Através de Emails

Email

Estou caminhando pelas ruas de Buenos Aires, admirando a paisagem quando de repente avisto algo no chão. Um livro de poesias! Pego-o e dou uma folheada e vejo que em uma das páginas há um email. Nada mais justo que tentar devolver, não é? Pego meu celular e faço login.

Email: KarolMendez@gmail.com

Senha: *************

Espero carregar e vou escrever uma mensagem para o dono.

Enviar para: MatteoPasquarelli@gmail.com

Assunto: Livro de poesias

"Olá, estou lhe comunicando que eu encontrei um livro de poesias com seu email escrito em uma das páginas. Gostaria de devolvê-lo. Vou mandar pelo correio"

Apertei no botão enviar e então foi. Estava indo a caminho da escola, por sorte cheguei em ponto. Avistei Lora sentada em um banco, logo que me viu veio em minha dirção;

- Por que demorou tanto? –Pediu.

- Desculpa, é que eu encontrei um livro no meio da rua e então eu peguei e vou devolver ao dono. Mandei um email para ele. – Falei. Fomos andando até a nossa sala.

- Ele? Qual é o nome? – Me olhou com um sorriso.

- Matteo Pasquarelli. – Respondi. – Nunca ouvi falar, ele não deve ser da escola.

- Verdade, mas enfim boa sorte para devolver.- E então encerrou o assunto. Tivemos aula de Física e tivemos que fazer um trabalho com consulta para entregar. Logo depois tivemos um período de Matemática e então o intervalo chegou. Lora e eu fomos até o refeitório pegar frutas e fomos nos sentar em um banco. Meu celular vibrou no meu bolso, fui ver e era um email novo.

"Olá senhorita Mendez, eu fico muito agradecido em saber que você achou meu livro. Pode me mandar para este endereço é onde eu trabalho.

Rua Santa Rita, N° 589

Até mais."

- Que foi? É o mozão? – Riu.

- Para de ser chata Lora. Era o garoto do livro, vou mandar para ele hoje à tarde. – Falei. Nós duas ficamos conversando por mais um tempo até que o sinal bateu e voltamos para a sala. O resto da manhã passou normal e quando me dei conta era hora de ir para casa.

(...)

Embrulhei o livro e escrevi MATTEO. Estava indo até o correio mas pensei que seria melhor se eu mesma fosse entregar no endereço. Peguei um táxi e logo ele parou em frente a uma livraria. Claro! Assim que entrei na livraria senti cheiro de livros novos. Fui até o balcão.

- O que deseja? – Pediu um garoto que parecia ser dois anos mais velho que eu.

- Eu gostaria de falar com o Matteo. – Falei. Por um minuto achei que poderia ser ele, mas depois vi que em seu crachá estava escrito Ben.

- Ele saiu agora a pouco. Mas o que seria? – Falou me percorrendo com o olhar.

- Isso aqui é dele. Pode entregar para mim? – Pedi.

- Claro, eu entrego. Mas como é seu nome? – Perguntou pegando o embrulho.

- Karol. – Respondi.

...

Quando cheguei em casa fui tomar um banho e aproveitei para ler um livro. Minha tia não estava em casa. É eu moro com ela, meus pais ficam viajando o ano todo, por causa do trabalho. Eles acharam que seria ruim demais para uma garota de 17 anos ficar mudando toda hora de cidade. Eu gosto muito da minha tia ela é muito legal. Quando bateu aquela fome em mim resolvi fazer um sanduíche para comer e voltei para o quarto, liguei o computador e fiquei ouvindo algumas músicas. Recebi uma notificação do meu email. Fui ver o que era, era ele, de novo.

"Karol, obrigada por me devolver meu livro. Ben disse que você é adorável. Pena que não nos vimos, seria legal conhecer a garota que achou meu livro favorito..."

Decidi escrever uma resposta:

"Matteo, confesso que fiquei curiosa para saber quem você era. Primeiro achei que o Ben fosse você (risos). Ah eu sei como você se sentiu, é horrível perder um livro. Quem sabe nós não nos esbarramos na rua um dia desses?"

Recebi uma resposta em seguida:

"Seria incrível. Eu sei que não é confiável marcar encontros, mas apareça um dia na livraria, continuemos a nos falar por aqui?"

"Tudo bem eu apareço por lá um dia, mas vocês não usam crachás? Eu saberei quem é você..."

"Só o Ben usa. Ele é o gerente."

"Ah bom. Por que se não seria injusto! Que horas eu posso ir? Não prometo que vou essa semana, mas seria bom ter um horário..."

"Verdade, tudo bem, que tal ás 15:00?"

"Okay, até mais..."

"Até o próximo email."

Minha tia abre a porta e levou um susto.

- O que foi? Viu um fantasma foi? – Riu.

- Não...- Falei. – Estava distraída.

- Vejo que já jantou. – Olhou para o prato em cima da cama.

- Me deu fome e eu não sabia que horas você ia voltar. – Falei.

- Sim, tudo bem. Vou fazer um sanduíche para mim também e vou dormir. Boa noite Karol. Vê se não fica acordada até tarde. – Depositou um beijo na minha testa e saiu.

Resolvi ler mais um pouco do meu livro e acabei pegando no sono.

(...)

Na sexta de manhã tomei uma xícara de café e fui até a escola. Toda vez que um garoto passava por mim eu achava que poderia ser o Matteo. Eu precisava vê-lo...