17 - It's time to go back home

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// Skye Barrow:

Sabe aquela hora em que tudo o que você deseja é que um buraco se abra no chão e te engula completamente só para não ter que passar por tamanha vergonha?

Era exatamente assim que eu me sentia naquele momento.

Eu encarava Isaac, aprisionada inconscientemente numa porcaria de transe, quando a voz de meu pai ressoou pelo quarto, me provocando um sobressalto. O que, é claro, também serviu para me libertar.

Só que eu não gostaria de ter voltado ao normal. Ah, definitivamente não. Porque, assim que o fiz, a vergonha me atingiu em cheio e tudo em que consegui pensar foi: o que diabos está fazendo? Pare com isso, sua louca.

E, juntamente com a vergonha, veio o medo. O medo de meu pai ver Isaac aqui ou nos pegar nessa cena constrangedora.

Nessa cena totalmente ilógica e confusa.

Skye? – seu chamado serviu para me lembrar da situação atual e eu logo me apressei em pular com um pé só até as muletas. – Onde você está?

As alcancei e, com alívio, pude andar normalmente de novo. Eu andei rapidamente até a porta, a adrenalina me dominando por completo.

— Estou aqui – gritei em resposta. – Já estou indo. Só me dê um minuto!

Então, me virei para Isaac, que me encarava com divertimento e certa malícia. Ele não parecia nem um pouco afetado pelo eu-nem-sei-o-que-foi-aquilo de alguns minutos atrás. E eu o invejei por isso. Porque todo meu cérebro, e Clary e Luna, gritavam "pergunte o que diabos aconteceu, idiota"

Só que eu não faria isso. De maneira alguma. Seria suicídio social, na certa.

— Escute, precisa ficar aqui no quarto e não deixar meu pai te ver de jeito nenhum – eu avisei, torcendo para ele entender o quanto isso era sério. – Vou tentar distraí-lo, então você passa por trás ou...

— Ou o quê? Seu pai vai vir atrás de mim com uma arma? Porque isso já aconteceu antes e eu sobrevivi – revidou, aparentando lembrar de tempos antigos. Não fazia ideia do que ele queria dizer com isso e, francamente, também não queria saber.

— Claro que não, no máximo ele... – comecei, mas fui interrompida pelo barulho da porta se abrindo a minha frente.

Meu pai. Um olhar de confusão seguido por outro surpreso ao entender a cena. Um esboço de riso em sua face.

Ah, merda.

Okay, antes de narrar a cena a seguir, acho que preciso deixar uma coisa clara: meu pai não é do tipo super protetor. Ele nunca brigou, e duvido que brigaria, por algo assim. Na realidade, ele costuma fazer algo pior do que isso.

Ele goza com a minha cara. Divergentemente de todos os outros pais racionais, ele ri da situação e da minha vergonha. Logo sendo acompanhado, é claro, por seu fiel seguidor irritante, Sammy.

E isso era, e sempre foi, um pesadelo. Sou incapaz de expressar suficientemente meu desejo por ter um pai normal.

— Então finalmente tem um namorado? – papai disse ao mesmo tempo em que eu enterrava o rosto entres as mãos e Isaac sorria. – Estou surpreso. Pensei que fosse o filho do Sheriff.

Já pode aparecer agora, buraco, Clary se juntou a minha vergonha sem fim.

Eu aceitaria até um ataque alienígena, completou Luna, bufando.

The Fugitive ➳ TWolfOnde histórias criam vida. Descubra agora