The Fugitive ➳ TWolf

21 - Wisdom of the universe

// Sam Barrow:

Eu podia até ser um pouco lerdo, mas Skye também não era exatamente um livro aberto.

Fiquei olhando para ela confuso ao ver as lágrimas que, subitamente, haviam brotado em seus olhos. Ela parecia estar asfixiando; seu rosto sem cor nenhuma, pupilas dilatas e a respiração irregular. Desci de seu colo imediatamente, pensando "Eu sou tão pesado assim?"

— Skye — disse eu, verdadeiramente preocupado em ter de acabar vendo minha irmã mais velha morrer na minha frente. —, você está bem?

Ela não me respondeu, e tampouco deu sinal de ter me ouvido. Olhei para Stiles ao seu lado, esperando alguma explicação da parte deste, mas foi o mesmo que esperar que Skye deixasse de ser esquisita. Ele fez um gesto estranho, a provável mistura de um dar de ombros e um levantamento das mãos, e se afastou alguns passos de nós como se não quisesse interromper.

Tive que resistir ao impulso de jogar algo na sua cabeça.

— Desculpe — Skye enfim murmurou, embora não tenha parado com a respiração estranha. — Preciso falar com você. Stiles, você pode...?

Não foi preciso falar duas vezes: agindo como uma criança que tivera o aniversário vindo mais cedo, Stiles subiu rapidamente pelas escadas, pulando de dois em dois degraus. Assim que a camisa xadrez do anfitrião desapareceu de nossa vista, minha irmã apontou para o sofá com a cabeça e ambos nos sentamos.

Foi aí que percebi que a coisa era realmente séria. Quero dizer, Skye nunca agia assim, como se fosse realmente uma irmã mais velha. Ela geralmente fazia piadas desagradáveis e me mandava para longe o mais rápido possível. Sempre imaginei que o mundo acabaria antes dela passar cinco minutos sem utilizar de seu sarcasmo na minha presença.

— O que está acontecendo? — soltei antes que pudesse me segurar. — E onde está o papai?

É claro que, depois de quase dezessete horas, eu havia começado a estranhar a ausência dele. Não conseguia compreender o motivo pelo qual ele nem se dera ao trabalho de ligar e me largara na casa do xerife sem fornecer quaisquer explicações. E, muito menos, porquê todo mundo estava agindo estranho hoje.

Minha irmã soltou um suspiro que mais me parecia uma fungada e evitou meu olhar. Fiquei chocado com a sua arrogância.  Será que era tão difícil assim responder duas míseras perguntas?

— É sobre isso que quero falar — ela revelou, hesitante. — Papai...é sobre ele.

— Sou todo ouvidos — lhe assegurei. 

Skye pousou uma mão sobre meu ombro e pude perceber que ela tremia, o que imediatamente me fez lembrar das horas passadas, quando ela aparentava estar tendo convulsões. A lembrança não ajudou; ao contrário, só me fez voltar a questionar porquê ela tremera tanto e porquê eu fora levado ao meu quarto a força por Stiles. Todavia, eu ainda queria saber no que papai se encaixava em tudo isso, de modo que permaneci calado e a deixei falar.

— Sammy... — sua mão fria deu mais uma tremida inusitada. — Papai, bem, ele não... — agora sua voz estava embargada conforme lágrimas rolavam por seu rosto. — Não está aqui. Digo, ele... — as palavras saíam tremidas e disformes. — Papai desapareceu, Sammy.

Minha reação não foi uma das melhores. Eu não gritei, chorei ou a chamei de mentirosa, embora achasse bem difícil de acreditar no que ela acabara de me dizer. Tudo o que fiz foi soltar um ganido que soava como hãn...zaaaf?

Mas Skye não pareceu ligar muito para minha falta de entendimento. No momento seguinte, seus braços se encontravam ao meu redor e ela chorava abertamente, pressionando a face contra meu ombro. E, no meio disso tudo, só o que pude fazer foi permanecer paralisado.