Capítulo 2

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Pisquei os olhos para tentar enxergar melhor o homem parado a minha frente, ficava difícil ter uma boa visão aqui de baixo, com todas as luzes neons da fabric piscando acima de mim. Tentei murmurar um "estou bem", mas por algum motivo as palavras não saíram, minha voz ficou presa em minha garganta. O homem muro afastou alguns distraídos que quase pisaram em mim e se abaixou ao meu lado. Eu odiei a vergonha que estava passando, isso não pode estar acontecendo comigo.

- Me deixa te ajudar a levantar. - ele murmurou.

Sua voz tinha um sotaque diferente, estranho, mas que meu cérebro definiu como sexy. Senti meu rosto corando com o pensamento indesejado.

Um joelho atingiu minhas costas. Eu gemi.

- Ei, presta atenção, tem uma moça  machucada aqui. - o homem muro gritou com uma voz furiosa.

- Foi mal cara, não vi vocês. - o idiota que bateu em mim respondeu. Levantei a cabeça a tempo de ver um garoto magricela virar e sair andando a passos largos.

- É melhor a gente levantar ou vamos ser pisoteados. - ele murmurou com uma voz suave, diferente da que usou a menos de um minuto com o garoto.

Abaixei minha cabeça para o olhar e fiquei chocada ao ver aquele rosto de perto.

Ele parece incrível.

As feições masculinas bem definidas, sobrancelhas largas e lábios carnudos bem desenhados, cabelo castanho curto, estilo corte militar. Mas o que mais me chamou atenção mesmo foram aqueles olhos, de um verde mar inigualável, e de perto parecem tão profundos. Esse é o tipo de rosto que deveria estar estampado na capa de uma revista.

Levei alguns segundos para encontrar minha voz.

- Desculpa ter esbarrado em você, eu estava distraída. - murmurei, ainda perplexa pela situação.

Perfeitas covinhas marcaram os cantos de suas bochechas quando ele sorriu.

Eu tenho certeza que babei.

Eu já vi muitos caras bonitos na universidade, mas esse estranho parece... diferente.

O que aconteceu a seguir foi como um borrão,em um segundo eu estava caída no chão e no outro eu tinha braços ao meu redor, me puxando para cima. Fiquei meio zonza com o movimento e segurei nos braços fortes e musculosos a minha frente para que pudesse me firmar. Gritos de animação ecoaram pelo lugar e me trouxeram de volta a realidade. O Dj principal da noite deu início a seu show. Meus olhos se arregalaram quando percebi que minhas mãos ainda seguravam firmemente os braços do estranho. As puxei imediatamente, tendo certeza de que meu rosto estava em chamas.

- Desculpa. - murmurei no auge da minha vergonha.

Um sorriso desenhou seu belo rosto.

- Eu não me importo, além de que sou eu quem devia estar pedindo desculpas, você foi a única machucada aqui. - ele deu um passo a frente. - Você está bem?

- Estou, não foi nada de mais.

- Claro que foi, você se machucou, com certeza vai ter algum hematoma amanhã. Talvez nós devéssemos pedir um pouco de gelo pra você no bar.

Sorri.

Eu não quero que ele se sinta culpado, fui eu quem esbarrou nele.

- Eu estou bem, sério, tenho um médico particular que vai me conseguir algumas compressas quando eu chegar em casa.

Como não te amarOnde histórias criam vida. Descubra agora