No Drama

Capítulo 15-Não choro por mim

Vejo que minha mãe está sentada no chão e quando ouve o barulho da porta tenta engolir o choro que antes era bastante audível. Vejo também que tem sinais de luta por toda sala e meu pai está  para dá-la outro chute. O meu sangue ferve e grito:Pára!!! Eu não te admito, saí daqui, saí.-falo rígida, mas ele não cede.
Que raio tu pensas que és para falar assim comigo ahm? A imbecil da tua mãe não ensinou-te a ter respeito comigo? Ah, como ia ensinar se nem ela tem respeito.-diz ele com desprezo.
Nunca mais digas isso da minha mãe, imbecil é o senhor, que não sabe respeitar e dar valor a sua família. Que vergonha! Eu tenho nojo de...-sou interrompida com uma chapada no rosto.
Nunca mais te atrevas a dizer isso! Eu sou teu pai e tu não te metas nos nossos assuntos.
O choque foi tão grande, que caio apoiando as mãos e os joelhos no chão. Quero chorar mas quando minha mãe encara-me vejo o quão está machucada, sei que tenho de ser forte por ela. Assim levanto-me é digo:Sai daqui agora senão eu dou queixa na polícia. Agressão verbal e física é crime e o senhor sabe muito bem disso. -falo com vontade de mata-lo.
Ninguém vai tirar-me da minha própria casa, eu vou, mas eu volto e se vocês pensam que vão ficar com o que é meu estão muito enganadas. Ahm(ri em deboche),tal mãe tal filha. -E sai...

Mãe, o que aconteceu? -ela está a tremer e não consegue falar ou ainda está muito envergonhada com toda essa situação.
Percebo que não é a altura para julgamentos e perguntas então ajuda-a a sentar no sofá. ebusco um copo de água. Pergunto se ela precisa de um chá mas ela pede apenas para acompanha-la para o quarto.Assinto com a cabeça e seguimos para lá, fecho as cortinas e deixo-a deitada na cama para dormir, mas quando quero passar ouço ela dizer:obrigada filha.
Viro-me para olhar para ela e ela continua a falar:-eu prometo filha, depois de hoje, nunca mais se repetirá! Se ele voltar a fazer isso eu peço o divórcio.
Mãe, descansa, mais tarde teremos uma conversa de mãe e filha.-digo serena por fora mas estou em brasa. E fecho a porta atrás de mim.
Corro para o meu quarto e nem quero olhar no espelho e ver a marca que o tapa deixou em mim.
Tranco a porta e escorrego encostada a ela até cair sentada no chão, apoio os braços nos joelhos dobrados e encosto minha cabeça na parede. Choro, não por mim, mas sim pela minha mãe! Ela é tudo que eu tenho de verdadeiro e que nunca em momento algum mudará de ser quem é para mim. Um exemplo de vida, um orgulho para mim e principalmente a melhor mãe do mundo