Capítulo um

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“Cada pessoa observa o mundo da maneira que lhe agrada. Enxerga os defeitos do mundo a fora e se esquece de perceber os defeitos do mundo de dentro. Dentro delas mesmas.”

— Allax Garcia. 

- Eu nunca escreveria um romance, e se escrevesse não teria sucesso, o final não seria o típico e fantasioso feliz para sempre, eu me basearia na vida real e aposto que pelo menos 98% da população apaixonada não é feliz por muito tempo.

Essa sou eu.

Não sou uma garota infeliz, solitária e nem mal-sucedida no amor, apenas mantenho os meus olhos abertos.

- Não acho que seja assim Mel, o amor não causa infelicidade nas pessoas, elas só se apaixonam pela pessoa errada sabe? Se acabou mal não era para dar certo mesmo, aposto que existem relacionamentos que dão certo!

As vezes acho que Dayse é o tipo de pessoa que leu tantos contos de fadas que no final acabou trazendo tudo para a realidade, ela tem uma visão totalmente diferente da minha; enxerga bondade e salvação em tudo, acha que no final a flor vai nascer e o mundo vai ser um lugar habitável.

- Em filmes e livros, tipo ficição, só se for. Quer um exemplo vivo disso? O meus pais são separados e se deram bem durante pouco mais de 19 anos.

Respondi.

- Mas isso não acontece em todas as familias.

- Na sua família mesmo, o seu pai se matou e deixou vocês sem rumo, se for seguir sua logica, não era para ele superar tudo e seguir em frente, porque o amor vence tudo?

-E como você justifica os pais da Kath que estão juntos a quanto tempo? 28 anos para mais.

- O pai dela é um bêbado e bate na mãe, isso você define como amor?

- Você não acredita em amor verdadeiro?

- Se for amor têm que ser verdadeiro, não?!

- Mas você não acredita?

- Eu só não acredito que exista um só amor para cada pessoa, o tal do amor verdadeiro, uma pessoa pode ter mais de um amor verdadeiro, entende?

- Você tem certeza que nunca sofreu por garoto nenhum?

Eu não sei qual é a sensação de chorar por alguém e nem de sentir borboletas na barriga, não sei o que é soar frio e ficar sem jeito perto de algum garoto, pode parece louco mas a emoção que mais se aproximou de uma paixão foi quando criei um mini-crush por um entregador de pizza.

Eu tinha 14 anos na época, todas as minhas amigas tinham um namoradinho ou um adimirador e eu assistia filmes de romance, no dia meu irmão tinha pedido pizza e eu estava esperando Katherina e Dayse - minhas duas melhores amigas desde sempre, elas iriam dormir em casa. Quando a campainha tocou eu saí correndo e abri a porta, me deparei com um garoto jovem, ele era magro, alto e moreno, seus olhos eram verdes e a arcada dentaria impecável, falou que a pizza tinha chegado e eu perguntei se ele não queria entrar e conversar um pouco, meu irmão riu de mim, pagou a pizza e agradeceu. Depois daquele dia nunca mais vi o boypizza, comentei sobre ele com minhas amigas elas falaram que ele era um sonho.

Uma semana depois descobri que o mesmo namorava e a "paixão" acabou.

SCAREDOnde histórias criam vida. Descubra agora