Quarenta.

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"Zayn fala comigo" falo debruçada na maca enquanto correm com ele pro centro cirúrgico.

"Por favor se afastem" um dos médicos falam pra gente.

A maca com o Zayn entra pela porta de emergência e daqui não o vejo mais, doeu tanto o ver assim e queira ou não foi por minha culpa. E se eu não tivesse aberto a porta? E se eu não tivesse olhado pra ele? Ou se não estivesse nem mesmo ali naquela hora!

"Rachel os polícias querem falar com você" Jorge fala me tirando dos meus pensamentos.

"Eu não sei de nada..." falo calma.

"Rachel!" Drake entra por entre a porta.

"Oh meu Deus Drake" corro e o abraço.

"Não fale nada sobre isso até termos uma desculpa boa" ele sussurra no meu ouvido.

"Tudo bem" sussurro de volta.

"Jorge!" Drake o abraça.

Não consigo mais ficar nesse lugar e caminho por entre o hospital com as lágrimas caindo compulsivamente dos meus olhos. Só quero ele aqui, só quero ele pra até mesmo brigar comigo ou me dizer que ajo errado em algo ou até mesmo o irritar revirando os olhos. Olho pra cima e vejo uma capela frente a mim, nunca foi tão religiosa mas agora só minha fé vai me manter firme. Caminho até o altar e analiso a pequena capela vazia me ajoelho diante a cruz com a imagem de Jesus e desabo mais uma vez em choro.

"Deus... eu sei que não venho agindo da forma que deveria e até mesmo não venho mais visitando sua casa como antes mas creio no senhor, creio que você vai o tirar dessa que vai trazer meu amor de volta pra mim... eu te suplico piedade sobre ele, sei que ele não é o cara mais certo de todos mas no fundo tem o coração bom, faça ele viver" dou espaço pro meu choro.

Depois de orar mais um pouco me levanto e vou até a sala de espera mais uma vez, a polícia esta lá, olho pro Drake que me faz um sinal discreto de calma com as mãos. Um dos polícias se aproxima de mim com um pequeno caderno e começo a falar sobre o que aconteceu, menos a parte que o Zayn também estava com uma arma já que o Jorge a escondeu antes de virmos para cá.

"Muito obrigada menina... Não saia da cidade até o caso se encerrar" ele fala e concordo com a cabeça.

"Filha você tem que ir pra casa descansar" minha mãe fala e me abraça.

"Não eu preciso ficar aqui" falo firme.

"Rachel" ela tenta falar.

"Deixe ela" Jorge se aproxima e me lança um olhar ameno ele esta sofrendo.

(...)

Faz mais de duas horas que o Zayn está na sala de cirurgia e pelo que os enfermeiros falaram ao passar para lá e para cá o caso dele é extremamente grave. Eu não tenho mais nem lágrimas para chorar, nem o que dizer. Só Drake sabe o quanto estou sofrendo de verdade e seu olhar de piedade sobre mim de certa forma me conforta.

"Família do Zayn malik por favor?" o médico chama.

"Aqui" Jorge salta da cadeira.

"Bom, a cirurgia foi um sucesso o paciente está se recuperando na uti" ele fala e já sai.

Jorge e minha mãe se abraçam e Drake me abraça dessa vez estamos sorrindo e feliz pela notícia. Um dos enfermeiros fala que uma pessoa da família pode o ver é claro que é o Jorge que irá. Depois de sair do quarto vejo seu olhar agora tranquilo por ter o visto.

"Como ele está?" O pergunto.

"Aparentemente bem" ele me abraça.

"Graças a Deus" falo feliz.

"Você pode ir o vê se quiser" ele sussurra.

"Tudo bem" respondo.

Caminho discretamente até o quarto do Zayn e receio um pouco em girar a maçaneta enfim faço isso e o vejo deitado em uma cama cercado de fios e máquinas com o barulho estridente demonstrando que ele ainda esta vivo. Caminho até a ponta da cama e seguro as lágrimas, pego sua mão e faço carinho com cuidado já que a agulha de remédios está enfiada em sua veia. Seu rosto se une e o vejo abrir os olhos devagar, dou um passo pra trás mas logo volto e me posiciono do seu lado.

"Minha mãe" ele sussurra.

"Fique calmo" o tranquilizo.

"Chame ela" ele parece confuso.

"Vou chamar o médico" tento ir mas ele me puxa.

"Quem é você?" Ele une as sobrancelhas confuso.

"Você não sabe quem eu sou?" Seguro a lágrima.

"Não..." ele começa a tossir.

Corro para fora do quarto e chamo uma das enfermeiras que entra feito um furacão no quarto e eu fico confusa no corredor... Como assim ele não sabe quem sou eu?

(...)

"Zayn está apresentando uma pequena sequela da queda durante o tiro. Essa amnésia pode ser passageira ele está retendo suas lembranças em um pequeno lugar do cérebro e ele libera apenas as que mais marcaram e não dá espaços para as demais lembranças é como se ele estivesse nos seus 17 anos de novo" o médico fala olhando o Zayn pela janela no quarto aonde ele conversa como uma psicóloga.

"Ele não lembra de mim" falo baixo.

"Ele vai lembrar uma hora é só questão de tempo... Vou pedir mais exames para saber como anda o quadro clínico do paciente com licença" o médico sai e minha mãe abraça o Jorge já eu olho meu menino naquela cama.

(...)

Já faz duas semanas que o Zayn está no hospital hoje ele receberá alta. Kate me convenceu a fazer uma festa de boas vindas já que eu não estava animada. As lembranças dele não voltaram, Zayn não me reconhece e muito menos minha mãe. Drake me falou que iria falar sobre o que tivemos para ele mas achei melhor não já que agora não sei suas reações. Termino de por um vestido xadrez curto e um tênis all star azul, desço e encontro uma pequena parte da família do Zayn lá em baixo os cumprimento e passo direto pela Pérola que nem mesmo me olha.

"SURPRESA" um coro de voz fala e vejo Jorge e Zayn entrando pela porta.

Zayn segura o braço em uma tipoia já que foi aonde o tiro atingiu, ele abraça algumas pessoas com um sorriso enorme no rosto, nem parece ele, estou diante de uma pessoa completamente estranha. Jorge se aproxima de mim e o Zayn fica na minha frente meu coração acelera e tento me controlar.

"Essa é a Rachel que eu lhe falei" ele fala enquanto Zayn o ouve atento.

"Minha meia irmã" ele me abraça.

"Eu nunca irei te vê como uma irmã" um flash vem na minha mente.

O Abraço e contenho o choro, não é o mesmo abraço, não é o meu Zayn!

"Zayn!" Conheço essa voz, Pérola!

"Pérola!" Ele se afasta de mim e abraça fortemente.

Ele lembrou dela, e não lembra de mim, parece que uma faca foi cravada no meu peito. Os olho abraçados e minha vontade é de o arrancar dali, e o beijar. Parece que não vejo ninguém em minha volta, subo as escadas correndo e me tranco no quarto chorando contra a porta.

My Fake Brother| ZOnde histórias criam vida. Descubra agora