Capítulo 22

84.8K 7.1K 523
                                    

Lily

— Se afaste dela!

O homem sorri. Não um sorriso genuíno, e sim um sorriso debochado.

— Ora, se não é o meu enteado!· franzo o cenho.— Estava apenas conhecendo esta moça.– me encara.

— Vamos embora, Lily!– Damon me puxa pelo braço.

— Damon...– andávamos para longe.

— Não vai deixá-la conhecer seu padrasto, Damon?– Damon para no meio do caminho e se vira para o seu padrasto.— Aliás, me chamo Alessandro Hernández, minha querida!

— Se ousar se aproximar dela, eu te procuro, Alessandro! Eu te procuro até no inferno, seu desgraçado!– ele rosna.

O homem ri e levanta as mãos em sinal de rendição. Sai dali, mas antes me lança uma piscadela.

Damon volta à me puxar pelo braço,  até sairmos do salão de festa.

— Damon...– chamo.

Ele não me respondia, apenas me levava em direção ao carro. Ele abre a porta do mesmo e me coloca lá dentro, logo depois entra e dá partida no carro.

— Damon...

— Agora não, Lily!– responde impaciente.

Engulo em seco e me encolho no banco. Respiro fundo e encosto minha cabeça no vidro gelado do carro.

Não demorou muito para que Damon estacionasse na garagem de sua casa. Ele suspira e desce do carro. Saio e o sigo em silêncio. Ele tira seu terno e sua gravata, e os joga no sofá, assim que entramos na casa.

— Damon...Você está bem?– decido perguntar, mas me arrependo quando o mesmo me olha irritado.

— Apenas me deixe sozinho, Johnson!– praticamente grita.

Assinto e subo as escadas o mais rápido possível. Eu não entendia a súbita mudança de humor dele. Não sei o que acontecera entre ele e aquele homem, mas sabia que não era nem um pouco bom.

Suspiro e sigo para o quarto que antes eu dormia.

Sento-me na cama, mas antes tiro minha roupa e maquiagem. Deito e tento descansar, mas a vontade de descer e ver se ele estava bem, me impede.

Suspiro. Eu não desceria. Ele precisava de espaço.

Depois de um longo tempo revirando na cama, sinto o outro lado afundar e uma mão acariciar meus cabelos. Não me movi, sabia se tratava de Damon.

— Me desculpa!– beija meu pescoço.

Me viro para olhá-lo. Ele tinha os olhos vermelhos e inchados. Acaricio sua barba por fazer. Ele sorri e fica de barriga para cima, encarando o teto. Ele respira fundo e começa a falar:

— Eu morava com minha mãe e meu pai, aqui em Vancouver. Éramos o tipo de família perfeita, claro que haviam alguns problemas, mas qual família não tem, não é?– deito a cabeça em seu peito e ele rodeia minha cintura com os braços.— Eu amava o meus pais. Meu pai era um delegado, o mais famoso e o melhor de Vancouver. Minha mãe, uma dona de casa que adorava fazer doces estranhos.— ele ri e sinto suas lágrimas molharem meus cabelos. O aperto ainda mais.

"Meu pai morreu em um tiroteio num assalto quando eu tinha 13 anos. Foram os piores anos da minha vida depois disso. Eu sentia falta do meu pai e até mesmo de minha mãe, que entrara em depressão. Ela tentava não transparecer que estava acabada, mas era impossível não notar a sua dor, afinal era como a minha. Depois de 3 anos, minha mãe conheceu Alessandro. Ela havia mudado. Parecia mais feliz e mesmo odiando a ideia de alguém no lugar do meu pai, eu estava feliz por ela. Alessandro parecia o homem perfeito, mas com o passar do tempo ele mudou.

Uma noite, ele chegou bêbado em casa e com a roupa cheirando a perfume feminino. Minha mãe ficou acabada. Os dois começaram a brigar muito, então decidi descer e foi quando o vi batendo nela. Eu intervi, mas ele me bateu também.

Depois desse dia, ela achava que ele tinha feito aquilo por que estava bêbado e se desculparia pelo que fez. E foi exatamente o que ele fez e ela o perdoou. Eu fiquei furioso, mas não podia fazer nada. E se passaram os dias e as brigas voltaram, trazendo junto agressões. Ela não tinha coragem de denunciá-lo, então passamos um ano nesse inferno.  Quando minha mãe descobriu o câncer, já era tarde. Ela morreu quando eu tinha 17 anos. Alessandro fingiu estar abatido durante dias. Depois de um mês de sua morte, Alessandro passou a me agredir de todas as formas possíveis. Então eu fugi para casa dos meus tios, os pais de Bryan. Eu passei a morar lá. Alessandro sumiu do mapa. Fiz faculdade e reconstruí minha vida."

— Eu sinto muito.– sussurro o olhando.

Ele assente e passa os dedos em minha bochecha.

— Eu tenho medo, Lily! Não por mim e sim por você. Não posso deixar que nada de mal aconteça a você!– ele coloca uma mecha de cabelo atrás de minha orelha.— Eu te amo de mais pra te perder!

Arregalo levemente os olhos e solto um sorriso bobo.

— O que foi?– me olha confuso.

— Você disse que me ama...

Ele passa as mãos pelos cabelos e se senta na cama, me puxando para seu colo.

— É isso, Johnson! Eu te amo!

— Eu também te amo!– sorrio e beijo seus lábios.

— Eu quero fazer amor com você!– sussurra e sinto meus pelos de arrepiarem.— Quero te amar, sem pressa!– assinto, ainda em transe pelos seus olhos nos meus.

— Quero te amar, sem pressa!– assinto, ainda em transe pelos seus olhos nos meus

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

***

Editado e Revisado.

Meu Querido DelegadoOnde histórias criam vida. Descubra agora