ali tentando elabora uma resposta sem me da conta que seria tarde de mais, observei-o de costa seguindo o caminho da porta, no topo de sua nuca logo abaixo de seus cabelos havia uma sombra preta, pisquei algumas vezes focando o olhar, percebi que era a ponta de uma tatuagem. Uma pena.

VOCÊ ESTÁ LENDO
Free Falling
Hayran KurguSegurei seu braço firme, ele me olhou com seus olhos grande e prestativo, seu olhar de piedade sobre mim me fez lembrar de todas as vezes que nos falamos, conversamos ou até mesmo brigamos, meu coração pulsava firme querendo salta do meu peito, anal...