Capítulo 7

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Ter uma mãe lesbica não é uma coisa de outro mundo nos tempos de hoje, mas o dificil é aceitar, não que eu tenha algum preconceito mas eu não queria isso, quando essa informação vazar por aí vou ser taxada na escola e não irei aguentar tanta pressão, já estou começando a sentir vergonha de minha origem imagina quando as coisas comecarem a se agravar?

Não fui para a escola hoje, não consigo pensar em mais nada, preciso processar isso, mas qual é? A minha vida não é uma novela para ter esses dramas todos.

Respiro fundo e me levanto da cama, me olho no espelho e diferente de todos os outros dias digo a mim mesma...

- Você é forte, você vai passar por isso, você vai se acostumar com a ideia e quem sabe até gostar dela, não vai deixar que uma escolha sexual acabe com sua família, família é mais importante do que tudo não é?

As lagrimas caem pelo meu rosto, a imagem de mamãe e papai rindo, conversando, se abraçando quando estavam juntos, quando ainda se amavam vem em minha mente e agora está tudo acabado. Nada disso existe mais.

Meu telefone toca, Katerinne me pergunta o que houve.

- Apenas uns probleminhas familiares, nada com que possa se preocupar.

Nunca que eu contaria a verdade sobre minha mãe, não me causaria esse desgosto.

O clima em casa não era lá um dos melhores, era tudo mais quieto do que antes e como se não bastasse a cada olhada que eu dirigia a mamãe o coração apertava e as lagrimas pediam permissão para sair e eu não deixaria isso ocorrer.

Termino meu café da manhã, saio de casa preciso ocupar a mente com algo. O shopping não é uma má ideia, quer dizer não seria se Cristopher Buk não viesse ao meu encontro.

Eu confesso que agora Cris está mais aturavel ao meu ver, mas o que eu menos quero nesse momento é estragar tudo que construí até agora.

Dou o meu melhor sorriso e recebo um abraço em troca, conversamos sobre qualquer coisa mas o meu maior defeito é não saber desfarçar se estou bem ou não.

- Ta tudo bem mesmo Mel?

- Claro que está Buk!

- Não minta para mim, como quer levar essa nossa amizade para frente? Me diz o que está te incomodando.

O garoto que é mais alto que eu para na minha frente e eu não aguento, apenas o abraço tentando pensar em alguma desculpa.

Suas mãos grandes descem para a minha cintura e a mesma é apertada de leve, olho no fundo do seus olhos e digo no que mais acredito nesse momento.

- Eu vou ficar bem, prometo.

Nossas testas se tocam e os olhares descem um para a boca do outro.

- Ora Ora Cristopher com namoradinho nova!

Era só o que me faltava.

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