Capitulo - 4

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     Permaneci ali parada perdida em alguns pensamentos, pensando em quantas coisas mudaram dês que sair de Ridgetop, meus pais insistiram que eu me mudasse, tivesse uma vida nova, saísse daquela cidade, que eu nunca teria futuro se continuasse ali. No começo foi difícil, era como se eles estivessem me expulsando de casa, mas comecei a entender o que eles queriam dizer com “novas oportunidades” Ridgetop é pequena cerca de 16970 habitantes, então se eu realmente quisesse algo grande eu teria que sair de lá.

        O Barulho de um sino tocou quando abrir uma porta que estava com um SAIDA em vermelho escrito logo a cima.  O vento gelado fez com que minha espinha gritasse de frio, ajeitei o casaco cobrindo meu pescoço, segui correndo até o Toyota Yaris 2007 estacionado logo a frente. Retirei a chaves do bolso colocando na trava, o vento soprava forte fazendo os pelos da minha nuca se arrepiar, girei a chave, despejando meu corpo no acento.  Passei uma mão na outra tentando obter algum calor se é que era possível. Coloquei a chave ligando o carro, luzes ligada alertava no visor de gasolina “não, não, não” repeti em minha mente, esqueci de colocar gasolina antes de vir, bati as mãos no volante, que tipo de pessoa esquece de colocar gasolina?

    Puxei o zíper do casaco até o final, saindo do carro, caminhar três quarteirões ate o posto de gasolina mais próximo, não era uma das minhas melhores opções, mas era a única. Continuei caminhando com passos largos, a rua era escura, a única luz que iluminava vinha de alguns comércios distantes ainda abertos e alguns postes, a maioria estava quebrado com suas lâmpadas solta apenas por um fio. Não havia nenhum movimento, nenhuma pessoa, nenhum carro, isso me fez pensa porque diabos eu e Hayley tínhamos um restaurante tão longe como favorito. Continuei caminhando, sentindo os músculos de minhas pernas grita. Nunca fui o tipo de garota que faz qualquer tipo de exercício, eu era quase uma sedentária tirando as vezes que Hayley me obrigava a participar da corrida beneficente na cidade, nos nunca ganhávamos, mas ela sempre insistia dizendo que essa seria a única coisa boa que ela iria fazer no ano para compensa todo o resto.  Dois quarteirões apenas, ouvir passos atrás de mim, enfim alguém na rua. Fechei meus olhos respirando aliviada.  

   Virei em uma rua escura com alguns lixos na porta de algumas fábricas, os passos tonaram-se mais forte atrás de mim, o barulho era tão alto que cheguei a acreditar ser mais de uma pessoa, continuei caminhando com passos rápidos, sentir meu sangue correr quente, quando ouvir uma voz.

– Não adianta correr querida. – Disse suavemente seus passos agora eram lentos.

        Sentir minhas pernas treme, aumentei os passos, caminhando firme, coloquei a bolsa junto do meu corpo, era agora, se acontecesse todas as coisas ruins que estavam passavando na minha cabeça nesse momento, eu não teria um amanha.

– Não seja estúpida – Gritou, com uma voz rouca. – Podemos fazer isso à noite toda.

  Olhei para trás e avisei um rapaz que aparentava ter cerca de 20 anos, alto e magro, com cabelo abaixo de sua orelha, no topo da sua testa uma cicatriz que vinha até o começo de sua sobrancelha esquerda. Virei meu rosto, olhando para a rua deserta a minha frente, “eu preciso sair daqui” repeti para mim mesma na minha mente, corri mais rápido que pude meu coração pulsando, querendo salta no meu peito, aumentei os passos, mau me dei conta de que já estava correndo, meu pulmão pedia ar e minhas pernas pediam que eu parasse nesse exato momento, mas eu sabia que algo ruim iria acontecer se eu parasse de correr. Virei à esquina que dava para uma rua com postes altos e casas desertas, continuei correndo, inspirando e aspirando, sentir meu joelho falha dando um tranco, ouvir passos se aproximando cada vez mais alto, “merda” pensei, avistei a cerca de 7 metros uma pilha de caixas grandes, eu só precisava chegar até elas, só isso, olhei para o meu joelho que latejava de doer, dei algumas batidas com a mão, seguir andando com passos largos até as caixas, a dor era intensa e a cada passo eu sentia os músculos da minha perna se contrair. Cheguei às caixas, procurando o fim delas que dava em um corredor, abaixei sentando no espaço pequeno, apoiei minhas costas na parede gelada apoiando minha cabeça em seguida, eu mal percebi, mas estava chorando, a única coisa que eu queria era sair daqui, o mais rápido possível antes de algo ruim, muito ruim acontecer.

– Se você quer fazer isso da forma mais difícil, não tem problema. – Ele disse distante, pude ouvir seus passos lentos se aproximando. Levei minhas mãos à boca, segurando os suspiros do choro. Vi sua sombra na parede cada passo ela ficava ainda maior, uma estrondo se formou e algumas caixas caíram no chão, a cada passo ele dava um soco nas caixas fazendo-as cair.

–Ai esta você. – Sorriu, mostrando seus dentes amarelados. Ele abaixou-se do meu lado, me analisando – Tinha esquecido como você era bonita Elizabeth.

   Sentir meu coração pulsar, ele sabia o meu nome, eu nunca havia o visto na minha vida, se eu tivesse visto-o em algum lugar eu reconhecia, não é comum por ai alguém andar com uma cicatriz na testa, se eu tivesse o visto, me lembraria. Tremi com a possibilidade de que alguém como ele soubesse sobre mim, não sei como, mas ele sabia. E essa nem era a pior parte.

– O que você quer comigo? – Perguntei entre os dentes. Ele levantou seu polegar, deslizando sobre meu rosto, levando-o ao meu pescoço onde segurou com sua mão forte, apertando cada vez mais forte, sentir meu peito saltava, sentir meu pulmão querer explodir a procura de ar, minha garganta ia diminuindo a cada segundo. Ele segurou meu pescoço batendo minha cabeça com força na parede atrás, sentir o impacto forte e a dor começa a brotar. Apoiei minhas mãos sobre o seu braço lutando contra sua força, tentando de qualquer maneira tirar seu braço do meu pescoço, minha visão falhava, cravei minhas unhas em seu braço colocando toda a força que ainda me restava. Ele saltou para trás, levando sua mão no braço dizendo vários palavrões em seguida. Levantei meu corpo, correndo na direção que eu havia vindo há minutos atrás, o vendo batia forte em meu rosto, fazendo todos os meus nervos saltitarem de dor, olhei para trás e o rapaz que segundos atrás me tentava mata estava-me alcançado, suas pernas longas faziam seus passos largos, continuei correndo, sem saber para onde iria, mas continuei a correr.

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