14 - What the hell is KUAB?

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// Lydia Martin:

Já faziam quarenta minutos que eu aguentava Skye e suas perguntas, e estava começando a ficar no mínimo insuportável.

Tudo isso começou na aula de biologia, quando ela — quase dormindo na carteira, com a cabeça apoiada nos braços — se levantou num salto, aparentando lembrar de algo.

Seu súbito movimento me fez ter um sobressalto e quase derrubar o livro. Eu perguntei, confusa e ligeiramente preocupada com sua sanidade:

— Meu Deus, o que foi?

— Lydia, você é tipo um gênio, certo? – ela começou, me encarando com súplica.

— É o que dizem – dei de ombros, já mais calma. – Mas o que isso tem a ver?

— Bem...eu sou nova nessa coisa do sobrenatural, e não entendo quase nada do que vocês falam, então pensei "quem melhor do que Lydia Martin para me explicar tudo?" – a Barrow explicou, fazendo uma careta que mostrava totalmente sua torcida para eu aceitar ajudá-la.

Suspirei pesarosamente, então a olhei com cansaço, finalmente cedendo.

— O que quer saber?

O sorriso que esta deu foi provavelmente o maior que já vi, e foi aí que ela começou com as perguntas.

Muitas perguntas.

Para te dar uma ideia da quantidade destas, passei a aula inteira a ensinando coisas (o que eram quimeras, a diferença entre alpha e beta e ômega, o que eu era, o que o resto era e etc). E, mesmo depois do fim de biologia, ainda continuei falando durante todo o caminho para economia. Depois dessa, tivemos que nos separar, pois tive aula de álgebra avançada, e ela de física — o que foi um alívio, já que eu quase perdi minha voz de tanto que conversei.

Quando enfim nos encontramos novamente no almoço, Skye finalmente ficou satisfeita. Ela disse que, se eu a contasse mais coisas, seu cérebro teria um colapso e ela esqueceria tudo, então terminaríamos isso amanhã. Aceitei prontamente, extremamente grata por esse mínimo problema que me pouparia de muito mais falatório, e me despedi dela, que foi para a mesa onde ficava sozinha enquanto eu fui para a que dividia com o resto do pessoal.

Mesmo depois dos ocorridos que nos fizeram interagir mais, a Barrow ainda continuava sentando sozinha. Acho que ela preferia assim, na realidade, pois ficava lendo durante todo o almoço sem ter de conversar. E notei com facilidade que ela preferia bem mais os livros do que as pessoas.

— Alguma novidade sobre os desaparecimentos? – Kira quis saber, e eu imediatamente comecei a prestar mais atenção no que meus amigos diziam.

Scott balançou a cabeça com pesar, remexendo com tédio em sua comida.

— Nenhuma. Deaton está pesquisando em alguns livros antigos para ver se acha algo.

— Talvez pudéssemos ajudar nisso – Isaac sugeriu, apoiando o queixo na mão distraidamente. – Eu sinceramente não aguento mais ficar parado.

O resto de nós assentiu, compreendendo o que ele queria dizer. Era angustiante a sensação de não ser capaz de fazer nada enquanto pessoas eram atacadas. Eu me sentia inútil, uma covarde por fugir da luta, mesmo que não estivesse fazendo exatamente isso.

— 14:30 na minha casa? – o McCall questionou e todos concordaram.

Depois disso, nossa mesa recaiu em um silêncio irritante. Ninguém sabia o que falar, provavelmente por não ter o que falar. Uma sensação ruim estava presente ali, e eu sabia que não era a única que pensava que viriam coisas piores depois. Sempre vinham, mas agora era diferente.

The Fugitive ➳ TWolfOnde histórias criam vida. Descubra agora